Monday, October 24, 2011

A UNIÃO EUROPEIA NO SEU LABIRINTO

Leio aqui que entre 50 a 60% da dívida grega será perdoada, que o Fundo Europeu deEstabilização Financeira (FEEF) ultrapassa um bilião (milhão de milhões) de euros, que a recapitalização da banca precisa de 100 mil milhões de euros. Quem o pré-anunciou foi Angela Merkel (quem mais poderia ser?) na comissão de orçamento do parlamento alemão.

Durão Barroso, quando interrogado acerca dos resultados esperados da reunião da próxima quarta-feira disse que estava optimista (que mais poderia dizer ele?). Talvez os do directório se entendam porque ele não pode liderar nada.  

Sarkozy, talvez farto das críticas ao seu papel de partner no directório com Merkel, e da comparação geralmente depreciativa dos actuais dirigentes europeus com os do passado, atribuiu (vd aqui) as culpas da situação de hoje aos erros cometidos pelos seus antecessores ao permitirem a entrada na Uniâo Europeia, e depois na Zona Euro, a quem não cumpria os requisitos mínimos para a entrada. Ao afirmar isto, Sarkozy estaria certamente a referir-se a Mitterrand, o padrinho da entrada da Grécia, aquele que, com  Helmut Kohl, são confrontados negativamente Merkel e Sarkozy. 

Berlusconi, entretanto, reagiu às advertências de Sarkozy e Merkel para acelerar as reformas económicas em Itália, (vd aqui) afirmando que "Na União Europeia, ninguém pode falar em nome dos governos eleitos".

Por outro lado, segundo o jornal britânico "Guardian", Sarkozy disse  a Cameron para estar calado acerca do euro. (aqui). Ainda, segundo o mesmo "Guardian", 70% dos britânicos desejam a realização de um referedum sobre a manutenção do país na União Europeia e 49% desejam a saída.

Estes, alguns flashes da União Europeia no seu labirinto. Desnorteados, os líderes europeus recusam-se a admitir o inevitável: ou a União Europeia avança no sentido de uma federação mínima dirigida por um governo federal democraticamente eleito ou se dissolve. Mesmo que as dívidas sejam parcialmente perdoadas (quanto, e a quem?), e muito sobretudo por isso nas actuais circunstâncias.

Nenhum grupo em andamento mantém a coesão sem liderança. Quem sabe muito disso são os patos-bravos.

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Curiosamente, hoje o euro está a subir e a abeirar-se dos 1,4 dólares/euro. (1 euro=1,393 dólares, neste momento). No meio do labirinto é, ao que parece, a única referência que subsiste convicta da sua missão.

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