Olá A., bom dia!
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Como vão vocês? Por aqui chove, mas ao pequeno almoço tivemos sol à mesa. Depois o tempo enfarruscou e agora está mesmo invernoso.
Hoje não trabalhamos. É feriado, mas suponho que a maior parte dos portugueses não faz a mínima ideia porque lhe dão estes dias de folga. Também é verdade que já lá vão 368 anos desde quando uns tipos mal avisados apanharam os castelhanos de costas, voltados para a Catalunha, e correram-lhe com os feitores, má lembrança diga-se de passagem, a grande vantagem, percebe-se agora, foi passarem os portugueses a terem mais um feriado, que quando liga à sexta (ou à quinta, ou à quarta também dá, e dá melhor, ou à segunda ou terça, dá no mesmo), o feriado estica e transforma-se em ponte. Somos uns construtores de pontes. De todos os tipos e destes também. E de viadutos. Houve um tempo em que estava na moda a construção de rotundas. Mas a nossa grande especialidade é a construção de pontes de calendário. Este ano a vantagem da ponte está a ser anulada por esta chuva e este frio que retêm uns em casa e convidam outros para o shopping. Ganham os centros comerciais. Há uma procissão de carros contínua a caminho do Cascais Shopping, suponho que o mesmo deve estar a acontecer nos outros centros comerciais do país. Aliás, em tempos de crise, é notável que esteja a abrir mais um.
Como vão vocês? Por aqui chove, mas ao pequeno almoço tivemos sol à mesa. Depois o tempo enfarruscou e agora está mesmo invernoso.
Hoje não trabalhamos. É feriado, mas suponho que a maior parte dos portugueses não faz a mínima ideia porque lhe dão estes dias de folga. Também é verdade que já lá vão 368 anos desde quando uns tipos mal avisados apanharam os castelhanos de costas, voltados para a Catalunha, e correram-lhe com os feitores, má lembrança diga-se de passagem, a grande vantagem, percebe-se agora, foi passarem os portugueses a terem mais um feriado, que quando liga à sexta (ou à quinta, ou à quarta também dá, e dá melhor, ou à segunda ou terça, dá no mesmo), o feriado estica e transforma-se em ponte. Somos uns construtores de pontes. De todos os tipos e destes também. E de viadutos. Houve um tempo em que estava na moda a construção de rotundas. Mas a nossa grande especialidade é a construção de pontes de calendário. Este ano a vantagem da ponte está a ser anulada por esta chuva e este frio que retêm uns em casa e convidam outros para o shopping. Ganham os centros comerciais. Há uma procissão de carros contínua a caminho do Cascais Shopping, suponho que o mesmo deve estar a acontecer nos outros centros comerciais do país. Aliás, em tempos de crise, é notável que esteja a abrir mais um.
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A crise já chegou mas ainda não bateu à porta de todos. E são geralmente aqueles a quem a crise ainda não bateu à porta que mais clamam que vem aí a crise. Aos outros, os atingidos desde sempre por ela, faltam-lhe forças para reclamar seja o que for.
2 comments:
Caro Rui,
“ a maior parte dos portugueses não faz a mínima ideia por que lhes dão estes dias de folga”. Testei o reparo e confirmo: desde «foi por causa do Conde Andeiro» até «por os espanhóis nos terem invadido» encontrei de tudo num pequeno inquérito em círculo restrito (pequenos equívocos, mas também muitos acertaram). Nos dias de hoje concordo que será um feriado sem sentido, mas há mais alguns. “A grande vantagem, percebe-se agora, foi passarem os portugueses a terem mais um feriado». Está historicamente comprovado que a administração castelhana foi economicamente ruinosa para Portugal. Não julgo ser a altura para «pôr na mesa» a questão do iberismo. E olha que não somos o país com mais feriados.
«A crise já chegou mas ainda não bateu à porta de todos». A crise é um estado de espírito, pois só funciona comparativamente: os meus pais, sempre à rasca para criarem 5 filhos, nunca me disseram que estavam em crise. Eu sei que é socialmente incorrecto...mas é verdade. Abç
Caro Francisco,
Li o teu comentário e reli o meu post.
E decidi-me por uma pequena correcção:
Onde estava:
"Aos outros, os atingidos por ela, faltam-lhe forças para reclamar seja o que for."
passou a estar:
"Aos outros, os atingidos desde sempre por ela, faltam-lhe forças para reclamar seja o que for."
E concordo contigo: A felicidade, o conforto, o bem estar, etc. são estados de espírito que decorrem de uma apreciação comparativa.
É por essa razão que o avanço da ciência e da tecnologia não provoca um avanço de felicidade. Pode mesmo determinar, e frequentemente determina, um aumento de infelicidade pela frustração que as propostas nos media apresentam e a que muitos não conseguem chegar. Ou não conseguem imediatamente.
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