Vítor Constâncio voltou hoje à câmara de tortura. Neste momento, é Nuno Melo quem interpela. VConstâncio está mais agastado e não esconde o desconforto que a audição lhe causa, NMelo continua mostrar que o exercício lhe agrada, lhe interessa politicamente, e se preparou para confrontar VConstâncio com as informações que por portas travessas chegaram à comissão de inquérito. VConstâncio voltou a invocar que não lhe competia, enquanto governador, conhecer todos os detalhes dos processos da supervisão e, só por razões de mediatismo político, uma vez que a audição está a ser transmitida em directo pela televisão, são colocadas questões irrelevantes para o surpreender. Esforça-se, mas não convence. Enjeita a discussão dos detalhes mas acaba por gastar a maior parte do seu discurso com a leitura de acções processuais da inspecção. Ora já se percebeu há muito que a Inspecção alguma coisa inspeccionou mas o governo do BP não actuou como devia. VConstâncio é um governador cada vez mais isolado.
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O curso da audição parlamentar promete continuar, com mais ou menos agressividade de parte a parte, pelos mesmos caminhos tortuosos: os deputados a acusar o governador de não ter actuado atempadamente, o governador a defender que não teria sido, nem possível nem admissível, proceder de modo diferente, tendo em consideração as informações que o governador diz que conhecia, não coincidentes com as que, dizem os deputados, ele tinha conhecimento ou obrigação de ter.
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Até agora, de novo, apenas o anúncio (?) feito pelo governador da criação de um "bad bank" que receba e liquide os activos intoxicados do BPN.
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Um "bad bank", senhor governador? Mas é preciso outro?
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Banco de Portugal revela que libanês foi comprador final da Biometrics
O governador do Banco de Portugal volta hoje à comissão de inquérito sobre o caso BPN, e é expectável que possa esclarecer alguns contornos do ruinoso negócio da empresa de Porto Rico, a Biometrics Imageneering, que deu um prejuízo à Sociedade Lusa de Negócios de 35,2 milhões de euros. Hoje o Correio da Manhã revela excertos do relatório do Banco de Portugal que asseguram que a venda da empresa foi efectuada a um offshore propriedade de um amigo de Manuel Dias Loureiro, o libanês Abdul El Assir.
O governador do Banco de Portugal volta hoje à comissão de inquérito sobre o caso BPN, e é expectável que possa esclarecer alguns contornos do ruinoso negócio da empresa de Porto Rico, a Biometrics Imageneering, que deu um prejuízo à Sociedade Lusa de Negócios de 35,2 milhões de euros. Hoje o Correio da Manhã revela excertos do relatório do Banco de Portugal que asseguram que a venda da empresa foi efectuada a um offshore propriedade de um amigo de Manuel Dias Loureiro, o libanês Abdul El Assir.
"Agag (genro de José Maria Aznar) trabaja para el Banco Português de Negócios y conoce a traficantes de armas, entre ellos a Abdul Rahman al-Asir... Entre los socios de Al-Asir se encuentra también el português Manuel Dias Loureiro, que fue ministro del Interior con el gobierno Cavaco Silva y ahora ocupa sillón de vicepresidente en el BPN, con lo que viene a ser jefe inmediato de Agag. Como se puede apreciar, las conexiones de unos y otros hacen que todo quede en casa. El 14 de septiembre de 2003, en la iglesia de Madre de Deus de Lisboa, contrajeron matrimonio Joao Luis Ferro Ródriguez y l hija de Dias Loureiro, Joana. La cena tuvo lugar en el Convento do Beato y allí, junto a la primera plana de la política portuguesa (Durão Barroso, Cavaco Silva, Mário Soares ... ), Alejandro Agag y esposa compartían mesa con Abdul Rahman al-Asir: todos viejos conocidos, todos amigos para los convites y para los negocios."
Los PPijos, Madrid, 2004
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