A cena indecente que registei atrás, não mereceria que se perdesse tempo com ela, considerando o baixo nível em que se colocaram os protagonistas, se por detrás daquelas atitudes não ressaltassem curiosas deformidades culturais da generalidade das elites portuguesas. Destaco duas:
A primeira, considerar-se alguém insultado por outrem porque esse outrem o considerou senhor. Parece anedótico mas é assim mesmo. Há cerca de cinco anos, coloquei aqui algumas notas sobre o tema, que o tempo não desgastou. Muito pelo contrário, tanto ou mais que ontem, ser senhor numa terra destas continua a ser, para algumas sumidades, considerado uma infâmia, pelo menos.
Aconteceu, fatalmente, naquela cena indecente: Alfredo Barroso (sem senhor atrás, ele não se indignaria) sentiu-se insultado porque Teresa Caeiro (sem senhora, para não ofender a senhora) o tratou por senhor Alfredo Barroso... Como insulto com insulto se paga, segundo estes não senhores, Barroso referiu-se depois a Caeiro tratando-a por senhora Teresa Caeiro ...
Uma cena de telenovela brasileira do tempo dos coroneis.
A segunda, o do argumento da experiência, do diploma , (dos anos, dos anos de prisão), quando escasseiam outros argumentos. Barroso tinha confrontado Caeiro com as propostas dos partidos do Governo (quando eram oposição) com as realizações (escassas) e as contradições em matéria de impostos. Para Caeiro, Barroso não tem experiência governativa para entender o que se passou; Barroso devolveu o mimo a Caeiro, e o frente-a-frente estragou-se por completo.
E, no entanto, Caeiro poderia ter dito a Barroso que o PSD (antes de ser governo) tinha tentado obter do Governo um conjunto de informações sobre as contas do Estado (através de cartas enviadas por E. Catroga ao Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e ao Primeiro-Ministro) que não foram dadas e as cartas consideradas lesivas dos interesses nacionais.
Poderia, se as cartas tivessem sido enviadas por Paulo Portas.
Aconteceu, fatalmente, naquela cena indecente: Alfredo Barroso (sem senhor atrás, ele não se indignaria) sentiu-se insultado porque Teresa Caeiro (sem senhora, para não ofender a senhora) o tratou por senhor Alfredo Barroso... Como insulto com insulto se paga, segundo estes não senhores, Barroso referiu-se depois a Caeiro tratando-a por senhora Teresa Caeiro ...
Uma cena de telenovela brasileira do tempo dos coroneis.
A segunda, o do argumento da experiência, do diploma , (dos anos, dos anos de prisão), quando escasseiam outros argumentos. Barroso tinha confrontado Caeiro com as propostas dos partidos do Governo (quando eram oposição) com as realizações (escassas) e as contradições em matéria de impostos. Para Caeiro, Barroso não tem experiência governativa para entender o que se passou; Barroso devolveu o mimo a Caeiro, e o frente-a-frente estragou-se por completo.
E, no entanto, Caeiro poderia ter dito a Barroso que o PSD (antes de ser governo) tinha tentado obter do Governo um conjunto de informações sobre as contas do Estado (através de cartas enviadas por E. Catroga ao Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e ao Primeiro-Ministro) que não foram dadas e as cartas consideradas lesivas dos interesses nacionais.
Poderia, se as cartas tivessem sido enviadas por Paulo Portas.
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