Friday, October 30, 2009

A GRANDE GUERRA

No "Expresso da Meia Noite" estão o líder da Fenprof, um professor do ensino secundário, um representante do PSD, outro do CDS. Do professor do ensino secundário, há pouco mais a dizer que a sua escola (em Grândola) fez a avaliação porque já havia experiência de autoavaliação.
Quantos aos representantes dos partidos, os seus depoimentos mereceram abanos de cabeça aprovadores do líder da Fenprof: O do PSD porque propõe o retorno à estaca zero e a adopção de um processo de avaliação que não definiu; o do CDS, propõe um modelo idêntico ao "adoptado no ensino particular" recorrendo à autoavaliação, sem quotas. O líder da Fenprof, para além dos argumentos batidos (burocracia, falta de diálogo, etc.) sublinhou a rejeição das quotas. Esclareceu ainda que, mesmo no ensino particular, o sistema só está em vigor em 18% dos estabelecimentos de ensino do sector.
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É na questão das quotas que reside o nó górdio da avaliação dos professores. A proposta do CDS é demagógica. Porque o CDS sabe perfeitamente que as quotas existem no ensino privado só que não são evidenciadas. Os dirigentes dos estabelecimentos de ensino particulares aplicam critérios de avaliação, independentemente da existência de sistemas de avaliação, formais ou não, que premeiam os que julgam mais capazes. Todas as empresas procedem intuitivamente do mesmo modo mesmo que não façam a menor ideia do que é um sistema elaborado de avaliação.
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No ensino público, e mais geralmente em todos os serviços públicos a inexistência de quotas, equivale à não existência de avaliação, porque de um modo geral quase todos serão considerados bons pelos avaliadores sobre os quis não recaem quaiquer ónus pela bondade relaxada da sua avaliação. Passa-se uma situação semelhante em organizações privadas complexas onde a existência de critérios de avaliação e a imposição de quotas é um instrumento, eventualmente o menos mau de todos os sistemas, capaz de impor homogeneidade e equilíbrio na avaliação de um universo numeroso de avaliados.
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Ouvindo os partidos da oposição (o do governo ainda não se pronunciou) fica-nos a sensação de que continuam em campanha eleitoral após as eleições. Sobretudo da parte do PSD, que acusa nitidamente a irresponsabilidade de quem aguarda um outro líder.
Quando não há quem marque o rumo ao barco a irresponsabilidade fica à solta entre a tripulação.

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