Saturday, July 12, 2008

OS IMPOTENTES

Vasco Valente é o exemplo acabado da esterilidade intelectual nacional venerada e remunerada. Já aqui se disse que, para desgraça deste país, está bem longe de ser caso único porque há, à nossa volta, uma praga de exemplares que reproduzem alarmes mas não produzem nada prestável. Trata-se de gente que vai debitando críticas, agitando fantasmas, augurando o apocalipse, sem um mínimo de pudor que lhes esforce as meninges no sentido de sugerirem caminhos que nos livrem do abismo que eles, convictamente ou para ganhar para as sopas, vão gritando que está ali mesmo à frente.
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Ontem, Valente Vasco, concluía, naquele seu estilo que não concede dúvidas, que "a morte da religião, ou, mais precisamente, da cristandade, não permite hoje qualquer forma de "entusiasmo místico" (...) O materialismo e o ateísmo (ou agnosticismo, conforme queiram) do Ocidente contemporâneo trouxeram uma "cultura" de indiferença e até de apatia. O que não trouxeram foi um exército de fanáticos, disposto a reorganizar o mundo - ou Portugal. Por enquanto chega."
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De vez em quando, o Valente, talvez impaciente com o alheamento que os vizinhos mostram pelos seus avisos, dirige as suas prédicas ao mundo. Desta vez adverte-nos, a nós e aos outros, que faz falta às sociedades, que foram cristãs e agora são menos, fanatismo religioso para abanar a tranquilidade que adormece o mundo ocidental. Por outras palavras, segundo Valente, faltam às sociedades ocidentais ayatollahs que transformem em pólvora o capilé que corre nas veias do Ocidente e lhes incendeiem o rastilho.
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O Valente, por uma vez, esmerou-se e avançou com uma proposta. Que termina com um convencido e enigmático: Por enquanto, chega.
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Ou vai mais um copo?

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