Wednesday, June 18, 2008

A HORA DA VERDADE

Fernando Botero
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A hora da verdade chegou para os candidatos ao governo da nação mais poderosa do mundo e durará 5 meses. Durante este longo período que antecede as eleições presidenciais norte-americanas, Obama e MacCain vão dizer o que pensam e o que se propõem fazer. O escrutínio a que vão ser submetidos nunca terá sido, provavelmente, tão apertado e fracturante das posições do eleitorado norte-americano como promete ser em Novembro deste ano. A confrontação dessas posições já começou, abordando três áreas críticas: a guerra e o terrorismo, a economia, a segurança social.
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McCain, o candidato heterodoxo para o GOP (partido republicano), que havia criticado os interrogatórios aos prisioneiros em Guantanamo, posição reforçada pela sua condição de ex-prisioneiro e torturado no Vietname, condenou na passada sexta-feira a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de garantir aqueles detidos acesso aos tribunais federais. Para MacCain, a decisão do Supremo abrir as portas dos tribunais americanos ao inimigo sabotará os esforços contra o terrorismo. Para MacCain, interrogar e julgar são fases distintas do processo de julgamento dos suspeitos terroristas. Continuando a criticar Guantanamo não significa, para McCain conceder aos presumíveis terroristas o direito de serem julgados nos EUA, segundo as suas leis comuns.
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Assessores de McCain apelidaram Obama de "naif" na sua abordagem ao combate ao terrorismo depois do candidato democrata ter expressado o seu apoio à decisão do Supremo Tribunal e ter defendido, segundo eles, posições desmobilizadoras nesse ataque durante as primárias. Obama contra atacou argumentando que "aqueles que até agora falharam por completo na captura de Osama bin Laden não têm força moral para o criticar a este respeito".
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Talvez por este desafio, Bush anunciou durante a semana passada que estava em curso uma nova acção de captura de bin Laden. Se fosse bem sucedido, tal facto seria fortemente influente na eleição do próximo presidente dos Estados Unidos. É muito duvidoso, contudo, que cheguem 5 meses para realizar o que não foi conseguido em mais de 5 anos. Mais duvidoso ainda é que com a prisão de bin Laden se desmorone a Al-Qaeda.

4 comments:

Rui Fonseca said...

Comentário de João C. Vaz, enviado por e-mail

Guantánamo - escola de terroristas
Já várias vezes me pronunciei contra Guantánamo. Por ser uma prisão fora da lei. Por ter condições de detenção desumanas. Por não garantir qualquer protecção legal aos presos. Em suma, por representar uma aberração contra o "rule of law" em que assenta a Constituição americana e o direito internacional.
Mas também há outra razão.
É que Guantánamo, tal como outras invenções da "guerra contra o terror" de George W Bush e dos seus cérebros neo-cons, alimenta o terrorismo que diz combater: como este artigo explica http://www.truthout.org/article/wrongly-jailed-detainees-found-militancy-guantanamo, a prisão serve como uma verdadeira escola de recrutamento e formação de quadros terroristas. Nada que não pudesse ter sido evitado, se se tivessem passado os suspeitos de terrorismo pelos tribunais americanos (como passaram os criminosos do 11 de Março em Espanha e do 7 de Julho no Reino Unido) e libertado sem demora os presos em relação aos quais não há provas que fundamentem uma acusacao.

A Chata said...

Rui
Isto não tem bem a ver com a assunto mas, talvez venha a ter.

Gostaria, se possivel, que me desse a sua opinião sobre este artigo que li hoje:

China and India lose their appeal for investors on inflation fears

Last Updated: 6:40am BST 19/06/2008

The world's fund managers are pulling their money out of China and India at a record pace on mounting fears of inflation and are now more pessimistic about global equities than at any time in the past decade.

The latest survey of investors by Merrill Lynch shows that Europe has become the most unpopular region, while Britain is still trapped in the doldrums.

But the big surprise is the sudden change in view on the emerging powers of Asia, as overheating and spiralling oil costs spoil the boom.

"World growth is slowing and yet central banks might still have to tighten monetary policy, that is what is scaring people," said David Bowers, the organiser of the survey. The vast majority of fund managers think earnings forecasts have lost touch with reality.

The exodus from China reached fever pitch this month as investors slashed their net "weighting" position to -58, down from -14 in May. The Shanghai bourse had already fallen by almost half since October.

The fund managers have been slow to sense the danger.
India fell to -63 as investors took fright at the country's budget and trade deficits. There is concern over a relapse towards Nehru-era policies after Delhi halted trading in a range of commodity futures and restricted rice exports.

The survey of 204 fund managers worldwide suggests that the love affair with emerging markets is going cold.

The net weighting was -63 for Chile, -47 for Taiwan, -37 for Korea and -32 for Poland.
Mr Bowers said investors no longer believe that the bloc has a grip on inflation. They are discriminating between the commodity producers and those that rely on imports of oil, minerals and food.
"Saudi Arabia is not the same as Turkey," he said.

Fund managers are still super-bullish on Russia, betting that the energy boom has life yet. A net 62pc are overweight oil and gas shares. The most hated trio are travel and leisure (-66), banks (-62) and property (-60).
Karen Olney, Merrill's European equity strategist, said oil is nearing its cycle peak. "Is the trade too crowded? Probably. As long as fundamentals remain strong, we retain our overweight stance," she said.

"The burning question is when to sell oil companies and move back to banks.

"We resist the temptation. The time is nearer when inflation rolls over, towards the end of this year and certainly into 2009."

A record number (net 29pc) are now underweight on European equities; many have switched into cash as they wait for the European Central Bank to inflict punishment - ever more likely after eurozone inflation reached an all-time high of 3.7pc in May.

The ECB's chief economist, Jurgen Stark, said yesterday that the price spike was a "cause for alarm".
Mr Bowers said Europe is now facing a triple whammy as the downturn in global export markets combines with a strong euro and a monetary squeeze.

"Eurozone retail sales have been worse than in the US on a year-on-year basis and eurozone GDP growth has also been worse," he said. "If you look at Spain and Italy, and even France, they are very weak.
"The Fed has eased dramatically, but the ECB hasn't eased at all. It intends to tighten regardless of the consequences on growth. This is what is eating away at confidence in Europe," he said.

Merrill Lynch said fund managers were belatedly adapting to a global inflation shock that poses a serious danger to asset prices, and risks setting off "civil protest" in Argentina, Indonesia, South Africa and the Gulf states.

As the new story unfolds, America is coming back into favour, emerging as a sort of safe haven in a fast-changing world where trusted institutions command a premium. Investors are quietly rotating back into Wall Street - despite a chorus of pessimists. A net 23pc are overweight US equities, the highest since August 2001.

The long awaited "decoupling" has begun.
The United States looks like the winner after all.

http://www.telegraph.co.uk/money/main.jhtml?xml=/money/2008/06/19/ccfunds119.xml

Rui Fonseca said...

Minha Cara Amiga,

Costumo dizer que, acerca de previsões bolsistas, quem as faz se acreditasse nelas não diria nada a ninguém e aproveitava-se da sua sabedoria.

Mas a verdade é que, neste momento, as probabilidades do mundo se confrontar com uma estagflação generalizada parecem terem aumentado.

Os bancos centrais não parece terem alternativa senão conter a taxa de inflação subindo as taxas de juro, comprometendo o crescimento económico. A alternativa (baixar as taxas deixando crescer a inflação de modo a espevitar a economia) não parece colher muita adesão.

Se os capitais estão a abandonar a China e a Índia para algum lado irão e não vão para Marte. Por outro lado, a China detem um valor muito elevado de reservas e a economia chinesa começa a ter um mercado interno que a torna menos dependente das exportações.

Tudo conjugado, parece-me que se o mundo se confrontar a curto prazo com uma crise financeira grave, como anunciam muitos analistas, não haverá fundamentos para que essa crise arraste a economia real para uma situação incontrolável.

A maior ameaça do momento, creio, decorre da "guerra do petróleo". Acredito que a presença norte-americana no Médio Oriente, que tantos criticam, evitará que a "guerra do petróleo" avance para uma situação de desequilibrio global de consequências imprevisíveis. Se esta escalada de preços for contida, não há razões para acreditar que a crise subsista de forma profunda e prolongada.

A Chata said...

Rui
Obrigada pela resposta ams, acho que o objectivo da minha consulta não foi claro.

As minhas preocupações não têem nada a ver com a bolsa (que não entendo nem estou interessada em entender) ou investimentos financeiros (deixo essa preocupação para quem tenha mais dinheiro do que eu) mas, mais com o futuro, com a qualidade de vida das gerações que seguem.

A minha dúvida era se esta noticia terá algum fundamento ou se não passa de mais um "desejo" de ver confirmadas as previsões, expressas por alguns comentadores, do descalabro economico, mais ou menos eminente, da China e India.


Já agora, acha mesmo que a crise financeira ainda não começou?

E a crise alimentar?