Monday, July 11, 2011

INSUFICIENTE MAS IMPRESCINDÍVEL

O mundo encontra-se suspenso do desenvolvimento próximo à volta da crise grega que, por tabela, atingirá, já atingiu, aliás, Portugal e, muito provavelmente, a Espanha, a Itália, a Bélgica, numa propagação de mancha de óleo que pode atingir e por em causa todo o sistema monetário mundial. 

É por demais evidente que não podem assacar-se às três irmãs perversas (Standard & Poors, Moody´s e Ficht) as culpas, nem sequer as maiores culpas, do sismo financeiro que, com epicentro nos EUA, em 2008, tem desde então provocado réplicas devastadoras nas economias mais fragilizadas. Mas também é inquestionável que as três têm grandes culpas pela incompetência ou pela conivência com que ainda na véspera do sismo notavam e recomendavam títulos e fundos que viriam afundar sem remissão nos dias seguintes.

É essa mesma suspeita de conivência com interesses a que, inegavelmente, se encontram ligadas que levou a Comissária Europeia da Justiça a sugerir o seu desmembramento.

A União Europeia tem encontrado durante a sua construção encruzilhadas esperadas. No momento que passa, apresenta-se-lhe uma encruzilhada muito mais complexa e determinante do seu futuro que as anteriores. A forma como agora optar pelo caminho a seguir moldará o destino dos europeus para sempre. Se continuar a tergiversar entregando ao tempo a resolução dos problemas que a sua construção impõe, iniciará um processo de retrocesso e negará todos os pressupostos que levaram ao seu arranque. E o espectro que esse processo primordial quis afastar (a guerra) poderá voltar de novo.

Se as três irmãs perversas assumem hoje uma importância que lhe faz tremer os alicerces, se os ratings ameaçam derrubá-la, é porque a obra está mal consolidada. Se assim é, uma medida imediata se impõe: afastar aquelas que, por agora, lhe forçam a estabilidade. A sugestão da Comissária Europeia  da Justiça deveria passar à forma de proposta da Comissão, e da proposta da Comissão à acção dos órgãos competentes: a própria Comissão e o BCE. Se assim não for, adeus Europa!

No comments: