"Faltam
recursos",
é a justificação
frequentemente utilizada para todas as calamidades que nos assaltam por falhas
graves, incompetência, desleixo ou venalidade daqueles a quem retribuímos os
serviços prestados com o pagamento de impostos. Mas não só eles.
Também os políticos,
quando são oposição, arremessam os mesmos argumentos contra os que ocupam o
poder sem vergonha do efeito boomerang das
suas arremetidas pífias.
Há militares,
incluindo um general e outros oficiais superiores, presos preventivamente por suspeito envolvimento em crimes que lesaram os contribuintes por falcatruas de conivências
entre eles e os fornecedores das messes em bases da Força Aérea?
Os cortes dos
orçamentos morderam-lhes nos salários e obrigaram-nos a lançar a mão aos
abastecimentos, argumentava ontem num programa televisivo um militar do topo
sem pejo da infâmia que lançava sobre toda a corporação. Quantas vezes não
ouvimos já a mesma justificação para práticas com fins invocadamente idênticos
por elementos das forças de segurança?
Ouve-se, e quase
ninguém levanta a voz em nome da honra da grande maioria que honestamente
cumpre a sua missão.
Por que aconteceu a
tragédia de Pedrogão Grande? Por falta de meios, é o argumento geralmente mais
invocado. Da incompetência, da desorganização,
da falta de preparação, fala-se em surdina, da irracionalidade económica da
estrutura da propriedade fundiária fala-se agora para se deixar de falar quando
passar o verão.
Não há meios humanos
nas Forças Armadas que garantam a segurança e a defesa do pessoal, das
estruturas e das armas?
O PSD e o CDS
acusaram hoje o Governo de ter retirado meios à tropa, em nome do cumprimento
das metas défice e, deste modo, ter impossibilitado o roubo das armas em
Tancos.
Respondeu "o ministro das Finanças, acusando o anterior
Governo de ter reduzido o número de bombeiros em 10% e o número de militares em
15% durante o período da 'troika' por "opção política" - aqui.
Quem é mais ridículo?
Por eles, somos todos
aos olhos dos que nos vêm de fora: El polvorín de Portugal robado: garitas vacías y soldados
sin munición - aqui
Nem a actual
Oposição, anterior Governo, nem o actual Governo, anterior Oposição, sabem
disto?
"No contexto da NATO: Portugal
gasta mais, em percentagem do PIB, em defesa militar do que a Alemanha
"... os países europeus, que têm vindo a diminuir globalmente as suas
despesas militares, abrandaram a queda em 2015, mas alguns - incluindo Portugal
- subiram significativamente a percentagem do PIB empregue. Lideram a
subida a Lituânia (+31,9%), o Luxemburgo (+25,3%) e a Polónia (+21,7%), mas são
de destacar os aumentos na Grécia (+10,1%) e Portugal (+8,6%), apesar da crise
que os afecta nos últimos anos. Portugal, com 2491 milhões de dólares gastos em
2015, ou seja, 1,39% do PIB."- aqui
Forças
Armadas contratam segurança privada por "ausência de recursos
próprios"
Nos últimos anos, vários quartéis e instalações militares têm recorrido a serviços de “vigilância e segurança” prestados por empresas privadas. Governo garante que infra-estruturas como o paiol de Tancos “são asseguradas apenas por meios militares”- aqui
Nos últimos anos, vários quartéis e instalações militares têm recorrido a serviços de “vigilância e segurança” prestados por empresas privadas. Governo garante que infra-estruturas como o paiol de Tancos “são asseguradas apenas por meios militares”- aqui
Temos 31500
militares, pagamos para a defesa um preço relativamente superior a outros
membros da NATO, e mesmo assim recorrem as Forças Armadas a empresas de
segurança privada para a vigilância de instalações militares.
E, a este respeito,
quem deveria falar, cala-se.
Quarenta anos depois da
instauração da democracia em Portugal, quem tem medo destes militares?
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Correl . OUTRA DE CABO DE ESQUADRA
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Correl . OUTRA DE CABO DE ESQUADRA
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