Friday, July 25, 2008

HIPÓCRITAS

Já coloquei aqui no Aliás alguns post sobre o problema do branqueamento de capitais e das actividades criminosas ligadas ao tráfico de drogas, armas, pessoas, etc., que frequentemente se encontram ligadas ao terrorismo e frequentam as mesmas rotas financeiras das evasões fiscais.
À pergunta, E se de repente acabasse a droga?, ainda não encontrei resposta que lhe calculasse as consequências.
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Um dos aspectos que caracteriza a contradição entre o discurso oficial e a prática das nações no combate ao comércio criminoso é o da emissão de papel moeda de elevado valor facial: notas de cem dólares e de quinhentos euros, para citar apenas as mais usadas. Há muito tempo já, abordei este aspecto hipócrita que consiste em emitir moeda cuja finalidade só pode ser a de facilitar o comércio subterrâneo, aquele em que os contratantes não querem deixar rasto.
Se houvesse, mas realmente não há, uma intenção clara de dificultar este comércio, tanta a Fed como o BCE teriam há muito tempo mandado recolher estas notas e permitido apenas a circulação das de pequeno valor. Numa época em que o próprio cheque entrou em desuso, só por razões inconfessáveis as autoridades monetárias mantêm a forma suspeita daquele meio de pagamento.
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Foi sem surpresa, portanto, que ontem li o artigo do Público, "500 euros, as notas que não se vêm", que refere que "para 2006, o BP estimava que as notas de 500 euros constituíssem oito por cento do dinheiro vivo em circulação do país, um valor que compara com os 33,4% do total da Zona Euro. Em Espanha o fenómeno atinge dimensões surpreendentes: 110 milhões de notas de 500, cujo valor corresponde a quase 70% do valor total da massa monetária em circulação, um recorde europeu. Este número impressionante, dizem os especialistas, está relacionado com as redes de droga e prostituição internacional que usam o território espanhol para branquear os seus capitais. O até aqui fulgurante mercado imobiliário espanhol, especialmente do Sul do país, tem servido para muitas dessas operações , sendo habitual realizarem-se vendas de casas de Verão utilizando apenas notas."
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E se houvesse apenas notas de 5, 10 e 20 euros em circulação? Abalava-se a economia porque ela sustenta-se dos negócios criminosos?

1 comment:

António said...

Boa noite,
Devia ser o bom e o bonito, fazer uma recolha, nem que fosse para substituição de notas altas.
Muitas seriam queimadas, deitadas ao mar ou ao lixo.
Devia ser um boom económico no sector automóvel e no da habitação, com compras "al contado". Relógios, jóias e pedras, teriam tal desbaste que os stocks iriam a zero. Até petróleo compr(av)am.
O negócio das lavandarias ia ser bonito, ia.