Wednesday, September 30, 2009

O JOGO DA CABRA-CEGA


Juiz impedido de ver documentos do caso dos submarinos
Sigilo profissional. Foi este o argumento invocado pelo escritório Sérvulo & Associados, cujo sócio principal é Sérvulo Correia, para impedir que o juiz de instrução que ontem acompanhou as buscas ao escritório do advogado tivesse acesso a toda a documentação apreendida, relativa ao negócio da compra, em 2004, de dois submarinos pelo Estado português. Por isso mesmo, os documentos foram selados e remetidos ao Tribunal da Relação de Lisboa, que avaliará a possibilidade de os mesmos serem integrados no inquérito.
Estado pode sair prejudicado das contrapartidas
Ministério Público faz buscas em escritórios que participaram na compra de submarinos
Buscas estendem-se a quatro escritórios que participaram na compra de submarinos

TRANSEXUALIDADE À SOLTA


Presença de peixes transexuais nos rios em toda região de Washington DC.
Foi detectada há um par de anos por acidente- levaram um peixe para a um fisiologista marinho por causa de uma infecção- e ele percebeu que o peixe era um macho com ovas.
Recolheram, então, uma amostra maior e em vários rios com o propósito de averiguarem a situação, e descobriram que a maioria dos machos tinham desenvolvido ovas. Para leigos não e fácil distinguir- e portanto não se sabe quando começou. Julga-se que tem a ver com a concentração de anticonceptivos hormonais nas águas nos rios, vindos de estações de tratamento municipais- porque as hormonas não são degradadas pelos métodos de tratamento mais convencionais. Para além de hormonas, também se sabe que há quantidades mensuráveis de antibióticos e de um dos anti-depressivos mais comuns nas águas dos rios e, daí, também na água potável.
(inf. da nossa correspondente em Washington DC)

AS FONTES DAS VIRGENS OFENDIDAS

- E então, que me dizes ao dircurso do Cavaco?
- Digo-te que conseguiram levá-lo até à casa da mariquinhas. A partir daí, ficaram todos em casa.
- O que é queres dizer com isso?
- Que tanto o PSD como o PS enveredaram pela via da politiquice rasteira e o PR não soube, ou não conseguiu, evitar que o arrastassem para uma polémica sem sentido, porque sem conteúdo, atiçada por alguma comunicação social para gáudio da restante.
- Mas não achas que o PS tem razão quando invoca que a intervenção de R Junqueiro o responsabiliza apenas a ele enquanto membro (deputado) de um órgão de soberania?
- Uma das características da politiquice rasteira é aproveitar-se das aparências para justificar a realidade. E, na realidade, a intervenção de Junqueiro (que esteve na origem de toda esta disputa balofa) sustentou-se numa notícia publicada num semanário de reduzida tiragem que
denunciava a participação de assessores do PR na elaboração do programa do PSD. Ora Junqueiro gritou a sua indignação (hipócrita, porque a mesma prática observada em presidências anteriores nunca merecera reparos) num comício do PS onde se encontravam os mais altos dirigentes do partido. Quem não queira ser inocente pode presumir que a notícia do semanário foi encomendada e o discurso de Junqueiro uma incumbência. Aí alguém, assessor em Belém, terá perguntado? Como é que eles sabem? Andam a espiar-nos?
Dito de outro modo, quando se envereda pelo diz-se, diz-se, na casa da mariquinhas o mais certo é acabarem as damas de serviço a esganarem-se e os frequentadores de rabo ao léu.
- Queres dizer que Belém não tem culpas no cartório.
- Tem, claro que tem. Mesmo na véspera das eleições, o Expresso fazia do caso a manchete da primeira página: "Belém insiste, secretas negam. Fontes da Presidência insistem que o caso é "grave"". As fontes das virgens ofendidas constituem a maior garantia de sucesso das tiragens e audiências. Mário Crespo contava ontem no Jornal da Sic Notícias que Nunes Liberato contactou Pinto Balsemão para este apertar os calos ao Crespo e PBalsemão, muito autónomo, não apertou nenhuns calos e contou o caso ao visado. Portanto, as fontes das virgens ofendidas não secam com os calores do Verão. Mantêm um caudal regular e abundante ao longo do ano. E correm de todos e para todos os sentidos.
- E agora?
- Agora, ou na casa da mariquinhas acaba por entrar algum bom senso e cada um engole os sapos que tem a engolir ou ficaremos todos infectados durante largo período. Num país gripado, mais um contágio só não é mortal porque o país não morre, mas fica em coma.
------------

O QUE É ISTO?

clicar para ampliar
Saturn at Equinox

Tuesday, September 29, 2009

O JOGO DA CABRA-CEGA

Buscas estendem-se a quatro escritórios que participaram na compra de submarinos
As buscas efectuadas no âmbito da investigação sobre a aquisição de dois submarinos U-214 pelo Estado português a um consórcio alemão estão a decorrer em quatro escritórios de advogados, disse fonte ligada ao processo.

RESCALDOS

(...) os resultados do PSD de MFLeite estão em linha com o que é a sua votação histórica:
Ano - Votação do PSD
1975 - 26.4
1976 - 24.4
1979 - 25.7
1980 - 27.1
1983 - 27.2
1985 - 29.9
1987 - 50.2
1991 - 50.6
1995 - 34.1
1999 - 32.3
2002 - 40.2
2005 - 28.7

(...) Nos anos de coligações da AD, dividi os votos entre o PSD e o CDS com base nas distribuição de votos que houve nas eleições anteriores à AD.PPS As eleições de 1975 foram para a constituinte.
Comment by LA-C
.

Caro Luís,

Insisto, sobretudo para lhe agradecer a atenção que lhe mereceu o meu comentário.

Confirma-se que os maiores partidos têm um “núcleo duro” de militantes e simpatizantes tão fiel como os adeptos da bola. O do PSD andará pelos quase 30%.
Para além deste núcleo duro, os resultados eleitorais são influenciados pelos votos oscilantes. E aí, a capacidade dos líderes do momento provoca a diferença.
Eu nunca me convenci que os resultados das europeias pudessem, de algum modo, replicar-se nas legislativas. São campeonatos diferentes e os líderes também. O confronto Vital Moreira-Paulo Rangel não foi um ensaio geral do Sócrates-Ferreira Leite.*
Sócrates tinha-se submetido (na ordem interna) e tinha sido submetido (pela crise global) a um desgaste que Ferreira Leite não soube (porque não é capaz) aproveitar.
Depois o conjunto de casos desfez o resto das ilusões.
O modelo que utilizaram não conta nem poderia contar (porque não é, nem pretende ser, um exercício de adivinhação) com estes imprevistos.
-----
*Vital Moreira classifica hoje no Causa Nossa os vencedores e vencidos das legislativas de Domingo passado. Obviamente, o PS é para Vital Moreira o grande vencedor:" Desde Junho, com a derrota nas eleições europeias, até há pouco tempo, ninguém ousaria dar por segura uma vitória eleitoral do PS, ainda por cima com uma margem tão expressiva como a que conseguiu. Um feito!"
Vital Moreira parece esquecer, no entanto, que foi ele o grande responsável pela queda do PS nas europeias e que a diferença maior entre as duas eleições esteve entre os seus principais protagonistas: Vital Moreira e Paulo Rangel, por um lado e J Sócrates e MFleite, por outro.
A votação do PS nas autárquicas foi quase tão abalada negativamente pela intervenção de VMoreira quanto a do PSD o foi pela de MFLeite.

SINAIS DE FUMO

Monday, September 28, 2009

CONVERSAS AO ALMOÇO

- Então, votaste no Jerónimo ou no Portas?
- Votei na Manuela. Para acabar com a maioria absoluta do PS.

SÓ PERDEU O QUE GANHOU

clicar para aumentar
.
Geralmente, é sempre assim: Na noite das eleições só há vencedores, raramente há vencidos. Até o PSD, só por ter acalentado a ideia de repetir os resultados das europeias, esquecendo-se que este era outro campeonato, poderia ter reclamado vitória: afinal, apesar da soturnidade e ambiguidade com com que MFLeite conduziu a campanha eleitoral, os PSD cresceram dos 28,77% de PSLopes e 75 deputados para 29,09% e 80 deputados (admitindo que, pelo menos, lhe cabem 2 pela emigração). O CDS, isto é, Paulo Portas, passou de 7,24% e 12 deputados para 10,46% e 21 deputados. O BE, isto é, Francisco Louçã, cresceu de 6,35% e 8 deputados para 9,85% e 16 deputados. Finalmente, a CDU, isto é o PCP, passou de 7,54% para 7,88% e de 14 deputados para 15. Foi pouco, mas é com segurança que o PCP, perdão a CDU, avança!
.
E, agora, José?
.
Agora está tudo embrulhado. O PS, o vencedor incontestado, perdeu deputados para todos, perdeu a maioria absoluta mas não perdeu o direito de constituir Governo.
.
Com quem? Com ele.
Até que um dos outros se atreva a derrubar o Governo obrigando a novas eleições.
Entretanto, o país não pára, anda para trás.

Sunday, September 27, 2009

O DIA SEGUINTE


No dia 31 de Maio de 2008, escrevi aqui ,no Aliás isto:
.
Já tinha avisado: Se o neto nascesse por estes dias, ela abandonaria a campanha e voaria para Londres. E cumpriu. Cancelou o encerramento da campanha e, logo de manhã, embarcou para ver o neto.

M Ferreira Leite foi empurrada para esta aventura tardia. Mas devia ter assumido plenamente a sua condição de avó acima de qualquer suspeita, e evitar esta situação estranha em candidatos a primeiro-ministro.

Porque, definitivamente, M Ferreira Leite ou já jogou a toalha ao chão ou nunca quis sequer saber da toalha. Pressente-se que verá a sua eventual derrota amanhã com o maior alívio. Mas, se por razões a que se quis alheia, ganhar estas directas, adivinha-se que não tem fôlego nem pachorra para aguentar a incumbência por muito tempo. Se não for antes, depois das legislativas de 2009, que o PSD muito provavelmente não ganhará, os sociais-democratas-liberais-personalistas-i-tutti-quanti estarão de novo em directas e congresso.


No dia seguinte, com um bilhete para a Manuela, Pacheco Pereira colocava no Abrupto um açafate de flores.

Fica sempre bem a um cavalheiro ser galante com as senhoras, mas a paixão ou a miopia política podem impedir a visão das evidências. Há mais Manuelas na terra, claro que há, mas em política até as flores são aquilo que parecem.

HÁ 35 ANOS




clicar para aumentar









Entre Abril e Dezembro de 1974 os acontecimentos políticos sucederam-se em catadupa. A implantação do Estado Democrático foi acidentada e só viria a ter alguma serenidade democrática a partir da contenção do golpe de 25 de Novembro de 1975 e das eleições de 26 de Abril para a Assembleia da República em 25 de Abril de 1976.
Os resultados para a Assembleia Constituinte (25/4/1975) e para a 1ª. Legislatura da AR (25/4/1976) reflectem a inflexão produzida por um ano de radicalismos, iniciado com o golpe de Março de 75, que favoreceu o PCP, por um lado, e o CDS, por outro.
.
PS - Const.- 37,87% -116 deputados; AR- 34,97% - 106 deputados
PPD - 26,39% - 81; 24,02%- 71
PCP - 12,46% - 30 ;14,56% - 40
CDS - 7,61% - 16 ;15,91% - 41
MDP - 4,14% - 5 ;
UDP - 0,79% - 1 ;1,69% - 1
.
Já uma sondagem feita entre 5 e 31 de Dezembro de 1974, e que incluía uma inquirição acerca das intenções de voto (provavelmente uma das primeiras, se não a primeira a realizar-se em Portugal), apresentava os resultados seguintes:
.
PS - 45,1%;PPD - 33,3%;PCP - 11,8%;MFA - 5,9%;MDP/CDE - 2%;CDS - 2%
Responderam 51% dos inquiridos pelo que os valores apresentados resultam da extrapolação linear dos resultados das respostas. O estudo foi conduzido por entrvistas pessoais e directas junto de uma amostra de 6629 indivíduos, seleccionados aleatoriamente, de ambos os sexos, maiores de 18 anos
.
Se compararmos estes valores com os observados nas últimas eleições legislativas (Fevereiro de 2005):
PS - 45,03%; PSD - 28,77%; PCP - 7,54%; CDS - 7,24%; BE - 6,35%,
é curiosa a similitude dos resultados, e é notório que, volvidos 35 anos, a direita, segundo o entendimento generalizado do conceito, não conseguiu impor-se de forma sustentada acima da fasquia dos 40%. A ultrapassagem feita por C Silva não teve antecedentes nem voltou a repetir-se.
.
E hoje, tudo leva a crer, também não. Entre uma direita que não se afirma e uma esquerda extremada que se alimenta do desespero dos mais atingidos pela quase estagnação em que o país mergulhou há uma década, e com a qual não se pode contar para um programa de governo do país consentâneo com a sua condição de membro da União Europeia, há um bloco central que foi sempre fortemente maioritário mas raramente colocou os interesses do país acima dos interesses partidários.
.
Assim, quaisquer que sejam os resultados de hoje, não se muda de vida.

8 DE JUNHO DE 1958

- Morreu alguém?
O Pai estava a engraxar os sapatos, uma cerimónia que antecedia qualquer funeral de amigos e conhecidos. Vestia o fato escuro, punha gravata preta e calçava sapatos engraxados.
- Não, que eu saiba não morreu ninguém, respondeu, e continuou a engraxar.
- Então, onde vais de sapatos engraxados?
- Vou votar.
- Votar? Votar, para quê? Muda alguma coisa?
- Nunca se sabe.
- Eles não vão deixar o outro ganhar.
- Pois não.
- Nem que tenham de lhe dar um tiro.
- Também me parece.
- Então, porque votas?
- Os sapatos estavam a precisar de levar graxa.
---------
Eleições Presidenciais em Portugal (1958)
Eleições presidenciais de 1958

O QUE É ISTO?

clicar para aumentar

Saturday, September 26, 2009

SONDAGENS E COMBUSTÍVEIS

Há dias coloquei aqui a hipótese de haver um efeito "rebanho" que justifica o alinhamento das sondagens publicadas das intenções de voto, procurando, deste modo, uma explicação palusível para o erro que todas, sem excepção, cometeram nas sondagens para as europeias.
.
Ontem, durante um programa da Sic notícias em que a questão da fiabilidade das sondagens era discutida, ouvi a um dos intervenientes comparar o alinhamento das sondagens com o alinhamento dos valores dos combustíveis anunciados com 8 quilómetros de antecedência nas autoestradas. Também já me tinha ocorrido a ideia.
.
Os distribuidores de combustíveis poderão garantir que nenhum acordo existe entre eles para um alinhamento tão notório mas a ninguém passa despercebido, e provavelmente à Autoridade da Concorrência também não, que nenhum acordo explícito é necessário para que o "cartel" exista. Referi-me, aliás, a esta questão nos comentários que anotei neste caderno quando a questão dos preços dos combustíveis mobilizou a opinião pública.
.
Do mesmo modo, é suspeito o alinhamento quase perfeito dos resultados das sondagens publicadas. As razões são, obviamente, diferentes daquelas que provocam o alinhamento dos preços dos combustíveis. Mas, na origem, está em ambos os casos a mesma razão: a dos custos das diferenças.
.
Se amanhã o PSD ganhar as eleições (hipótese provável, segunda as sondagens, há uma semana, mas altamente improvável desde anteontem) ou o PS vencer com maioria absoluta (hipótese altamente improvável, segundo as sondagens, há uma semana, mas com alguma probabilidade desde anteontem, ainda que não geralmente admitida) as sondagens, novamente alinhadas erram, outra vez, todas. Em qualquer caso, serão ou todas ganhadoras ou nenhuma perdedora. Como as gasolineiras.

O PESO DA ESTUPIDEZ

Lê-se num artigo do Expresso, saído ontem, "O peso do estudo", que
.
- os manuais do ensino básico (os autores do artigo tomaram o 7º ano de escolaridade como exemplo) chegam a pesar seis quilos;
- 69% das crianças e jovens apresentam alterações de coluna devido ao peso das mochilas, segundo um estudo da Universidade do Minho;
- 72% por cento d0s alunos queixam-se de dores nas costas e nos ombros, de acordo com a mesma pesquisa;
- 750 gramas é o pso máximo que cada manual escolar do 5º ao 9º ano pode ter. No 1º. ciclo, os livros não podem pesar mais que 550 gramas;
- à mochila, com os livros e cadernos, e ao saco de ginástica, junta-se agora o "Magalhães".
- as mochilas do ensino do básico e secundário pesam, em média conco quilos, mas há dias em que os jovens carregam nove ou dez;
- nem um marine altamente treinado transporta mais de 30% do seu peso, como fazem alguns alunos portugueses.
.
No tempo da outra senhora, dizia-se que "um burro carregado de livros é um doutor".
Agora, a ironia do aforismo passou a ser levada à letra.

Friday, September 25, 2009

G 2

Four things you must know about the global puzzle
By Philip Stephens
.
From New York to Pittsburgh you could hear the crunching and grinding of geopolitical plates. The latest jamborees at the United Nations and the Group of 20 leave the new global landscape still very much a work in progress. Some of the contours, though, stand in sharper relief.
To my mind, four things stood out from this week’s surfeit of summitry: China’s, albeit reluctant, embrace of multilateralism; the rising challenge from the Middle East to western and, especially, US power;
Barack Obama’s effort to frame new rules for the global game; and Europe’s place on the margins of influence.
Hu Jintao grabbed many of the headlines with a softening of his position on climate change. The Chinese president’s pledge to cut the carbon-intensity of China’s economic growth is no guarantee of a deal at December’s global warming summit in Copenhagen. Mr Hu’s initiative underscored, though, a big shift in China’s approach to the world.
Beijing is at last owning up to the fact that it is a leading actor on the global stage. A year or so ago, China was still clinging on to an essentially passive role in international affairs. Western injunctions for it to act as a responsible stakeholder in the multilateral system were met with protestations that such demands were premature: China was still a developing country, and it prized non-interference above western concepts of mutual dependence.
The global economic crisis upended that strategy by showing that Beijing cannot detach its domestic from its international interests. True, China has had a good crisis, demonstrating that it can continue to grow while the west is in recession. But the collapse of its exports has served as a potent reminder of the inextricable ties woven by globalisation.
This interdependence is taken for granted in western capitals. For Beijing it carries the uncomfortable implication that states have a legitimate interest in the framing of others’ domestic policies.
None of this is to say that China is about to become an easy touch in the international diplomatic game. But it has begun to understand the importance of soft power, exchanging a prickly resentment at anything that smacks of interference for an effort to make friends and influence people.
The challenge to the west from the Middle East was symbolised by the malevolent presence in New York of Iran’s
Mahmoud Ahmadi-Nejad. But the shifting balance of power is about more than Iran’s nuclear ambitions and its president’s Holocaust denial. American power in the region has been hobbled by the war in Iraq, the insurgency in Afghanistan, and by a consequent perception among Arab states that Washington cannot deliver.
By a stroke of irony, the diminished status was given concrete form this week by America’s closest ally in the
region. Israel’s
Benjamin Netanyahu rejected Mr Obama’s call for Israel to meet its international obligations by halting the expansion of settlements in occupied Palestinian territory. The Israeli prime minister’s blunt rebuff signalled that he, too, sees the US as a waning power. The only way for the US president to recover his authority would be to set out publicly Washington’s parameters for a final settlement between Israel and the Palestinians. The question is whether he will take the risk.
The US, of course, remains the world’s sole superpower, stronger than its rivals in every dimension. If Washington cannot always get its way, no other nation is anywhere near ready to replace it as the guarantor of global security. That said, Mr Obama’s appeal for the rest of the world to share the burden of leadership was a neat way of admitting that the US is an insufficient superpower.
To be fair to the US president, he has understood this for some time. There is method in his diplomacy and in the effort to restore the authority of international institutions scorned by his White House predecessor. The effective exercise of US power demands legitimacy; and legitimacy requires the US to accept the rules applied to others. The US effort to revive the nuclear non-proliferation treaty is a tangible step in that direction.
Mr Obama’s task is made no easier for his recognition of these facts of geopolitical life. The question asked by allies as well as opponents in Washington is why, if everyone likes him so much, Mr Obama is not getting what he wants. The answer is an unpalatable one for a superpower accustomed to winning: the world is not like that any more.
Europe’s marginalisation has been long in the making, though its leaders would like to pretend otherwise. Nicolas Sarkozy this week was once again standing on tip-toe in the effort to be heard. He wants another global summit in November. The problem is that the French president’s relentless activism seems to have become an end in itself.
Gordon Brown is not faring any better. Back in the spring he claimed a front-of-house role in tackling the financial crisis. As the threat of economic Armageddon has faded so too has Mr Brown’s lustre. This week the beleaguered British prime minister was fighting off headlines saying he had been snubbed by Mr Obama.
An invisible Angela Merkel could claim she was distracted by this weekend’s
German election. But the chancellor has long pursued a foreign policy best described by calculated inertia. Friends of Germany harbour hopes that an election victory would see Ms Merkel playing a more creative role. But these are hopes rather than expectations.
Missing is anything resembling a European view of the shape of things to come. Even on climate change, where the European Union made much of the early running, its influence is now being eclipsed by talk of a grand bargain between Washington and Beijing. In Mr Obama Europeans got the US president they wanted. But, more concerned to hang on to the present than to recast the future, they had not thought what to do next.
Put all these trends together and we are left with the global puzzle. Optimists will see in America’s new-found realism and in China’s cautious multilateralism the glimmer of a chance to assemble the pieces of a new geopolitical order. Pessimists will see as many hands seeking to break the puzzle as to solve it. Success or failure in Copenhagen will give an important clue as to which side is right.
philip.stephens@ft.com

CONVERSAS AO ALMOÇO

- E você, já sabe em quem vai votar?
- Voto sempre no mesmo. Não sou camaleão. Voto pela minha ideologia.
- Ideologia só conheço duas: a comunista e ...
- ... a nacional socialista.
- Onde há ideologia dominante extinguem-se as ideias.
- Concordo.
.
E fiquei sem saber qual o partido em que ele vota sempre.

Thursday, September 24, 2009

O JOGO DA CABRA-CEGA

O Tribunal Constitucional deu razão, quarta-feira, a Avelino Ferreira Torres e aceitou a sua candidatura independente à Câmara do Marco de Canaveses. Uma decisão acatada pelos restantes candidatos mas que deixou o PS em silêncio.
"Era uma decisão esperada". Foi assim que Avelino Ferreira Torres reagiu ao acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que validou a sua candidatura independente à Câmara do Marco de Canaveses. O TC deu provimento, assim, ao recurso que o ex-autarca apresentou à decisão do tribunal local que havia 'chumbado' a sua candidatura, mediante uma solicitação apresentada pela Concelhia do PS

O APRENDIZ DE POLÍTICO

Eu daria a este seu post um outro título:
“O aprendiz de político”.
Começa pela palha, como tirocínio, como forma de ganhar experiência para mais altos roubos.
Acontece, frequentemente, em Portugal.
Onde é que está o insólito da notícia?
.
O número três do partido de Portas à Câmara de Moura foi apanhado pela GNR. Estaria a desviar palha de uma herdade
Um candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Moura, de seu nome Pedro dos Reis, foi detido sexta-feira pela GNR por, alegadamente, estar a furtar palha numa herdade localizada na periferia da cidade alentejana, avançou ao DN fonte da Guarda, acrescentando que o homem, de 63 anos, foi interrogado e constituído arguido, ficando a aguardar em liberdade o desenrolar do processo.
A cabeça de lista e presidente da distrital de Beja do CDS, Sílvia Ramos, confirma o envolvimento do seu "número 3" no caso, mas diz que isso não a fará alterar a composição da lista.
"A minha decisão é simples. Somos democratas-cristãos e está explícito na Bíblia que quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não é por meia dúzia de fardos velhos que vamos tirar a pessoa da lista, neste momento. Cabe à Justiça e a Deus julgarem o acto", diz a líder centrista em Beja.

CONVERSAS AO ALMOÇO - 2

- E tu, em quem votas?
- Estava a pensar votar no Jerónimo mas talvez vote no Portas.

CONVERSAS AO ALMOÇO

- Não, eu não gosto da personagem, pela sua trajectória enquanto indivíduo. Mas valorizo grande parte da sua intervenção como político. De modo que, como tudo leva a crer, o PS ganhará as eleições, com ou sem maioria absoluta, sou tentado a votar PS para evitar que, em caso de maioria relativa, o PS seja obrigado a fazer acordos com o BE ou o PCP.
- Disparate. A única coligação que faz sentido é o Bloco Central. O país está numa situação que exige um governo de salvação nacional. Além disso estou convencido que o PSD vai fazer um bom resultado.
- O PS vai ganhar com maioria absoluta, porque as pessoas votam em função da defesa do seus interesses, e o PS é o partido que pode garantir a estabilidade necessária.
- Poi eu voto na Manela. Votei PS uma vez na vida, no Guterres, e fiquei vacinado. Eu nunca daria o meu voto a um tipo que tem tanta porcaria à volta. Do mesmo modo que nunca votaria Isaltino, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras. Não, acima de tudo prezo a honestidade.
- Também voto na Manela. Pelo menos ela não vai fazer os disparates que este promete fazer, estando o país de tanga.
- Este também não fará tantos. Custam dinheiro e o país está teso.
- Mas tem o PSD algumas possibilidades de sair vencedor?
- Não tem.
- Não tem.
- Também acho que não.
- Nesse caso, teremos um PS coagido pelo BE, ou pelo PCP.
- É a situação ideal. Durará dois anos, se tanto. E aí o PSD terá todas as hipóteses. Não com a Manela, está visto.
- Com quem, então?
- Não sei.
- Eu penso que, apesar de tudo, este Governo tem algum mérito. Na educação, por exemplo.
- A educação foi um desastre completo.
- Mas encerrou as escolas com um número reduzido de alunos...
- Aí esteve bem.
- Prolongou o número de horas de presença na escola, adoptou as aulas de substituição, introduziu o inglês...
- Aí também esteve bem.
- Introduziu a avaliação de desempenho...
- Um desastre completo.
- Mal implementado, talvez. Mas necessário.
- A ministra dizia há dias que há mais magalhães para distribuir mas isso só acontecerá se o próximo governo for um governo PS.
- É chantagem.
- Não há dúvida.
...
...
...
- Vamos aos prognósticos. A maioria mais perdedora paga o almoço da minoria mais ganhadora.
- PS - 39%, PSD - 33%, BE - 12%, PCP - 8%, CDS - 8%, Abstenção - 30%
- PS - 43%, PSD - 32%, BE - 11%, PCP - 7%, CDS - 7%, Abt - 30%
- PS - 39%, PSD - 32%, BE - 10%, PCP - 9%, CDS - 7%, Abt - 40%
- PS - 36%, PSD - 33%, BE - 11%, PCP - 9%, CDS - 6%, Abt - 42%
- PS - 36%, PSD - 35%, BE - 10%, PCP - 9%, CDS - 8%, Abt - 40%
--------
- PS - 38%, PSD-29,9%,BE-9,4%,PCP-8,4%,CDS-7,7%, Abt-

OS NÚMEROS DA DROGA E A DROGA DOS NÚMEROS

Há dias, congratulava-me aqui com uma referência positiva num artigo do Economist a Portugal.
Por serem raras as referências favoráveis não quis perder a oportunidade de registar no meu caderno de apontamentos a passagem desta rara avis.
Afinal parece ter havido equívoco ou contas mal feitas. Ou conflitos de interesses. O que é, lamentavelmente, frequente em Portugal. A cada qual os seus algarismos.
Num artigo publicado no Público de ontem, Manuel Pinto Coelho, presidente da Associação para um Portugal Livre de Drogas, contraria frontalmente as conclusões a que o artigo do Economist, baseado num relatório do Cato Institute de Washington, se referia.
Nomeadamente,
.
"no ano de 2006, em Portugal o número total de mortes por overdose não diminuiu radicalmente em relação a 2000, nem a percentagem de doentes com sida baixou. Sucedeu o oposto."
"Com 219 mortes de overdose por ano, Portugal apresenta um dos piores resultados, com uma morte em cada dois dias. Com Grécia, Áustria e Finlândia, é um dos países que registaram um aumento de mais de 30% em 2005.
"A descriminalização das drogas em Portugal não permitiu de forma alguma a diminuição dos níveis de consumo, pelo contrário. Na realidade o consumo de droga aumentou 4,2% "
"Em Portugal, desde que a descriminalização foi implementada, o número de homicídios relacionads com a droga aumentou 40%. Foi o único país europeu a evidenciar um aumento significativo de homicídios entre 2001 e 2006 (WDR, 2009).
.
Em quem podemos acreditar?

EQUINÓCIO

clicar na imagem para aumentar Equinox Sunset

Wednesday, September 23, 2009

SONDAGENS

Não, não vou comentar sondagens. Recuso-me. Há muita gente a fazê-lo com muito mais conhecimento de causa do que eu. Também não vou comentar a sua congénita falibilidade, nem a sua interferência nas decisões de voto dos eleitores.
Se pego no tema é por uma razão que não vi avançada em parte alguma.
.
Muito se tem comentado acerca do falhanço total das sondagens às intenções de voto para as eleições europeias. E continuo com uma dúvida. Essa dúvida é a única razão deste apontamento que, aliás, coloquei à consideração de uma autoridade na matéria.
.
Se os resultados de uma sondagem para publicação fossem completamente desfasados dos anunciados por outros que faria o responsável da sondagem tresmalhada? Imagino que mandava rever as contas, os procedimentos, as regras. Assuma-se que tudo, afinal, estava conforme salvo os resultados que persistiam "estranhos". Que fazia o responsável por esta sondagem espúria? Publicava-a correndo o risco de ser considerado um "fora de série", se acertasse, mas posto porta fora se flagrantemente errasse?
.
Geralmente, as pessoas entre o risco de um prémio transitório e uma penalização definitiva preferem não abandonar o rebanho. Aconteceu isso durante as sondagens às intenções de voto nas europeias?
.
Não sei. Mas se houve um factor "errático" que torpedeou as sondagens é no mínimo estranho que nenhuma sondagem tenha tropeçado nele.
Penso que alguém tropeçou. Mas massajou os valores e incorporou-se no rebanho. E calou-se.

CEU

Se há um pódio para as maiores potências mundias, os lugares cimeiros neste momento são ocupados, o primeiro, inquestionavelmente ainda, pelos EUA, o segundo, menos inquestionavelmente, pela China, o terceiro, muito questionavelmente, pela União Europeia.
.
E digo, muito questionavelmente, porque a União Europeia em dois dos vectores fundamentais que suportam a superioridade estratégica dos blocos em que se reparte o mundo político, defesa e representação externa, apresenta fragilidades evidentes.
.
Não me parece, contudo, que possa atribuir-se à Rússia, ainda a lamber muitas das feridas abertas pelo processo de reconversão a que foi sujeita, nem ao Japão, há muito estagnado depois de décadas em ascensão fulgurante, mérito relativo para ocupar o terceiro degrau.
.
A notícia de hoje de que a Comissão Europeia procura antecipar-se à resolução do G20, marcada para amanhã em Pittsburg, Pensilvânia, na reformulação das regras do sistema financeiro, é um desafio a Obama e uma nota muito positiva de afirmação de quem tem na área económica e financeira uma força que lhe confere mérito suficiente para ser considerada um dos G3.
.
Durão Barroso parece, deste modo, querer aproveitar a oportunidade de um segundo mandato para se afirmar como o representante de um parceiro que quer superar algumas contradições e ser a corpo inteiro uma das potências líderes deste século.
.
China, Estados Unidos, União Europeia, um pódio em paz? Um pódio onde, pelo menos, o terceiro lugar continuará desde já a ser muito disputado.
----

Tuesday, September 22, 2009

OBAMA E A PAREDE

Toda a imprensa internacional realçava a semana passada a grande expectativa acerca dos resultados da conferência sobre as questões climáticas que reunia em Nova Iorque cem chefes de Estado e de Governo. E, muito particularmente, a intervenção do presidente chinês, que prometia ser a vedeta da conferência.
.
Não tendo sido unânimes as conclusões da conferência, o que aliás seria de esperar em matéria tão sensível, não podem deixar de considerar-se as propostas chinesas como mais um vector de consolidação da sua posição no pódio da liderança mundial.
.
Amanhã e depois, realiza-se a reunião dos G20 em Pittsburgh, e é muito provável que a posição chinesa volta a ser relevante. Enredado pelos lobies que parecem apostados em querer comprometer a todo o custo o avanço das suas propostas, e nomedamente das que se referem à regulação financeira, porque para os interesses instalados é sempre cedo demais para a mudança, Obama confronta-se com o protagonismo dos presidentes da China e da Rússia e está a ser forçado a romper o cerco. Se o conseguirá ou não é uma questão que a curto prazo se verá.
.
Mas quero acreditar que sim. Seria dramático para o seu futuro político, porque seria demasiado decepcionante para todos os que viram nele o líder carismático capaz de mudar a América, que continuasse a reboque dos acontecimentos provocados por outros. E seria também não menos dramático para os EUA.
.
Títulos relacionados

O QUE É ISTO?

clicar na imagem para aumentar

Monday, September 21, 2009

END THE FED

Ron Paul, o candidato libertário à nomeação republicana para as últimas eleições presidenciais norte-americanas não o faz por menos: É preciso acabar com a Federal Reserve System, abreviadamente, a Fed.

A leitura deste livro de Ron Paul não acrescenta nada de muito significativo às suas posições há muito conhecidas mas tem sobretudo o mérito de lhes dar uma forma mais estruturada. O título da crítica ao livro feita no site da Bloomberg - End the Fed? Ron Paul Is Wrong for All the Right Reasons - resume bem a apreciação justa que a sua leitura suscita: Ron Paul fundamenta as suas conclusões, obviamente erradas, num diagnóstico formalmente correcto.

Ron Paul é implacável na apreciação negativa que faz dos comportamentos dos banqueiros norte-americanos (que é inquestinavelmente extensível aos banqueiros de todo o mundo capitalista), e sobretudo dos maiores, desde os primórdios da fundação da Fed, e que subsistirá enquanto a Fed existir, segundo ele. Nomeadamente, a prática do benefício ao infractor (moral hazard) decorrente do facto assumido de que os bancos não podem falir, o que lhes permite desfrutar de uma rede sustentada pelos contribuintes para a exibição de exercícios arriscados e proveitos escandalosos. Ron Paul fala em apropriação de lucros e socialização dos prejuízos fomentada pela existência da Fed.

Acabe-se com a Fed, acabe-se com os bancos centrais, os bancos não devem continuar a contar com o apoio do Estado, se em determinado momento não puderem honrar os seus compromissos, se não resistirem a uma corrida ao banco, devem falir.

São relativamente poucos os seguidores de Ron Paul. Mas a reunião dos 20, esta semana, em Pittsburgh, não pode deixar de considerar os factos mais importantes compilados por Ron Paul nesta sua obra. Ou nada mudará no estropiado sistema financeiro internacional.

Sunday, September 20, 2009

SOCCER




Há muito tempo que não me divertia tanto.
Anda por estas bandas do Atlântico uma febre de soccer, o nome dado por cá ao futebol (a palavra soccer deriva deturpadamente de Football Association, a socca), que mobiliza miúdos, e os graúdos deles, de uma forma inesperada aos olhos de quem vive na outra banda atlântica.
Mas não é assim por todos os EUA, avisam-nos. Aqui o país vota nos democratas (os liberais), muitos são estrangeiros, naturalizados ou não, e procuram inspiração na Europa. No miolo, Oklahoma, Mississippi, por exemplo, o soccer é ignorado, a vibração continua à volta do futebol americano, aquele desporto estranho semelhante a uma guerra medieval.
.
Ganharam as nossas equipas. Contributo cá de casa: 8 golos em 10 num jogo (jogámos ao ataque), 1 golo noutro (jogámos à defesa).
Hoje há mais.

O QUE É ISTO?

Ganymede Enhanced

Saturday, September 19, 2009

HISTÓRIA ECONÓMICA EM PORTUGAL

O Professor Joaquim Romero de Magalhães da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra dissertou na sua oração de sapiência, que abriu o ano lectivo de 2009/2010, sobre tardio estabelecimento da história económica em Portugal. A censura do poder político e, sobretudo, da academia, os riscos de citar autores malditos como António Sérgio (fiquei a saber que na universidade só conseguiu ensinar em Santiago de Compostela) ou de pôr em causa o papel e relevância das virtudes atribuídas (como a castidade) ao Infante D. Henrique nos Descobrimentos portugueses, ilustram bem as dificuldades do estabelecimento da história económica portuguesa.

ACERCA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Não, não concordo consigo, Caro JCS
Quando há tempos a ERC (suponho que é essa a sigla) recomendou que os media se abstivessem de publicar a opinião de candidatos, a recomendação foi (e bem, do meu ponto de vista) geralmente repudiada.

Este não é senão um exemplo de não acatamento daquela sugestão.

O que a colunista afirma (poético ou patético, consistente ou demagógico), é escrutinável pelo leitor. Se tem mérito, terá votos; se não tem, perderá.
O mesmo se passa (para dar um exemplo diverso) com a manifestação dos professores marcada quase em cima do acto eleitoral. Prejudicará o Governo, como é intenção dos manifestantes? Não creio. Nesta altura, as opções já foram tomadas, e muitas delas em função de manifestações passadas. Terão essas manifestações reduzido o apoio ao Governo? É difícil saber. Certamente que as políticas do Governo ao atingirem alguns interesses estabelecidos corroeram a sua base de apoio, mesmo até dentro das suas próprias fileiras. Mas não é líquido que das manifestações tenha resultado menos apoio fora do universo directamente atingido. Terão conseguido alguns aderentes externos, mas também terão suscitado apoios ao Governo. Se não fosse assim os resultados das sondagens apontariam noutro sentido.

Quero com isto dizer que a democracia não se compromete com manifestações e comentários. Mas já se corrói com aquilo que fica na penumbra dos indícios e das insinuações. É nesta área pantanosa onde vegeta a dúvida que apodrecem as raízes democráticas. Competiria à Justiça manter arejado o lago democrático em toda a sua dimensão. Lamentavelmente, como sabemos, não o tem feito.

Aí sim, continuam as nossas razões de queixa.

Friday, September 18, 2009

CHINA HOJE

Wheel of fortune turns as China outdoes west

China has emerged as the most significant winner from the global financial and economic crisis. At the end of 2008, many questioned whether China would achieve its growth target of 8 per cent in 2009. Who now dares to do so?
Cushioned by its more than $2,100bn (€1,440bn, £1,260bn) of foreign currency reserves, huge trade and current account surpluses and a robust fiscal position, Beijing has been able to deploy all its levers over the financial system and the economy.
Meanwhile, as one senior Chinese participant at the World Economic Forum’s annual meeting of “the new champions”, in Dalian, noted, “the teachers have made big mistakes”. Indeed, any visitor to Asia will recognise the west’s reputation for financial and economic competence is in tatters, while that of China has soared. The wheel of fortune is turning.
Three immediate questions arise. How has China responded to the crisis? Is its resurgent growth sustainable? How far will its recovery help the world economy?
The answer to the first question is: astonishingly. According to data reported at the end of last week, industrial output expanded 12.3 per cent in the 12 months to August, up from a 10.8 per cent increase in July. This is the fastest growth for a year.

Behind this is growth of bank credit at close to 30 per cent, year-on-year, since March 2009. It is no surprise, then, that fixed-asset investment has also been growing at over 30 per cent, year-on-year, since March and by 33 per cent in the year to August. Year-on-year growth for the second quarter of 2009 was 7.9 per cent, up from 6.1 per cent in the first quarter. Third-quarter figures seem sure to be higher still.
The expectation now is that China will achieve the 8 per cent target by a comfortable margin. In February, March and April of this year, the consensus forecast of China’s growth was “only” 7 per cent. By August, this was up to 8.3 per cent, with a further 9.3 per cent expected in 2010.

Is this growth surge sustainable? In a word, yes. Inevitably, the torrid growth of bank credit and money is spilling over into asset prices, particularly equities. But there is little danger of excessive inflation in an economy with an appreciating currency, fully embedded in a world economy still threatened more by deflation than by inflation, at least in the near term. Moreover, the government is solvent. As premier Wen Jiabao noted in Dalian, “we . . . kept budget deficit and government debt at around 3 per cent and 20 per cent of the GDP respectively”. Should bad loans increase, China is well able to recapitalise its financial system.


more

HEALTH CARE EDUCATION


SAUDADES DE CARAPAU


clicar na imagem da esquerda para aumentar
.
.
.
Quem quiser bacalhau, chouriço ou outras especialidades portuguesas do género, aqui nos States, pode comprar em algumas lojas estabelecidas nas zonas preferidas pelos emigrantes lusos. O bacalhau vem da Noruega, já seco e salgado à nossa maneira, o chouriço é feito por salsicheiros locais, tugas ou não, que dominam a arte. Os vinhos vêm de Portugal, as águas, os sumos e os cafés também. E ainda arroz e bolacha Maria. E as cervejas.

Ontem passámos pelo "European Food Export Import, Inc.", uma loja em Arlington à procura de bacalhau. O dono do estabelecimento, sempre muito atencioso, estava completamente embrenhado no jogo do Benfica-Uma equipa russa qualquer, ganhava o glorioso por 2-0. Havia peixe fresco, vindo de Portugal no avião da TAP até Newark, e dali, em camião durante mais de 400 quilómetros: robalo e dourada de piscicultura e chicharro ou carapau crescido, tudo com olhar cansado. Pelas nossas contas, a dourada custava 13 euros o quilo, o robalo 11 e o carapau 9. Nada caro, considerando a viagem.
.
Vem isto também a propósito de um folheto que estava a ser distribuído em restaurantes de Vancouver, e que apela à preferência que deve ser dada às produções locais tendo em conta os custos ambientais que o transporte à distância implica mas que não é perceptível porque não é pago à parte.
.
Muito próximo da tal loja portuguesa de Arlington, do outro lado do Potomac, não muito longe da Casa Branca, há um mercado de peixe, todos os dias, melhor abastecido que qualquer um em Portugal. E os preços são bem mais baixos que os nossos. Pelo preço do carapau, aqui, compra-se lagosta do Maine.
E o que é curioso nestas coisas é que em Portugal os supermercados estão cheios de produtos estrangeiros que as pessoas compram sem olhar à origem.
.
Até carapaus.
E bacalhau, naturalmente.

Thursday, September 17, 2009

TAMIFLU, UM NEGÓCIO TENEBROSO? - 2

Há dias, o António chamava a nossa atenção, na caixa de comentários, aqui, para o youtube que ontem coloquei acerca de intenções condenáveis que possam estar por detrás do alarme lançado mundialmente a propósito da gripe H1H1, que, deste lado do Atlântico continua a ser designada como gripe suína.
Há muitos assuntos em que não consigo dar uma para a caixa e este é um deles. Limito-me a ouvir e transcrever.
O meu médico e amigo Prof. Jacinto Gonçalves recomendou-me há cerca de um mês a leitura de um artigo da Time sobre esta e outras gripes. Transcrevo a parte final:
.
How Antivirals Can Save Lives

By Eben Harrell

As health officials across the globe prepare for the possibility of a global pandemic of swine flu, they have a relatively new weapon in the fight against influenza; antiviral drugs, first developed in the 1990s, have been shown to help treat and prevent influenza. But such drugs have never been used to tackle a widespread outbreak of influenza before, and there are concerns they may quickly prove ineffective.How do antivirals work?If administered soon after symptoms appear, antivirals Oseltamivir and Zanamivir (brand names Tamiflu and Relenza) are believed to reduce the severity and shorten the duration of the disease by current strain of swine flu. The drugs work by inhibiting an enyzme chemical helper that the flu virus uses to spread from infected human cells to healthy ones. So while not killing the virus, it helps the body fight off the disease by slowing its spread. This, in turn, may help prevent "acute respiratory distress syndrome" — the sudden worsening of flu that, along with secondary lung infections, is a main cause of death among influenza patients. There is also evidence to suggest that they can be used prophylactically — to prevent rather than treat the disease. "We don't have many tools in our medicine cabinet to fight this disease, but this is one of them," says Howard Markel, a physician and director of the History of Medicine at the University of Michigan. (See pictures of the swine flu outbreak in Mexico.)

What role can drugs play in tackling a swine flu outbreak?Over the last few years, concern over a bird flu pandemic spurred many governments to stockpile antivirals. While the current swine flu outbreak remains limited in scope, health agencies will likely offer antivirals as a prophylaxis only to those who may have been exposed to the disease: asymptomatic passengers on the same flight as a sick Spanish man, for example, have been given Oseltamivir as a precaution. In New Zealand and Mexico, where there are confirmed cases of the disease, the drug has been made available over-the-counter, although pharmacists can exercise discretion about who they sell to. Should the outbreak turn into a global pandemic, there simply aren't enough drugs available for universal use; they will be given only to those suspected of being ill with swine flu, and to front-line healthcare and essential government workers as a prophylactic. (See five things you need to know about swine flu.)

But if they aren't used to prevent swine flu, can they help slow the spread of a pandemic?The most effective way of slowing a pandemic is to develop a vaccine. But doing so can take months. In the interim, antivirals may play a vital roll by making ill patients less contagious. When a person is sick with the flu, he or she "sheds" virus through coughing, sneezing and other excretions. Effective antivirals lessen the amount of virus a patient sheds (because the patient is not as severely ill) and shortens the length of time he or she sheds virus at all. Taking this into account, Neil Ferguson of Imperial College in London has used mathematical modeling to show that antivirals would help slow the spread of a bird flu virus originating in Asia. While the model should hold true for a swine flu arising in Central America, as well, no one knows for sure as the drugs have never been used to tackle an epidemic or pandemic before. (See pictures of bird flu.)

Can swine flu become resistant to these drugs?Yes, and that's another reason why health officials will want to limit their use to those who have become ill with the disease, according to Hugh Pennington, a virologist at the University of Aberdeen. Resistance occurs when a virus mutates in such a way as to render a drug ineffective. This is more likely to occur when an antiviral is widely used because resistant mutations are more likely to thrive and be passed on. A similar process has led to the widespread existence of antibiotic resistant bacteria such as MRSA. But it can also happen spontaneously: during this winter's flu season, when antivirals were not widely used, the dominant strain of influenza suddenly became resistant to Oseltamivir. Doctors are uncertain as to why. In a pandemic situation, when the drugs will be widely prescribed, many virologists believe that resistance will inevitably develop — they just hope it will happen slowly.
Read "How to Deal with Swine Flu: Heeding the Mistakes of 1976.

"See TIME's Pictures of the Week.

OUTRA OPINIÃO

(não indico a fonte por não me recordar onde pesquei)

Wednesday, September 16, 2009

TAMIFLU, UM NEGÓCIO TENEBROSO?

OBAMA E OS ELEFANTES


PAINT YOUR OWN POTTERY








clicar para aumentar

Trabalho colectivo

Idade média dos artistas: 36,5 anos

(Somos todos artistas, Joseph Beuys)