Saturday, October 24, 2009
IDEOLOGIAS
Ideologias, cada qual toma a que quer, se o outro deixar.
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Tolentino de Mendonça - ... Você (José Saramago) tem uma visão parcial do cristianismo! Dentro cristianismo há muitos cristianismos.
J.S. - O rebanho que vai a Fátima é o que a Igreja quer!
T.M. - Não sejamos generalistas, porque entre os milhares de pessoas que vão a Fátima há-de haver quem vá com espírito de sinceridade e liberdade que nós nunca teremos. Não julguemos!
J.S. - Não toco na crença. O meu objectivo é outro: a Igreja como instituição de domínio e poder, como castradora de algumas virtudes naturais do homem.
T.M. - Mas essa é uma posição demasiado ideológica. A Igreja não é assim!
J.S. - Porquê demasiado ideológica? Sou o único que tem ideologia? Você não tem?
T.M.- Tenho a ideologia e a pretensão cristã.
J.S. - Então por que fala da minha?
....
T.M. - Aquelas declarações de Penafiel são declarações de intolerância.
J.S. - Não são nada!
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(Excertos da discussão entre Saramago e o padre e teólogo Tolentino de Almeida em casa do primeiro. Expresso de 24/10)
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5 comments:
Boa noite,
Sem querer ferir ninguém volto a acrescentar algo.
Gostaria de ter visto o sr. saramago a fazer as delarações que fez, lá em Espanha. Mas não o fez, que quem tem cu tem medo.
Nunca mais saía de casa.
Isto em Espanha, porque se fosse dizer o que disse sobre Deus, lá pelas bandas do Oriente, ao estilo Salman Rushdie, nem tempo tinha para dizer ai.
Mas aqui, tem o desplante de o fazer, usando a ofensa como meio publicitário, sabendo como sabe, que está num país de bananas, de bacocos armados em modernistas tolerantes e tudo.
Sabe o terreno que pisa, porque tomates não tem.
Um merdoso.
Não há nada como um bocado de futebol e religião para entreter o povinho.
"Gostaria de ter visto o sr. saramago a fazer as delarações que fez, lá em Espanha"
Caro António,
Saramago é tão conhecido em Espanha quanto em Portugal e toda esta polémica chega hoje instantâneamente a todo o mundo onde ele é lido. Em terras do Islão, sim, o caso seria imediatamente objecto de uma fatwa.
Felizmente para nós, fatwa é coisa que deixou há muito de germinar por aqui.
Considero este livro de Saramago uma obra literária menor no conjunto da obra do autor. O que excitou a opinião pública, que na sua grande maioria não abriu ainda o livro sequer, foram as palavras de Saramago em Penafiel durante a apresentação do livro.
Nada que ele não tivesse dito antes e antes dele muitos outros.
Guerra Junqueiro, que tem estátua na Praça de Londres,não foi menos longe no seu tempo. E naquele tempo foi tão venerado que, embora sendo um poeta menor, lhe ergueram uma estátua.
Nos dias de hoje, Saramago com o escândalo que provocou já vendeu quase cem mil exemplares. Do livro mesmo, pouco se tem dito. do "Caim".
Boa tarde.
"Felizmente para nós, fatwa é coisa que deixou há muito de germinar por aqui."
Mas vai voltar a haver. Tenha calma.
Ainda vai a tempo de repetir em Sevilha, na próxima Semana Santa, o que disse em Penafiel.
Ficava logo o assunto resolvido e passaria a ser também conhecido por outros motivos. Mas não o faz, a cobardia não deixa.
"já vendeu quase cem mil exemplares"
A fantástica máquina de propaganda e de vender lixo, trabalha bem.
A mim não vendem.
("gostaria").A posição de António nesta matéria é, declaradamente,
inquisitorial.
«Gostaria de ter visto o sr. saramago a fazer as delarações que fez, lá em Espanha. Mas não o fez, que quem tem cu tem medo».
Triste sociedade onde o medo limita a liberdade de opinião. Penso que não na Espanha actual.
Se Saramago é fundamentalista ateu o António é fundamentalista crente, o que o torna mais perigoso para a Humanidade.Não conheço historicamente uma cruzada de ateus contra crentes. Da inversa está a história cheia.
«usando a ofensa como meio publicitário»: não ofende quem quer,sobretudo quando a crença é firme,e conheço muitos crentes, sobretudo cristãos, que não se sentiram nada ofendidos.
«está num país de bananas, de bacocos armados em modernistas tolerantes e tudo».
Desculpe que lhe diga, mas o que escreveu é reaccionarismo do mais primário.Não me revejo nesse país, e tenho orgulho que seja modernista e tolerante.
A tolerância é para os Povos e para as pessoas fonte de bem-estar e até de progresso; tem sido mesmo uma conquista progressiva da humanidade (de facto Caim não foi nada tolerante para com Abel).
«Um merdoso».O rancor não é próprio de um crente que o António revela ser, e de que eu jamais o ousaria criticar.
«Não há nada como um bocado de futebol e religião para entreter o povinho».No contexto destas análises esta é que eu não entendi.
Caro Aix,
Você não está a entender nada disto, pois não?
Tem de pensar melhor.
Melhor em vez de mais.
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