Se há um pódio para as maiores potências mundias, os lugares cimeiros neste momento são ocupados, o primeiro, inquestionavelmente ainda, pelos EUA, o segundo, menos inquestionavelmente, pela China, o terceiro, muito questionavelmente, pela União Europeia.
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E digo, muito questionavelmente, porque a União Europeia em dois dos vectores fundamentais que suportam a superioridade estratégica dos blocos em que se reparte o mundo político, defesa e representação externa, apresenta fragilidades evidentes.
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Não me parece, contudo, que possa atribuir-se à Rússia, ainda a lamber muitas das feridas abertas pelo processo de reconversão a que foi sujeita, nem ao Japão, há muito estagnado depois de décadas em ascensão fulgurante, mérito relativo para ocupar o terceiro degrau.
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A notícia de hoje de que a Comissão Europeia procura antecipar-se à resolução do G20, marcada para amanhã em Pittsburg, Pensilvânia, na reformulação das regras do sistema financeiro, é um desafio a Obama e uma nota muito positiva de afirmação de quem tem na área económica e financeira uma força que lhe confere mérito suficiente para ser considerada um dos G3.
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Durão Barroso parece, deste modo, querer aproveitar a oportunidade de um segundo mandato para se afirmar como o representante de um parceiro que quer superar algumas contradições e ser a corpo inteiro uma das potências líderes deste século.
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China, Estados Unidos, União Europeia, um pódio em paz? Um pódio onde, pelo menos, o terceiro lugar continuará desde já a ser muito disputado.
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