Ouve-se a cada passo que Portugal, para se safar, precisa de produzir mais. De ser mais produtivo, o que não é, necessariamente, a mesma coisa. O aumento da produtividade, contudo, não se ganha de um dia para o outro, pode levar anos, e Portugal precisa urgentemente de equilibrar as suas contas externas.
De imediato, portanto, o aumento das exportações tem de resultar, essencialmente, de ganhos de competitividade da capacidade produtiva instalada. Mas esses ganhos de competitividade, se podem, e devem, ser conseguidos de vários modos, encontram na redução dos custos do trabalho o trunfo mais à mão. Para evitar uma redução dos salários, surgiu a ideia da redução da TSU.
Começaram por falar numa redução de 4 pp (Sócrates referia uma redução lenta sem concretizar), depressa concluiram (era uma questão aritmética simples, como anotei, além do mais, aqui), passaram depois a aumentar a parada. A questão continua de pé, faz parte do acordo com a troica, mas não tem pés para andar. Se avançarem com ela, vai cair pelo caminho.
Em alternativa, tenho anotado, mas ninguém dá por isso, que deveriam ser os bancos, e muito particularmente a CGD, a adoptar uma estratégia concertada com o Governo (ou vice versa) no sentido de privilegiarem através do preço dos financiamentos as actividades exportadoras de valor acrescentado nacional (ou de redução das importações) e agravarem o preço dos financiamentos às importações. Deste modo seria possível uma intervenção cirúrgica sem correr os riscos que a redução da TSU implica.
Por outro lado, e esta é também uma questão que, espantosamente, não vejo levantada, impõe-se que sejam tomadas medidas de redução das importações que não colidam com as normas de comércio livre a que estamos sujeitos. Quais? Arranja-se facilmente uma mão cheia delas, assim haja vontade política para as querer adoptar. Porque, é muito óbvio, é impossível reequilibrar o défice externo (crónico) sem intervir em ambos os lados da balança.
Finalmente: Leio no Expresso/Economia deste fim-de-semana que o Banif anda a procura de comprador. E que se não o arranja vai pedir ao Governo que faça o Estado sócio adormecido com utilização da parte prevista no acordo com a troica para recapitalização da banca. O governador do BP terá recomendado que esta via seja evitada. O Governo deveria impedi-la. Os actuais accionistas do Banif se não têm capacidade para aguentar o barco, vendam-no! Portugal já deveria ter aprendido a lidar melhor com estes casos depois dos roubos no BPN e no BPP que fomos, enquanto contribuintes, chamados a pagar.
Em alternativa, tenho anotado, mas ninguém dá por isso, que deveriam ser os bancos, e muito particularmente a CGD, a adoptar uma estratégia concertada com o Governo (ou vice versa) no sentido de privilegiarem através do preço dos financiamentos as actividades exportadoras de valor acrescentado nacional (ou de redução das importações) e agravarem o preço dos financiamentos às importações. Deste modo seria possível uma intervenção cirúrgica sem correr os riscos que a redução da TSU implica.
Por outro lado, e esta é também uma questão que, espantosamente, não vejo levantada, impõe-se que sejam tomadas medidas de redução das importações que não colidam com as normas de comércio livre a que estamos sujeitos. Quais? Arranja-se facilmente uma mão cheia delas, assim haja vontade política para as querer adoptar. Porque, é muito óbvio, é impossível reequilibrar o défice externo (crónico) sem intervir em ambos os lados da balança.
Finalmente: Leio no Expresso/Economia deste fim-de-semana que o Banif anda a procura de comprador. E que se não o arranja vai pedir ao Governo que faça o Estado sócio adormecido com utilização da parte prevista no acordo com a troica para recapitalização da banca. O governador do BP terá recomendado que esta via seja evitada. O Governo deveria impedi-la. Os actuais accionistas do Banif se não têm capacidade para aguentar o barco, vendam-no! Portugal já deveria ter aprendido a lidar melhor com estes casos depois dos roubos no BPN e no BPP que fomos, enquanto contribuintes, chamados a pagar.
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