O Jogo da Cabra Cega já foi referido neste caderno de apontamentos dezenas de vezes, podiam ser centenas se não fosse assunto repetidamente enjoativo.
É um Jogo que não pára, há sempre foliões para o manter activo, há sempre assistentes embasbacados com tanto descaramento.
Desta vez aconteceu uma originalidade que vale mais um registo: o procurador-geral adjunto Rosário Teixeira apresentou-se para defender a honra do convento numa entrevista da SIC- vd aqui.
E disse, além do mais que:
O MP não é uma magistratura indisciplinada e que a ideia de que cada um faz o que quer não corresponde à verdade.
Não é o facto de poder prever determinadas consequências que pode impedir a Justiça de actuar. Senão haveria situações em que seriam intocáveis.
Se uma pessoa não é ouvida como arguida, não é ouvida como suspeita, o que não significa que as investigações em causa estejam condenadas à nascença.
São legítimas as escutas a governantes durante anos se proporcionais ao tipo de factos em investigação.
Há mega processos porque há mega realidades. Não pode espartilhar-se a realidade.
Uma reforma (da Justiça) não pode ser contra alguém - neste caso o MP.
Uma reforma (do MP) que imponha um modelo diferente será, afinal uma revolução com efeitos indesejáveis, para andar para trás.
Gostava que o próximo procurador.geral da República fosse alguém que viesse do MP, rejeitando a ideia de ser ele próprio".
Devemos acreditar no que afirma o procurador-geral adjunto Rosário Teixeira?
Só por uma questão de inamovível fé na isenção cívica de todos os que exercem funções no MP (serão aproximadamente 1500) se poderá acreditar.
Se há repetidas fugas de informação em segredo de justiça quem é ou quem são os informadores dos media?
O procurador-geral adjunto Rosário Teixeira sabe?
Alguém, no MP, sabe?
Ninguém sabe, pelos vistos ninguém sabe.
E se não sabem, já investigaram? Não? Porquê?
Entretanto, soube-se que a Procuradora-Geral Adjunta Maria José Fernandes viu arquivado o processo disciplinar aberto, por críticas suas ao desenrolar da Operação Influencer em novembro do ano passado.
Há doze anos, do então procurador-geral da República Pinto Monteiro, registou aqui o Diário de Notícias, além do mais: "O Procurador-Geral da República, ( ), tem os poderes da Rainha de Inglaterra".
Depende de cada procurador.geral.
Da actual procuradora.geral da República, de quem ninguém ouviu até agora, ao longo do seu mandato, uma palavra, certamente.
Da actual procuradora.geral da República, de quem ninguém ouviu até agora, ao longo do seu mandato, uma palavra, certamente.
1 comment:
Gostei, aliás como quase sempre.
Grande abraço.
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