Só por ironia concertada se pode explicar a absolvição dada pelo FMI à Banca portugesa e ao Supervisor (vd. post atrás "O paradoxo do FMI") e a notícia no mesmo dia de que a CMVM decidiu aplicar uma multa de três milhões de euros ao BCP por práticas abusivas nos aumentos de capital realizados em 2000 e 2001. É a maior coima já aplicada pela entidade que regula o mercado de capitais mas é intocável nos embolsos feitos pelos administradores na altura. Por outro lado, a CMVM admite suspender parte da multa porque o BCP se disponibilizou para uma negociação com alguns accionistas afectados, admitindo indemnizá-los.
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Leio estas notícias e ouço na televisão que Valentim Loureiro foi condenado a três anos de cadeia na sequência de um dos vários processos da constelação "apito dourado" mas o juiz que o condenou suspendeu-lhe a pena.
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Que pena.
5 comments:
Aposto que um dos accionistas a ser indemnizado, será o Jotaberardo.
Quiçá, o accionista.
Pois é, parece que o racio "um Tribunais/mil habitantes que é dos mais elevados da Europa." não se traduz em grandes resultados na aplicação de justiça.
Para quando o aplicar da flexibilidade de despedimento aos gestores quando o seu desempenho leva as empresas a situações destas.
Em vez de se retirarem com prémios e reformas douradas ou para outros cargos onde poderão continuar a prestar maus serviços, deveriam ser despedidos com justa causa, sem direito a fundo de desemprego.
Vamos deixando continuar esta orgia de fraudes, compadrios, desvios de dinheiro, peculatos e, sei lá mais o quê, e vamos constituindo uns arguidos (de preferência os do futebol, tema mais proximo do coração da população em geral) para encher as noticias e alimentar as conversas de café e os comentários nos 'blogs' e depois damos-lhe umas penas suspensas ou facilitamos fugas para Londres.
Não sei se o Marinho é boa ou má pessoa mas, ainda acha que o que ele diz não corresponde à verdade?
Acho que o Marinho teve entradas de leão e um dia destes sai sendeiro. Acusa, acusa, mas não concretiza. Há dias no Prós e Contras, e mais uma vez, invocou uma série de desmandos mas quando a Fátima Campos Ferreira lhe perguntou por propostas disse que não tinha, que não ia preparado.
Funciona como caixa de ressonância de muito descontentamento mas não sabe, ou não quer, como intervir para corrigir.
Falou muito de corrupção, disse que ia denunciar e esclarecer, mas nada disse para além do que já se sabia. Medidas, que eu tenha conhecimento, para ajudar a resolver a questão, não avançou nenhumas.
Cheguei a pensar que ele,situando-se fora do sistema, poderia contribuir para o denunciar mas também para o substituir. Ficou-se pelas denúncias generalizadas, que toda a gente é capaz de fazer, e mais não fez nem é esperável que faça.
De paladino fez-se cabotino.
"Aposto que um dos accionistas a ser indemnizado, será o Jotaberardo."
Ainda estou para perceber o papel do Berardo neste molho de brócolos.
Depois da tempestade actual é que poderemos saber quem vai tomar conta do barco abalroado. Por enquanto há nevoeiro por todo o lado.
"Depois de dezoito mil escutas, 18.000, o Tribunal não viu a corrupção que o Ministério Público adivinhou na conduta desportiva do Major. Apenas o condenou por abuso de poder.
Mas, na malha das 18.000 escutas desportivas, verificou-se que o Major, nas suas funções de Presidente da Câmara, adjudicou, por 19.500 euros, um trabalho para o site do Município, a pedido de um amigo. Esta “cunha” teria forçado a anulação de adjudicação anterior, referente a uma proposta mais barata, de 10.000 euros. O Tribunal deu como provado o crime e condenou Valentim Loureiro por prevaricação.
Depois disto, considero que o Major é um Autarca verdadeiramente exemplar!...
Pois, que político se pode gabar, depois de 18.000 escutas e de uma devassa total da sua vida pública e privada, de se ver surpreendido apenas por uma irregularidade num concurso de 19.500 euros?"
Pinho Cardão/Quarta República
Se assim é, é simplesmente ridículo.
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