Saturday, April 17, 2010

RUMO AO ABISMO

. O PR é sujeito às diatribes do seu homólogo anfitrião que lhe recorda repetidamente em público o que ele não consentiria no seu país.
. "As portagens são o passo que faltava para nos lançarem no abismo", grita indignado para as câmaras de televisão um dos automobilistas e camionistas que compõem um cortejo de protesto contra a introdução de portagens numa SCUT do Norte.
. Ontem os accionistas da EDP e da PT decidiram por maioria votar as propostas de remunerações dos corpos sociais opondo-se ao sentido dos votos dos representantes do Estado.
. Há dias o presidente dos CTT, uma empresa do Estado, dizia-se contrário às indicações do governo no sentido do congelamento das remunerações do pessoal.
. Estão anunciadas para os tempos mais próximos várias acções grevistas.
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O que é que há de comum em tudo isto?
O prelúdio em crescendo do desafio à autoridade do governo, enfraquecida por múltiplas razões morais, mas, sobretudo, pela notória falta de força perante a montanha de dificuldades que temos de atravessar e que exigem uma liderança com representatividade clara da maioria dos portugueses. À liderança actual não falta obstinação.
Mas é, precisamente, essa obstinação que lhe impede de reconhecer que, sendo minoritária, é altamente vulnerável à elevada pressão de todos os sentidos a que vai estar (já está) sujeita.
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A cada cedência, a cada recuo, a cada adiamento, corresponderá o avanço da contestação generalizada que será paga com juros compostos.
Depois do ronco do sapo checo, a pior opção, Senhor Presidente, é engoli-lo.

3 comments:

António said...

O sr. presidente da republica portuguesa escusava de ter ouvido o Presidente da Republica Checa a dar-lhe aquela p..., aquele chá.
Se o nosso presidente tivesse feito valer os princípios da moral logo que saiu aquela coisa da licenciatura ao domingo, não tinha de facilitar e deixar-se cavalgar por um indivíduo que está metido em tudo o que é mau e aldrabice.
Se se tivesse imposto logo no início, talvez não estivéssemos tão mal como estamos.
Como estamos entregues a gente desta e pelos vimos vamos continuar, o nosso destino está traçado. Só não vê e não cheira quem não quer, já que o fedor é tão grande que está ao nível da nuvem do vulcão. Não conhece fronteiras e já chegou muito longe.
O nosso presidente, caseirinho e coitadinho, pensa que só aqui, no nosso cantinho se consegue estar bem.
Não só há quem esteja melhor, como quer ajudar chamando a atenção ou fazendo abrir os olhos.
Mas cego, cego...
E teimoso, como os burros.
Abra os olhos, senhor e veja que há outra palha sem ser esta.

rui fonseca said...

"Se se tivesse imposto logo no início, talvez não estivéssemos tão mal como estamos."

Concordo plenamente.

António said...

Até que enfim!!!!
Não está enganado nem nada?
Está de acordo comigo?
Já ganhei o dia!!!!