Tuesday, December 23, 2008

ORÁCULO

O que diz Roubini?

- 2009 será um ano de estagflação e recessão para a maior parte da economia global;
- a persistência desta situação durante 2010 depende das políticas que vierem a ser adoptadas e dos resultados atingidos pelas mesmas: políticas fiscais e monetárias e de recapitalização do sistema financeiro;
- O Banco Central Europeu deverá reduzir ainda mais as taxas de juro, seguindo o exemplo da FED;
- Nos EUA é preciso um plano de redução do esforço das dívidas que pesam sobre as famílias;
De qualquer modo, as medidas necessárias terão de ser pagas pelos contribuintes.
A FED, os reguladores, a gula e arrogância de Wall Street, as agências de rating, são os grandes responsáveis pela alimentação da bolha que globalmente está a causar esta crise,
O sistema financeiro já mudou radicalmente; foram-se os tempos da auto-regulação. Colocar-se-á sempre a questão de quem regulará os reguladores. Uma parte significativa dos recursos fiscais terão de pagar uma regulação mais apropriada, o sistema necessita de mais reguladores e de mais auditores. Isto não significa o fim do capitalismo ou o fim das economias de mercado, mas tem de existir um papel adequado para o governo garantir que o sistema financeiro e a economia real estão a trabalhar no sentido correcto;
- É provável que o sistema financeiro venha a experimentar um stress ainda maior: "Cerca de um milhar, ou mais" de hedge funds podem vir a rebentar ao mesmo tempo. O que significa que a venda de activos desvalorizados continuará. Uma outra fonte de stress para o sistema são as economias emergentes: há cerca de uma dúzia delas á beira de uma potencial crise financeira: Letónia, Estónia, Lituânia, Hungria, Bulgária, Roménia, Turquia, Ucrânia, Paquistão, Indonésia, Coreia, Equador, Argentina e Venezuela. Outros esqueletos poderão cair da opacidade do sistema financeiro, idênticos ao escândalo de Bernard Madoff.
- A médio prazo, o dólar enfraquecerá ainda mais;
- As bolsas, tanto nos EUA como no resto do mundo deverão resvalar mais 15 a 20% nos próximos meses. Os preços das matérias primas cairão também cerca de 15 a 20%.
- Dinheiro em caixa e outras aplicações igualmente líquidas e seguras como as obrigações soberanas são a forma mais segura de aplicações nos próximos meses.

4 comments:

aix said...

Rui, são sempre bem-vindos os teus bem informados comentários sobre economia. A mim ajudam-me a compreender muita coisa,porque despojados de um dogmatismo acrítico que leio em blogues militantes. Nesta quadra festiva gostava (se não é pedir de mais)de te ler sobre o "folk" das pessoas e Famílias nos "States" em tempos natalícios. Julgo saber que aí se praticam diversos cultos, religiosos ou de seita (vá se lá saber a diferença)mas sempre haverá algumas práticas de âmbito mais geral. Bom Natal.

Rui Fonseca said...

Caro Francisco,

Um Bom Natal para ti também e para os teus. E um óptimo 2009!

Quanto dos cultos, não te sei dizer grande coisa.

Eu acho que o Natal já foi adoptado por todos, ou quase.

O menino Jesus, da nossa inocência já não existe aqui, nem aí.

Aqui o rei das festas é o Santa,forma abreviada de Santa Klaus, e o kitsh de marketing que anda à volta dele.

Há pouco, num grande centro comercial, havia uma fila de uns cinquenta metros de criancinhas com os papás ao lado para uma fotografia com um paciente fardado à maneira universal.

Mas o Natal, tal como aí, é o stress das compras. Compra-se o que se precisa e muitas vezes o que os outros não precisam nem gostam e passam a outro e não ao mesmo.

Os judeus celebram o Hanuca, mas não se dá por eles.

Chanucá ou Hanucá (חנכה ḥănukkāh ou חנוכה ḥănūkkāh) é uma festa judaica, também conhecido como o Festival das luzes. "Chanucá é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia.(in Wikipedia)

Algumas comunidades negras têm também em Dezembro uma quadra religiosa festiva de que não me recordo neste momento o nome. Logo que me lembre volto aqui para actualização.

Abraço.

aix said...

Obrigado, Rui, foste rápido e informativo, pois do que dizes eu nada sabia praticamente. O consumismo é, aí como aqui, o característico da época. Talvez não signifique muito, mas hoje de manhã fui às Amoreiras e não vi uma Loja sem gente. Também não me lembro de um Natal com abundância proclamada pela comunicação social.É claro que não devemos apologizar os nossos (meus) tempos de penúria. Que também tinham a sua piada.A que te conto passou-se na casa dos vizinhos em frente à casa dos meus pais(numa pequena e pobre aldeia de Trás-os-Montes); um rapazito recebeu do menino Jesus (era desconhecido o pai Natal)3 rebuçados,umas meias e uma laranja. Quando, de manhã, viu o presente na botinha perguntou:
«ó 'nha mãe, n'nha mãe, quem me deu tanta coisa?".-"Foi o menino Jesus, meu filho".-"Ai o fdp que sim será de rico". Faz rir mas é verdade e o menino vive hoje com os seus 60 e tais.( O "sim" quer dizer "quão").Moral: não é preciso muita riqueza para se ser feliz!Mais uma vez B.F.

Rui Fonseca said...

Caro Francisco,

Chama-se Kwanzaa a celebração das comunidades negras feita por esta altura do ano.

"A DEFINIÇÃO DE KWANZAA Kwanzaa é uma celebração original do americano africano com foco nos valores africanos tradicionais da família, da responsabilidade da comunidade, do comércio, e do self-improvement. Kwanzaa é nem político nem religioso e apesar de alguns equívocos, não é um substituto para o Natal. É simplesmente um momento de reafirmar povos do African-American, seus antepassados e cultura. Kwanzaa, que significa o " primeiras frutas do harvest" na língua africana Kiswahili, ganhou a aceitação tremenda. Desde seu a fundação em 1966 pelo Dr. Maulana Karenga, Kwanzaa veio ser observado no mundo inteiro por 18 milhões de pessoas, segundo relato do New York Times. Ao estabelecer Kwanzaa em 1966, o Dr. Karenga incluiu um " adicional; a" ao fim da soletração para refletir a diferença entre a celebração do americano africano (kwanzaa) e da soletração da pátria (kwanza). "

Mais em:

http://www.tike.com/celeb-kw.htm

Um abraço

Bom Natal, Óptimo 2009