Wednesday, July 17, 2013

ACERCA DAS SUBTILEZAS DA BURRICE

Ouço na rádio o noticiário das seis da tarde e o líder do PSD considerar que todas as negociações
pressupõem cedências entre as partes envolvidas, admitindo que possa haver acordo na redução da legislatura e eleições antecipadas em meados do ano que vem. Aquela hora, pareciam elevadas as hipóteses de o acordo de salvação nacional ser fechado ainda hoje.
 
Duas horas depois, o noticiário das oito reduzia em baixa o optimismo transmitido às seis e dava conta que PS e PSD estavam desencontrados acerca dos badalados cortes de 4 vírgula-já-ninguém-sabe-quantos milhares de milhões de euros, teimando o PSD nos cortes e o PS na oposição  aos ditos.
 
Visto por um observador externo não obnubilado por qualquer devoção partidária, a teima parece uma burrice. Sabe-se que os cortes em questão são uma imposição da troica. Tanto PSD e CDS como o PS assinaram um compromisso com a troica. Parece ao cidadão comum que a teima tem uma solução óbvia: que os três discutam em conjunto com a troica a impertinência das suas exigências e o PS convença os troicos das suas razões.
 
Aliás, se não houver agora acordo entre o trio e a troica, será imposto pela troica um acordo mais tarde ou mais cedo. Porque, das duas, uma: ou eleições antecipadas em Setembro detonariam um segundo resgate; ou o após troica não dispensará um apoio externo, qualquer que seja o nome que venha a ter. Em qualquer dos casos, os apoiantes não dispensarão a renovação dos avales dados pelo trio há dois anos.
 
Quaisquer outras razões, se existirem, escapam ao cidadão comum partidariamente ingénuo.
 
 
 

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