Tuesday, October 06, 2009

END THE PIB

Os indicadores económicos, ou quaisquer outros, são instrumentos de informação de uma parte da realidade a que se reportam. O PIB é indicador mais utilizado em análise económica mas está muito longe de poder sintetizar toda a infinidade das vertentes em que a realidade social e económica se evidencia.

Não sendo um indicador soberano é, no entanto, geralmente tido como tal. Não há relatório macroeconómico que não dê destaque ao crescimento económico em função da variação do PIB. O PIB é a meta móvel para onde todo o pelotão corre. É uma corrida racional? Parece que não, mas para discutir a questão importaria antes discutir o que é racional. Uma discussão que tem milénios, apesar de ser a razão o handicap que marca a diferença entre o homem e os restantes bichos.

O artigo que ontem coloquei aqui, a propósito de um relatório de uma Comissão criada por Sarkozy, liderada por dois Nobel da economia, Stiglitz e Amartya Sen, com o objectivo de formular um indicador susceptível de substituir o PIB como referência do crescimento desejável. Para já, a coincidência na substituição existe mas o substituto está ainda longe de ser encontrado.
No dia em que o for, passará o PIB à condição de indicador secundário? A curto e médio prazos, penso que não. A longo prazo, não estaremos cá para nos deslumbrarmos com uma economia feita de outro modo.
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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD ) publicou em 1999 o primeiro relatório elegendo um indicador de desenvolvimento humano (IDH) que integra para além do PIB*a esperança de vida à nascença, a taxa de alfabetização de adultos e a taxa de escolaridade.
Tem tido um impacto reduzido na avaliação da performance das sociedades.

O indicador procurado pela Comissão Sarkozy (e por outros autores, economistas e psicólogos que têm vindo a explorar outras vias para análise económica) não procura um indicador complexivo como o PNUD mas um conceito que introduza na análise uma forma de observar a realidade económica distinta daquela que deu à economia estatuto científico.

O relatório do PNUD deste ano, acaba de ser publicado e dele se reproduz no quadro (que tem se ser ampliado, clicando nele, para poder ser lido) parte ranking dos países segundo o IDH.

Para além das muitas leituras que o documento permite, realço, por agora, o facto de entre 1997 e 2007 (o relatório do PNUD reporta-se sempre ao penúltimo ano relativamente ao ano de edição) Portugal ter caído do 28º. lugar para o 34º. Em termos de PIB, caiu, no mesmo período d0 31º. lugar para o 42º.

Andamo-nos a portar mal. E é pouco provável que outro indicador venha a alterar substancialmente a apreciação do nosso comportamento colectivo.

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* PIB per capita e em termos de paridade de poder de compra.

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