Wednesday, August 05, 2015

A BILHÉTICA TAMBÉM FOI DESLOCALIZADA

Ontem, quando conferia o extracto do meu cartão de crédito, constatei que por conta de uma entidade que desconhecia em absoluto -  Ritmos - Agenciamento e Produção de Artistas e Espectáculos, Lda.-, de Paredes de Coura - me tinham dido debitadas duas importâncias, uma de €27,50, outra de €24.

Tentei obter informações junto da referida empresa acerca das razões de tais débitos e vim a constatar que a primeira era o preço do catálogo da exposição - Josefa de Óbidos e a Invenção do Barroco Português e a segunda o preço de quatro entradas no museu, incluindo a entrada naquela exposição temporária. Realmente, eu tinha pago aquelas importâncias com cartão de crédito mas, no acto do pagamento, intuí que pagava ao Museu Nacional de Arte Antiga e não reparei que os recibos indicavam "Ritmos, Lda" como entidade cobradora.

Agora fiquei a saber mais.
A Ritmos  figura no catálogo da exposição temporária como parte de uma parceria público-privada, com contornos que deduzo não sejam públicos, que envolve o Governo de Portugal e a Direcção Geral de Património Cultural, de um lado, e a Ritmos, do outro, como produtora da exposição.

Adicionalmente informou-me quem atendeu o telefone na Ritmos que compete também a esta empresa a "gestão da bilhética" e "a arrecadação das receitas" 

- Só da exposição temporária, que a Rimos produziu, ou também das entradas no museu?
- Só da exposição temporária.
- Mas os bilhetes que paguei deram acesso à exposição temporária e à exposição permanente do museu...
- Então são todas as receitas. Tudo o que cobramos é arrecadado por nós. 
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Não tenho nada contra os contratos de "outsourcing". Muitos deles têm origem em posicionamentos sindicais míopes. Mas nunca me tinha deparado com uma situação de outsourcing de gestão de tesouraria. Andamos sempre a aprender.




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