SEGUNDA FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2009
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Há cerca de um mês Bern Bernanke convidou os governadores dos principais bancos centrais para uma reunião em Jackson Hole, Wyoming, uma pequena cidade à entrada do Grand Teton National Park , o vizinho do Sul de Yellowstone.
Não faço a menor ideia das razões que levaram o presidente da Fed a escolher Jackson Hole para local da reunião mas presumo que tenha dito, com dupla propriedade, meus amigos estamos metidos num buraco e que, à saída, tenha sossegado os convidados dizendo-lhes que iria ainda haver perturbações durante algum tempo, mas que a aeronave era segura e que, dentro de algum tempo, teriam saído do buraco.
Porque o aeroporto de Jackson Hole fica entre montanhas, já dentro do parque natural de Grand Teton, aliás, o Grand fica ali mesmo junto à pista, tem 4197 metros de altitude acima do nível do mar, o Middle Teton tem 3902 metros e o South Teton tem 3814 metros. A família Teton é, portanto, consideravelmente mais elevada que a família Morain, a tal que reside nas trazeiras de Lake Louise.
Quem entra ou sai do aeroporto de Jackson Hole vê, mesmo ali ao lado, um gigante que, acima do nível da pista, sobe quase a pique dois mil e cem metros. E, logo ao lado, os outros dois, quase tão tamanhões como o irmão mais matulão.
Quando voámos de Calgari para Denver para, a partir de Denver, chegarmos a Jackson Hole, a funcionária da United Airlaines pergunta-nos se aceitávamos lugares junto à porta de saída de emergência do meio do avião e se tínhamos descernimento para ler as instruções e presença de espírito para operar a saída a porta em caso de emergência. Nem deu tempo para dizer se sim nem se não, e aí vamos nós incumbidos de uma responsabilidade à altura do Grand Teton. Já no avião, vem ter connosco uma hospedeira madura (são todas, algumas com prazo de validade francamente ultrapassado) e pergunta-nos se já tínhamos lido as instruções e se nos considerávamos à altura das responsabilidades em que tínhamos sido investidos. E passou à frente. Começámos a ler as instruções, uma actividade em que geralmente nos saímos mal, e percebemos que o desenho não correspondia com a realidade. Aparece novamente a hospedeira pouco nova, a perguntar se as instruções estavam sabidas. Disse-lhe que não entendia o desenho, faltava ali qualquer coisa na porta ou qualquer coisa estava a mais no desenho. A senhora olhou, olhou, olhou, disse pois falta, ao mesmo tempo tentava levantar o braço da cadeira junto à janela,
mas o braço não se movia. Desistiu, alegando que se puxasse para cima a janela (como, não disse) ela abriria sem dificuldade. E pôs-se a andar.
Mas correu tudo bem, a janela continua no mesmo sítio, e as instruções também na mesma.
Sair de Jackson Hole é mais excitante do que entrar: primeiro, porque a maioria de quem entra, nunca lá terá estado, segundo, porque se o dia estiver carregado e os relâmpagos a estrelejar por cima dos Teton, na subida o perfil dos gigantes acompanha-nos até o avião, a balouçar, se colocar acima dos dois mil e tal metros.
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