As declarações dos dirigentes do SPD alemão de hoje (notícia de que coloquei link no apontamento anterior) vieram colocar à Chanceler Merkel um desafio irrecusavelmente motivador: a unidade europeia depende do sucesso do euro e Merkel pode contar com o apoio da oposição para a tomada de medidas, mesmo as mais impopulares, para a solução dos graves problemas com que a União Europeia actualmente se confronta.
E, agora, Angela? A política de arrastar os pés para não perder o equilíbrio em terreno escorregadio que caracteriza o comportamento dos líderes europeus, com particular ( e inevitável) destaque para a chanceler alemã, já não é solução porque os dados se alteraram radicalmente e as alternativas para empurrar os problemas para a frente estão a esgotar-se aceleradamente.
Com reestruturação ( a que Trichet se opõe porque o regimento do BCE não lhe permite aceitar colaterais de títulos de dívidas em default) ou eurobonds ( a que também Trichet se opõe) ou com hair cuts (que Trichet não quer nem ouvir falar) ou a conjugação dos três, a situação exige soluções de emergência porque os tratados da UE, incluindo, espantosamente, o último, não preveniram a possibilidade de insolvência de um ou mais dos seus membros e as medidas adequadas em tempo útil.
Agora, qualquer solução será de digestão difícil.
E, no entanto, a crise era inevitável desde o primeiro momento, porque desde o primeiro momento os bancos assumiram que, quaisquer que sejam as suas decisões, se delas resultarem perdas os contribuintes serão chamados a pagar. Enquanto esse pressuposto for convalidado pelo receio do risco sistémico, em parte alguma, e não só na zona euro, os desastres financeiros estarão sempre à espera dos pagadores de impostos.
Com reestruturação ( a que Trichet se opõe porque o regimento do BCE não lhe permite aceitar colaterais de títulos de dívidas em default) ou eurobonds ( a que também Trichet se opõe) ou com hair cuts (que Trichet não quer nem ouvir falar) ou a conjugação dos três, a situação exige soluções de emergência porque os tratados da UE, incluindo, espantosamente, o último, não preveniram a possibilidade de insolvência de um ou mais dos seus membros e as medidas adequadas em tempo útil.
Agora, qualquer solução será de digestão difícil.
E, no entanto, a crise era inevitável desde o primeiro momento, porque desde o primeiro momento os bancos assumiram que, quaisquer que sejam as suas decisões, se delas resultarem perdas os contribuintes serão chamados a pagar. Enquanto esse pressuposto for convalidado pelo receio do risco sistémico, em parte alguma, e não só na zona euro, os desastres financeiros estarão sempre à espera dos pagadores de impostos.
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