-Vamos, portanto, ter um governo minoritário. Como é que pode aguentar-se um governo minoritário?
- O calendário eleitoral reduz o período em que a AR pode ser dissolvida. Mas um governo minoritário só pode manter-se em funções com o apoio da opinião pública.
- E como é que isso se consegue.
- Evitando medidas impopulares.
Quadratura do Círculo, hoje
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António Costa não poderia ter sido mais claro. O governo que vai tomar posse dentro de dias será a antítese daquele que governou durante os últimos quatro anos para se aguentar na corda bamba. Aguentar-se-á?
É difícil porque a margem de manobra é muito estreita. Mesmo que desista de consolidar algumas das reformas introduzidas (avaliação dos professores, Código do Trabalho, etc.) não pode fugir à perseguição do crescimento da dívida externa, do descontrolo do défice, do desequilíbrio da balança comercial, da incerteza que continuará a provocar a deserção do investimento em actividades dedicadas à produção de bens e serviços transaccionáveis.
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O mote está dado: "Propomos o diálogo mas eles recusam-se a colaborar".
Daqui a menos de dois anos, quando a AR puder ser dissolvida haverá novas eleições à procura de outra maioria absoluta.
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É estranho, dizia A Costa (e lamentável, acrescento eu) que só em Portugal não sejam possíveis acordos de coligação para governar o país, uma situação corrente na generalidade dos países europeus.
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Estaria este PM realmente interessado numa coligação? Percebe-se que não estava.
Mas os outros partidos facilitaram-lhe os intentos ao continuarem a proclamar que não estavam e continuam a não estar disponíveis para governar ou apoiar o governo liderado por ele.
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