Wednesday, October 05, 2011

O CHANTAGISTA, OS INCOMPETENTES E OS PUSILÂNIMES

Ainda que haja quem garanta que o Alberto João já não conta, as sondagens dão-lhe vitória absoluta, e o mais provável é que acertem. Como dizia há dias Silva Lopes, se fosse madeirense provavelmente também votaria nele. As pessoas movem-se por incentivos e a grande maioria dos madeirenses neste momento tende a evitar que lhe caiam em cima os custos das responsabilidades que individualmente não assumiu e, a esmagadora maioria delas, até desconhecia. E essas pessoas, empregadas ou dependentes dos serviços do governo da Madeira, sabem que é o Alberto João quem melhor pode defendê-las agora de uma razia aos seus vencimentos ou rendimentos.

É fácil perceber porquê.

É desde há muito tempo muito claro que a força do  Alberto João, que lhe tem permitido perpetuar-se no poder e poder vir a bater o recorde de Salazar, assenta em três grandes capacidades: para obrar, para intimidar, para aldrabar. Sabe-se que a grande capacidade de obrar do AJ favoreceu uma rede de amigos que lhe fizeram as obras, que lhes encheram a burra e arregalaram o olho de madeirenses e visitantes.

Para obrar o que obrou, AJ precisava de mais dinheiro do que a aquele com que poderia contar se fosse bem comportado. Para ultrapassar a barreira da legalidade, AJ usou dois trunfos: o da incompetência (ou da conivência) dos supervisores das contas, e aldrabou-as, e o da pusilanimidade dos chefes governos da República, da pusilinamidade-conivência do PSD e dos PR.  Quando a maré de desconforto subia para além do que era razoavelmente justificável, o AJ e a sua trupe arvoravam o espantalho da independência da Ilha e voltava o silêncio.

E agora, Pedro Passos Coelho?

Agora, que a insolência do AJ recrudesce mas não há dinheiro para mais demagogia (nem na Madeira nem no Continente) o que farás se o dono da Ilha se recusar a acatar as determinações do Governo da República e a berrar contra o neocolonialismo? Cortas-lhe a mesada ou recuas como todos recuaram até hoje? Esperamos que lhe cortes o gás e o deixes espernear. Se ele convocar a revolta, manda restabelecer a ordem com os meios necessários. Há momentos na História em que o precipício fica na retaguarda.

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Alguns, geralmente ligados aos partidos que suportam o actual Governo,  persistem em querer atenuar os
desmandos do Governo da Madeira invocando os do Governo da República. Acontece que o anterior Governo da República foi politicamente julgado e condenado à oposição. Na Madeira, por força de um ambiente que não consente oposição vencedora, AJ será presidente do GRAM enquanto quiser, independentemente das aldrabices que tiver cometido ou vier a cometer.    

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