Sunday, September 27, 2009

HÁ 35 ANOS




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Entre Abril e Dezembro de 1974 os acontecimentos políticos sucederam-se em catadupa. A implantação do Estado Democrático foi acidentada e só viria a ter alguma serenidade democrática a partir da contenção do golpe de 25 de Novembro de 1975 e das eleições de 26 de Abril para a Assembleia da República em 25 de Abril de 1976.
Os resultados para a Assembleia Constituinte (25/4/1975) e para a 1ª. Legislatura da AR (25/4/1976) reflectem a inflexão produzida por um ano de radicalismos, iniciado com o golpe de Março de 75, que favoreceu o PCP, por um lado, e o CDS, por outro.
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PS - Const.- 37,87% -116 deputados; AR- 34,97% - 106 deputados
PPD - 26,39% - 81; 24,02%- 71
PCP - 12,46% - 30 ;14,56% - 40
CDS - 7,61% - 16 ;15,91% - 41
MDP - 4,14% - 5 ;
UDP - 0,79% - 1 ;1,69% - 1
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Já uma sondagem feita entre 5 e 31 de Dezembro de 1974, e que incluía uma inquirição acerca das intenções de voto (provavelmente uma das primeiras, se não a primeira a realizar-se em Portugal), apresentava os resultados seguintes:
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PS - 45,1%;PPD - 33,3%;PCP - 11,8%;MFA - 5,9%;MDP/CDE - 2%;CDS - 2%
Responderam 51% dos inquiridos pelo que os valores apresentados resultam da extrapolação linear dos resultados das respostas. O estudo foi conduzido por entrvistas pessoais e directas junto de uma amostra de 6629 indivíduos, seleccionados aleatoriamente, de ambos os sexos, maiores de 18 anos
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Se compararmos estes valores com os observados nas últimas eleições legislativas (Fevereiro de 2005):
PS - 45,03%; PSD - 28,77%; PCP - 7,54%; CDS - 7,24%; BE - 6,35%,
é curiosa a similitude dos resultados, e é notório que, volvidos 35 anos, a direita, segundo o entendimento generalizado do conceito, não conseguiu impor-se de forma sustentada acima da fasquia dos 40%. A ultrapassagem feita por C Silva não teve antecedentes nem voltou a repetir-se.
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E hoje, tudo leva a crer, também não. Entre uma direita que não se afirma e uma esquerda extremada que se alimenta do desespero dos mais atingidos pela quase estagnação em que o país mergulhou há uma década, e com a qual não se pode contar para um programa de governo do país consentâneo com a sua condição de membro da União Europeia, há um bloco central que foi sempre fortemente maioritário mas raramente colocou os interesses do país acima dos interesses partidários.
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Assim, quaisquer que sejam os resultados de hoje, não se muda de vida.

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