O grupo de crianças, entre os sete e os treze, acompanhadas de pais ou avós, andara pelo Castelo de S. Jorge numa visita guiada em que, de modo adequado à idade dos participantes jovens, tinham sido explicadas as origens do castelo, a evolução das suas muralhas, as vicissitudes das batalhas que nele se travaram, as armas usadas, o cerco do castelo pelos cruzados, a rendição dos árabes derrotados pela fome, pelas doenças, pelos ataques dos sitiantes.
A terminar, visitaram uma reconstituição (a possível, mas bem feita) de uma das casas do bairro islâmico que integram o campo arqueológico. Alguém perguntou onde eram os quartos, uma mãe perguntou onde era a cozinha, um pequeno perguntou onde era as casas de banho.
Tinha acabado a sessão de perguntas quando outro jovem do grupo se saiu com esta para a guia:
E o sangue?
O sangue? Que sangue?, estranhou a guia.
O sangue das batalhas todas, esclareceu o jovem.
Começa cedo, pensei. Mas talvez tenha pensado mal.
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