No post anterior referi a confrontação do dia entre Obama e McCain, os dois presumíveis candidatos a presidência dos EUA dentro de seis meses: explorar ou não explorar as reservas petrolíferas no offshore norte-americano e no Alasca. A escalada de preços a que estamos a assistir, e que promete continuar, não vai, obviamente ser sustida pelo termo da moratória que prolongou a suspensão das prospeccoes até 2012, mas é também por demais evidente que, tendo a questão sido relançada por Bush, o assunto vai ser forçosamente um dos dominantes da campanha eleitoral ate Novembro.
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Em Portugal não temos, lamentavelmente, esta questão para discussão. As hipóteses de serem encontradas reservas de crude ao longo da costa lusa têm sido sucessivamente goradas. Sem crude nosso, as alternativas são as renováveis. Mas as renováveis não nos garantirão independência energética nem energia barata no horizonte científico-técnico-económico visível.
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Os portugueses, não têm alternativa senão mudar de vida, isto é mudar de hábitos e de processos. Há automoveis a mais em Portugal, só luxemburgueses e italianos nos superam na Europa. É baixa a produtividade da energia que consumimos com a produção que realizamos. Mas há também processos de trabalho que exigem dos portugueses inovaçãao, criatividade e a ousadia de fazer muita coisa de modo diferente. A deslocaçãao diária de muita gente para locais afastados da sua residência pode (deve) ser objecto de políticas, do Estado e das empresas, que incentivem o trabalho computorizado em casa ou na proximidade dela (em muitos casos, não em todos, obviamente) ou a habitaçao na proximidade do trabalho. A viagem em longas distâncias de muitos produtos entre a produção e o consumo deverá ser penalizada, e nunca incentivada, incentivando-se a preferência pelo consumo das produções da vizinhança.
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O apoio ao transporte de longa distância (fiscal ou outro) é claramente contrário aos interesses das produções mais próximas e agravante da nossa dependência energética.
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