Saturday, July 07, 2007

O DÉFICT DAS ESTRA(GA)DAS



A propósito da proposta do Governo de retirar do Orçamento Geral do Estado os encargos com
a manutenção de estradas, operando uma desorçamentação e, por via disso, iludindo o déficit orçamentado, Tavares Moreira critica a habilidade na Quarta República , que comentei :
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Caro Tavares Moreira,

Desculpe-me a impertinência mas é grande o meu espanto perante muitas situações da esfera da administração pública, que é o espanto do homem da rua, daquele que sempre esteve do lado de cá do balcão, e não tem normalmente possibilidade de expressar esse espanto, sequer em blogues.
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Há dias percebi que continuamos a não saber quantos funcionários são pagos pelo orçamento geral do Estado. Continuo sem perceber a dificuldade. Para o homem da rua, contar é a operação mais elementar e, no tempo em que a quarta classe ficava para toda a vida, não se contava pelos dedos e qualquer puto contaria, sem dificuldade, até 800 mil se lhe pagassem adequadamente. Ora o número de funcionários, suspeita-se, andará por aí. Daí a minha espantação.
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Hoje dá-nos o Caro Amigo conta de práticas desorçamentação que me parecem óbvias e às quais já não chega, geralmente,o homem da rua.Mas a subtileza, se é que chega a tanto, é certamente percepcionada por Bruxelas se a maioria absoluta local levar avante o seu quero, posso e mando.
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Tenho para mim que uma das grandes vantagens da nossa adesão à UE está precisamente na disciplina que impõe ao nosso comportamento colectivo geralmente desbragado.
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De modo que me espanta o facto de o Governo querer baralhar as contas e Bruxelas estar distraída.
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Porque se a Oposição não conta (ou não a deixam contar) valha-nos Bruxelas!

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