são estes senhores
para além de outras figuras menores da mesma associação.
Os donos do mundo são uns senhores parecidos mas em tamanho muito maior.
Donos do mundo porque foram eles que decidiram que economia temos, que consumismo fazemos, em que dívida nos afogamos. Confiamos-lhes as nossas poupanças e são eles que as encaminham para onde os seus interesses imediatos lhes indicam. São eles que, por serem geralmente inimputáveis, atiram as nossas poupanças para a roleta do casino em que transformaram os seus negócios. São eles que congeminam e vendem abstracções a que chamam produtos financeiros sem indicação da composição, do grau de toxidade, dos riscos de efeitos secundários.
Exagero? Se os banqueiros têm responsabilidades pelo desastre, estamos nós, consumidores, privados ou públicos isentos de culpas? Claro que não, salvo os imbecis. A diferença, a grande diferença, contudo, entre as culpas deles e as nossas está no facto da factura total nos ser apresentada para pagamento a nós e, muito rara e muito parcialmente, a eles.
Aproxima-se o dia em que, para cumprimento de um dos pontos impostos pela troica, o BPN ou é vendido ou encerra as portas. A factura não será inferior a dois mil milhões de euros mas pode ser mais, e até muito mais, elevada. Do BPP não se tem ouvido falar. Mas a factura não será paga pelos que se banquetearam. O Banif anda à procura de comprador mas o candidato mais provável é esse animal manso que dá pelo nome de estado. Perguntar-se-á: Que têm a ver com estes e outros casos semelhantes os senhores da fotografia?
Estes senhores têm uma associação, a APB, que reclama reunir "actualmente a quase totalidade dos bancos nacionais, bem como dos bancos estrangeiros que exercem a actividade bancária em Portugal. Os seus associados representam cerca de 94% do activo do sistema bancário. A APB representa 26 de um total dos 38 Bancos que estão registados no Banco de Portugal. ... A sua actuação decorre exclusivamente dos poderes que lhe são confiados pelos Associados". Entre os associados conta-se ainda o BPN, que, segundo as regras, já há muito tempo deveria ter sido impedido de operar.
Se a APB não é um cartel, o que é? Se a Associação não existe para se auto regulamentar e participar na sustentação saudável da economia e das finanças públicas, de que também dependem os seus membros, para que serve? Se, bem pelo contrário, os seus membros promoveram o consumismo desenfreado, as importações excessivas, o investimento não reprodutivo, o descalabro das finanças públicas, se não concertaram práticas perversas como se comportaram em rebanho, incluindo o banco do estado? Se a Associação assiste impávida à degradação da imagem do sector porque alguns dos seus membros actuam fora das regras da prudência que devem balizar as decisões dos banqueiros, para que se reunem os seus membros? Com que finalidade se juntam à volta da mesa se não acordam margens e tabelas mas também não estabelecem regras que prestigiem o sector e o tornem um agente promotor fundamental do crescimento e não o principal factor perturbador?
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