Thursday, March 22, 2012

QUE ESTRANHA FORMA DE VIDA

Soube-se ontem que o Tribunal de Contas considerou ontem que o contrato para a contrução da linha TGV Poceirão-Caia, assinado há quase dois anos com o consórcio Elos contem diversas ilegalidades, e recusou-lhe o visto. Depois desta decisão do TC soube-se que o Governo decidiu desistir do projecto. Mais detalhes da história vêm contados aqui.

A notícia é uma não notícia, habituados como estamos a estes relatórios retardados do TC. Quando o  TC sentencia já o caldo está mais que entornado e os culpados ao fresco. O único comentário que também este relatório ao retardador pode suscitar é imaginar a cena há dois anos atrás, um juiz conselheiro a entrar no gabinete do Senhor Presidente do TC, depois de bater à porta e pedir licença para entrar.

- Senhor Presidente, permita-me que o informe que a rádio está a transmitir a sessão de assinatura do contrato de adjudicação da linha do TGV entre o Poceirão e o Caia com o Elos.
- Com eles? E quem são eles?
- O Elos é um consórcio entre a Soares da Costa, a Brisa e mais uns marmelos.
- E depois?
- Suspeito que haja ilegalidades ...
- Senhor juiz conselheiro um tribunal não julga eventualidades, julga ocorrências. Solicitaram o visto?
- Não solicitaram coisa nenhuma.
- E deviam?
- Depende. A lei nesse aspecto é oblíqua. Tende para o lado que a puxarem. 
- Óptimo. Vamos ter trabalho e oportunidade de brilhar. É essa a nossa razão de existir. Agora puxam eles, depois puxaremos nós.
- Mas não deveríamos avisar ... alertar, aconselhar ...
- Não nos compete. O Tribunal de Contas, conta.
- Mas pode haver consequências, reclamações de indemnizações, outras ilegalidades derivadas ...
- Pois pode. Mas a nossa função é contar. Contar, mas de vagar. Somos um tribunal, senhor juiz conselheiro, não se esqueça disto ... um tribunal de contas não é um tribunal de conselhos.
 Ah, a propósito, ocorreu-me uma ideia,  senhor juiz conselheiro: "Senhor juiz contador", não lhe parece melhor?

4 comments:

Ide levar no déficite ide said...

bom os morangos portugueses têm menor calibre (nã levam cycocel uma fito-hormona sintética) não são manipulados genéticamente

e este ano a geada negra destruiu uns 800 mil pés só no sul...

são umas 400 toneladas queimadas só num dia e uns centos de tones que só dão para fazer geleia

de resto os poços tão sem água

e no algarve morangos com sal...nã devem dar-se bem

Ide levar no déficite ide said...

além disso o mercado alemão paga bem os (pseudo-biológicos) logo é impossível competir com as super-produções espanholas que os metem cá a 50 cêntimos por caixa de 500 gramas...

mesmo os tailandeses custam 10 cêntimos por cada caixa que enchem
e enchem 200 caixas por dia

os espanhóis enchem 20 mil por dia nalgumas linhas e só com 6 pessoas
(mas uma linha dessas custa 300 mil euros...e gasta energia pró caraças

em Portugal nã há 10 toneladas por dia durante 2 meses e essas linhas também servem para framboesas mirtilos

temos pequena dimensão

muita gente em pequenos talhões

o cavaco nunca fez o emparcelamento prometido

etc
pecebido...

e arriscar 20 mil eurros em plástico e em camalhões com um ano destes
(só gente rica ou parva....

rui fonseca said...

Percebe-se que o comentador está dentro do assunto.

É verdade que o problema maior da agricultura portuguesa é a falta de dimensão da propriedade. , sobretudo a norte do Tejo. Muitas terras com vocação agrícola estão incultas por essa razão.

Tenho abordado a questão muitas vezes aqui neste meu caderno de apontamentos.

Quanto à manipulação genética, deveria ser denunciada. O que é lamentável é que no Rossio haja morangos à venda produzidos em Huelva. Portugueses, sem manipulações genéticas, no Rossio ou nos supermercados, não se vêm.

O que é lamentável. Porque não são apenas os morangos portugueses que não aparecem. São as batatas, as cebolas, tanta coisa ...

Colocou os seus comentários no sítio errado. Não tem mal. Apareça mais vezes. Aqui apreciam-se sobretudo as críticas.

Ide levar no déficite ide said...

manipulação genética sempre foi feita só que muito lentamente

o tipo que escreve no público com o nome miguel mota

era o director da estação de melhoramento de elvas...coisa velha de décadas

cruzavam-se variedades e esperava-se mutação favorável

quanto ao comentário vou seguindo os links
vou para uns sítios virtuais onde tou mais habituado