Saturday, September 19, 2009

ACERCA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Não, não concordo consigo, Caro JCS
Quando há tempos a ERC (suponho que é essa a sigla) recomendou que os media se abstivessem de publicar a opinião de candidatos, a recomendação foi (e bem, do meu ponto de vista) geralmente repudiada.

Este não é senão um exemplo de não acatamento daquela sugestão.

O que a colunista afirma (poético ou patético, consistente ou demagógico), é escrutinável pelo leitor. Se tem mérito, terá votos; se não tem, perderá.
O mesmo se passa (para dar um exemplo diverso) com a manifestação dos professores marcada quase em cima do acto eleitoral. Prejudicará o Governo, como é intenção dos manifestantes? Não creio. Nesta altura, as opções já foram tomadas, e muitas delas em função de manifestações passadas. Terão essas manifestações reduzido o apoio ao Governo? É difícil saber. Certamente que as políticas do Governo ao atingirem alguns interesses estabelecidos corroeram a sua base de apoio, mesmo até dentro das suas próprias fileiras. Mas não é líquido que das manifestações tenha resultado menos apoio fora do universo directamente atingido. Terão conseguido alguns aderentes externos, mas também terão suscitado apoios ao Governo. Se não fosse assim os resultados das sondagens apontariam noutro sentido.

Quero com isto dizer que a democracia não se compromete com manifestações e comentários. Mas já se corrói com aquilo que fica na penumbra dos indícios e das insinuações. É nesta área pantanosa onde vegeta a dúvida que apodrecem as raízes democráticas. Competiria à Justiça manter arejado o lago democrático em toda a sua dimensão. Lamentavelmente, como sabemos, não o tem feito.

Aí sim, continuam as nossas razões de queixa.

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