Declaração integral do Comité Nobel sobre a escolha de Barack Obama
Obama ficou tão surpreendido quanto o mundo inteiro com a atribuição do Nobel da Paz deste ano.
Depois da surpresa, veio a expectativa acerca da reacção do premiado. O Nobel da Paz é, por natureza, determinado por razões políticas. E este ano, provavelmente mais do que em qualquer outra ocasião no passado, percebe-se que à atribuição do Nobel esteve subjacente a intenção de fixar a actual administração americana à realização das políticas que ela mesma formulou: desarmamento nuclear, retirada do Iraque, envolvimento das Nações Unidas na guerra contra o terrorismo, promoção de medidas de protecção ambiental, a paz no Médio Oriente.
Saiu-se bem Obama também desta vez: reconhece que não merece o Nobel por aquilo que fez até agora em prol da paz mas daquilo que os EUA estão agora comprometidos a realizar nesse sentido.
Poderia ter rejeitado o Nobel? Poderia, mas com isso diria ao mundo que não aceitava o desafio que Oslo lhe enviara. Aceitando-o, fica ele e ficam os norte-americanos condicionados pelo rumo que o Nobel permanentemente lhes vai relembrar.
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