Thursday, September 24, 2009

OS NÚMEROS DA DROGA E A DROGA DOS NÚMEROS

Há dias, congratulava-me aqui com uma referência positiva num artigo do Economist a Portugal.
Por serem raras as referências favoráveis não quis perder a oportunidade de registar no meu caderno de apontamentos a passagem desta rara avis.
Afinal parece ter havido equívoco ou contas mal feitas. Ou conflitos de interesses. O que é, lamentavelmente, frequente em Portugal. A cada qual os seus algarismos.
Num artigo publicado no Público de ontem, Manuel Pinto Coelho, presidente da Associação para um Portugal Livre de Drogas, contraria frontalmente as conclusões a que o artigo do Economist, baseado num relatório do Cato Institute de Washington, se referia.
Nomeadamente,
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"no ano de 2006, em Portugal o número total de mortes por overdose não diminuiu radicalmente em relação a 2000, nem a percentagem de doentes com sida baixou. Sucedeu o oposto."
"Com 219 mortes de overdose por ano, Portugal apresenta um dos piores resultados, com uma morte em cada dois dias. Com Grécia, Áustria e Finlândia, é um dos países que registaram um aumento de mais de 30% em 2005.
"A descriminalização das drogas em Portugal não permitiu de forma alguma a diminuição dos níveis de consumo, pelo contrário. Na realidade o consumo de droga aumentou 4,2% "
"Em Portugal, desde que a descriminalização foi implementada, o número de homicídios relacionads com a droga aumentou 40%. Foi o único país europeu a evidenciar um aumento significativo de homicídios entre 2001 e 2006 (WDR, 2009).
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Em quem podemos acreditar?

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