Thursday, June 20, 2024

AFINAL, PARECE QUE ELA MOVE-SE

Comentei há dias aqui neste caderno de apontamentos, a propósito do caso envolvido na "Operação Maestro" que
 
"o tempo da justiça é o tempo que os criminosos querem ter porque também os juristas, para abono dos seus réditos, querem o mesmo.
A luta contra a corrupção foi adoptada por todos os partidos concorrentes às últimas legislativas. A senhora Ministra, Jurista Júdice, já convocou os partidos para acertarem processos que reduzam os processos corruptivos? Não dei por isso. A Justiça não está em boas mãos enquanto estiver unicamente em mãos de juristas."
 
Hoje, tenho de reconhecer que estava mal informado e, como eu, certamente muitos portugueses, porque sobre as diligências, entretanto feitas pela senhora Ministra da Justiça não deram conta os media nem se pronunciaram notória e publicamente os partidos envolvidos. 

Até que esta manhã ouvi na rádio do Estado,
(que antes e depois do noticiário das oito, nos obriga a saber tudo o que no mundo do futebol, tanto a nível doméstico como internacional, parece muito relevante aos comentadores/treinadores de bancada,  encantados com os milhões e milhões envolvidos no fabuloso negócio do futebol), 
que será hoje discutida em Conselho de Ministros proposta de um conjunto de medidas anti corrupção. 
Li depois aqui que "Pacote anticorrupção, uma promessa e prioridade assumida pelo Governo de Luís Montenegro desde o primeiro momento, foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros."

Afinal, parece que algo irá mudar na administração da Justiça em Portugal?
Irá mesmo?
Está a aproximar-se uma onda de prescrições por esgotamento dos prazos em que a Justiça seja feita e o que resultar da proposta aprovada hoje em Conselho de Ministros já não influenciará o curso dos processos de corrupção pendentes mais notáveis.
 
Entre prescrições, revogação de prescrições, recursos recorrentes, a mola da Justiça pasma de tanta volta e falta de corda.
 
Ontem, por mero acaso, ouvi num canal televisivo uma entrevista a José Maria Ricciardi, a propósito do julgamento do seu primo, Ricardo Salgado, marcado para 10 de setembro, sendo considerado muito relevante o testemunho de Ricciardi.
Afirmou Ricciardi nesta entrevista, além do mais, que "não desejo mal nenhum a Ricardo Salgado, apesar de estar muito triste": a verdade de Ricciardi sobre o caso BES".
 
Em 1 outubro do ano passado, em entrevista do Observador, o primo de Ricardo afirmou que este “Roubou a própria família”. ... e tentou suborná-lo para esconder gestão do banco"  ... e que não ficou nada surpreendido que Ricardo Salgado tivesse roubado a própria família."
 
Contudo, observou o entrevistador de ontem, Ricardo Salgado terá todos os seus activos apreendidos ...
Não, respondeu Ricciardi, a família vive bem, muito melhor que os portugueses. 
Surpreendente, este personagem muito shakespeariano.

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