Manuel Graça Dias, arquitecto, desvaloriza o problema da sujidade de Lisboa, que entende ser
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"muito pequeno-burguês, de dona de casa, superficial. Podemos ter uma cidade com imensa qualidade, apesar de as ruas estarem um pouco sujas e sarapintadas com grafitti. As pessoas que nunca foram à Índia e África não sabem o que é uma cidade suja. O que aqui vemos é uma cidade moderadamente suja. E é mais importante que não chova nas casas e que estas tenham casas de banho do que estar tudo muito asseado por fora, como no Portugal salazarista, e numa miséria por dentro." (Público, de hoje).
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Adoptando o critério comparativo de Graça Dias, são mentalidades pequeno-burguesas aquelas que dizem que o nosso sistema educativo tem maus resultados porque nunca estiveram no Darfur, as que denunciam a ineficiência do sistema judicial porque nunca estiveram na Etiópia, as que falam de corrupção porque não conhecem Angola, as que estão preocupadas com a segurança porque nunca viajaram até Kabul. Pela bitola de GD estamos apenas moderadamente mal.
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O que não se entende é a incompatibilidade referida por GD entre haver casas onde não chova e tenham casa de banho e sair-se à rua sem que a rua cheire a mijo e as casas estejam exteriormente decentemente conservadas. Mas provavelmente não se entende por serem subtilezas das mentalidades grandessíssimas, onde não chegam as mentalidades comuns que não gostam de ver porcaria dentro e fora de casa, pequeno-burguesas todas elas no grandessíssimo entender de GD.
1 comment:
É óbvio que esse grandessíssimo inteligente acha que andar com o rabinho lavadinho e a fatiota cheia de nódoas e a cheirar a cócó é muito melhor que o contrário.
Há pessoas assim, são ao contrário das outras.
Quem é que paga e pede a semelhante aventesma para se pronunciar?
Mais uma prova de que estamos cada vez pior.
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