Friday, August 28, 2009

DEMOGRAFIA E POLUIÇÃO

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A questão das consequências do crescimento demográfico não é recente. Thomas Malthus celebrizou-se prognosticando que, com as populações a crescerem em progressão geométrica e os recursos alimentares em progressão aritmética, o ajustamento implicaria a fome e a morte dos excedentários. Charles Darwin viria a inspirar-se nas conclusões de Malthus para formular a sua teoria da evolução das espécies:
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"In October 1838, that is, fifteen months after I had begun my systematic inquiry, I happened to read for amusement Malthus on Population, and being well prepared to appreciate the struggle for existence which everywhere goes on from long- continued observation of the habits of animals and plants, it at once struck me that under these circumstances favourable variations would tend to be preserved, and unfavourable ones to be destroyed. The results of this would be the formation of a new species. Here, then I had at last got a theory by which to work".
Charles Darwin, from his autobiography. (1876)
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Dois séculos depois, as predições de Malthus não se confirmaram, mas a teoria de Darwin tornou-se incontornável base da biologia actual. O que significa que se a selecção natural se faz na disputa dos alimentos disponíveis para as diferentes espécies vivas, os homens têm encontrado nos últimos milénios outras razões para se matarem uns aos outros.
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Nos dias de hoje, a fome ainda continua a ser a principal causa de mortalidade em muitos países subdesenvolvidos mas essa tragédia não resulta da incapacidade técnica da humanidade de produzir alimentos em quantidades suficientes para alimentar a população mundial existente. Apesar do crescimento demográfico que se observa em algumas regiões do globo, a fome tem retrocedido e há boas razões para acreditar que esse flagelo venha a desaparecer quase completamente.
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A sobrepopulação, por outro lado, tem vindo a apresentar-se como um factor anti ecológico por estar na origem de práticas anti ambientais. É bem verdade que a poluição resulta em grande parte da presença humana. Mas já não é verdade que a poluição cresça em zonas mais densamente povoadas.
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Também não há, necessariamente, qualquer correlação entre crescimento demográfico e desequilíbrio ecológico como não há, necessariamente, qualquer correlação entre crescimento económico e crescimento de poluição. Mas há uma correlação muito estreita entre atentados ao ambiente e o número de pessoas com falta de civismo por quilómetro quadrado no globo.
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Assim como o homem foi capaz de contradizer Malthus, espera-se que seja capaz de perceber que se não morrer de fome pode morrer por falta de ar e água.

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