Caro LA-C,
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Percebe-se perfeitamente que, sendo a avaliação feita com base numa amostra, se cai dentro do intervalo de confiança, o resultado não é garantido. De modo que, para o estaticista, mais-zero-vírgula-três-por-cento poderá ser tão provável como menos-zero-vírgula-três-por-cento. Mas será o mesmo para o politólogo ou para o economista? Creio que não.
Quando as sondagens atribuem o empate técnico para os dois principais partidos, por cair a diferença entre eles dentro do intervalo de confiança, que impacto tem o anúncio do resultado das sondagens sobre os resultados eleitorais dos principais partidos e dos outros? Tem, certamente, algum.
Do mesmo modo, ou mesmo por maior razão, um resultado de mais-zero-vírgula-três-por cento de crescimento económico avaliado com base numa amostra, tem um efeito animador que contrasta significativamente com o resultado simétrico, ainda que a diferença entre eles seja estatisticamente pouco relevante.
Em mercados globalizados (mercados de commodities, por exemplo) uma pequena diferença pode inverter uma tendência de forma sustentada ou desequilibrar um mercado apertado. É certo que algumas vezes a alteração da situação não encontra condições de sustentabilidade e volta tudo ao ponto de partida. Como os papagaios na praia: antes que levantem e se aguentem vaidosos nos céus onde as ventos sopram para o mesmo lado, andam ao sabor dos ventos cruzados que se fazem sentir rente à areia. Tanto podem levantar como cair, mas são os movimentos ascendentes, por tímidos que sejam, que dão confiança ao lançador e incitam a subida.
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