Monday, May 06, 2024

PARA A HISTÓRIA DA INSANIDADE DA POLÍTICA EM PORTUGAL

O Cartoon de António    

A família 

                                                     (clicar na imagem para a aumentar)

Sunday, May 05, 2024

MEDINA CONTRA SARMENTO; E VICE-VERSA

Défice ou excedente? Miranda Sarmento e Medina às turras com contas do Estado

Hoje vou, conscientemente, entrar terreno de areias movediças e cheiro a lodo, enjoativo.
 
Dois políticos com formação académica suficiente para se entenderem sobre dois conceitos, facilmente distinguíveis para quem tem obrigação de os distinguir mas também facilmente confusos para quem não entende minimamente as subtis diferenças - contabilidade pública e contabilidade nacional - entraram em confronto público mimoseando-se mutuamente com alusões impróprias de quem tem obrigação de se segurar ao decoro que as funções, que um desempenhou até há pouco tempo e outro substituiu, impõem. 
 
Ganhamos, nós portugueses, alguma coisa com esta prematura mas inglória luta de galos pelo poder, perante o aplauso incontido de um terceiro terceiro galo para entrar em palco e os afastar - onde outros galos alinhados dos lados dos primeiros se batem à bicada por outras questões, e são muitas e crescentemente mais - os agarre pelos pescoços arranhados e os chute para fora do palco?

Não ganharemos nada.
O país encontra-se em situação económica e financeira débil, e não aproveita de modo algum  aos portugueses, porque é inconsequente e só pode encarniçar os galos em confronto, discutir quem são, quem foram os  culpados. 
A democracia, para vingar impõe o confronto de ideias mas também a contenção e o respeito entre adversários no lugar próprio, a Assembleia da República. Fora dela, a democracia lançada para a rua ou, pior ainda, para os subterrâneos das redes (in)sociais, descambará no caos, o terreno fértil das ditaduras onde murcham, irremediavelemente, as liberdades de pensamento e expressão individuais sustentadas pelo respeito não alienado pelas manifestações em massa informe.
 
Sim, sou visceralmente contra as manifestações públicas ou subterrâneas que congregam e excitam os instintos indomáveis da espécie humana. 
Se a prevalência dos valores democráticos não se dirime em última instância entre os eleitos pelo povo, como e onde é que podem convergir os interesses do povo?
A democracia, dizem-me, não se esgota no confronto de opiniões no parlamento. Até porque os eleitos são, em grande parte, néscios. 
Se for, irremediavelmente, assim, ficamos outra vez sentados à espera do "homem/mulher" providencial?

Friday, May 03, 2024

Á JUSTIÇA O QUE É DA JUSTIÇA , À POLÍTICA O QUE É DA POLÍTICA

Foi este o sofisma de António Costa para, renitente, enfrentar a por demais evidente realidade: o Ministério Público atolava-se crescentemente na sua incompetência impune.

Até ao dia em que ele e os seus se apavoraram perante tão evidente falha no primeiro patamar da administração da justiça.
Perante a proposta de Rui Rio de colaboração na solução que os sucessivos e prolongados desacertos do Ministério Público exigiam há muito tempo, António Costa foi rude e encheu o peito: a separação de poderes impõe que a política não se intrometa na administração da justiça. 
Um sofisma lançado à solta querendo ignorar a mais elementar evidência: a justiça obedece às leis e as leis são da competência do poder legislativo. Foram várias as denúncias deste mal amanhado sofisma, que António Costa ignorou, continuando a navegar nas águas tranquilas da sua maioria absoluta. 
Até ao dia em que o Ministério Público foi além dos mais evidentes limites, acarretando a queda de um governo sustentado por uma maioria absoluta.
Marcelo Rebelo de Sousa, que se pela pela ribalta, não perdeu tempo e dissolveu a Assembleia da República, colocando o país em transe e o professor Ventura a manipular as marionetas.

Agora aparecem em cena 50 personalidades a criticar o actual estado do sistema da justiça, há tanto tempo tão evidente que até este grilo há muito mais tempo entrou em estado de sobreaquecimento incomodado com tanta incompetência que via à volta. 

Manifesto dos 50 exige fim do poder sem controlo do Ministério Público Cinquenta personalidades dos mais variados quadrantes criticam o atual estado do sistema da justiça e apelam à iniciativa política para que faça uma reforma do setor 

E agora política?
A Justiça que se desenrasque? 
Pior que a incompetência da Justiça tem sido o medo dos políticos de se envolverem na sua solução.
 
Sintoma recente (hoje aqui deste medo) : "À CNN Portugal, o ex-primeiro-ministro considerou também que não faz sentido que “processos concretos” sejam discutidos na Assembleia da República, numa referência à eventual ida da Procuradora-Geral da República ao Parlamento. O “local próprio” para serem discutidos são “os tribunais e não uma entidade política”, disse, sugerindo que uma audição de Lucília Galho para falar de processos concretos violaria o “princípio muito claro” da separação de poderes, inscrito na Constituição)
 
Mas quem é que falou que a PGR foi convidada para ir à AR falar de casos concretos?

Thursday, May 02, 2024

O DESTRAVADO

Ontem, num programa da Sic, Ricardo Costa considerou que Marcelo, mesmo após as incontinências libertadas durante um jantar, será cognominado na História pelo "Presidente Popular".
É um ponto de vista, respeitável. Contudo, prevejo, também tenho direito a prever pelo menos nesta toca de grilo sobre aquecida com tanta polémica inconsequente, que Marcelo passará para a pequena história como o "Destravado".

Marcelo Rebelo de Sousa, maquiavelista, talvez embalado pelos copos e pelos pratos, abriu num jantar que deu conversa para quatro horas e divagar sem filtros:
Considerou Montenegro um rural de difícil entendimento, intempestivo, desprogramado, inoportuno. 
Para compensar, atribuiu a António Costa raciocínio lento, próprio dos orientais.
Assumiu a responsabilidade dos portugueses pagarem reparações pela escravatura cometida sobre povos negros.
Renegou Marcelo, o seu filho Nuno pelas consequências do abusivo uso do nome do pai, presidente, no  envolvimento, que nunca existiu, segundo Marcelo, num processo de tratamento de gémeas brasileiras, em Santa Maria.
A rematar, atribuiu à Procuradora Geral da República, a coincidência maquiavélica de, para compensar, ter reaberto processo das gémeas em sequência da publicação pelo Ministério Público da informação de abertura de processo que envolvia o primeiro ministro.

As questões de natureza doméstica já foram grelhadas tempo mais que suficiente para já cheirarem a esturro. Mas para os meios de comunicação social, quanto mais esturrado melhor.
O que me levou agora a perder tempo com o destravado Marcelo, foi a questão das reparações pela imunda actividade dos portugueses no comércio negreiro.
Sobre este ponto não tenho nada a acrescentar a um artigo publicado hoje no Expresso, 
se é impreciso ou distorcido da verdade (e o que é verdade?), não serei eu competente para o corrigir.

Há, contudo, nesta questão das responsabilidades portuguesas nas atrocidades cometidas aos nativos das terras para onde se aventuravam pela costa africana até chegarem ao oriente, tenho de observar:
1º - Esta contrição serôdia num tempo em que os ocidentais esmagam, a olhos vistos, os valores que cimentaram, mas não consolidaram, as democracias liberais (há outras?) alimenta as ideologias (serão ideologias?) anti liberais, autocráticas, ditatoriais, que se expandem (como há cem anos) como fogo posto em palheiro. 
2º. - Sugiro que procurem na net "BRASIL, País do Futuro - Stefan Zweig", o testemunho de um grande escritor, de origem judaica, nascido em Viena, que, desgostoso com o que se passava no seu país, abandonou a Áustria, rumou para o Brasil, onde, angustiado com o que se passava na Europa, dominada pelos nazis, se suicidou em 1942.
 
"Da maneira mais simples o Brasil  tornou absurdo - e a importância desse experimento parece-me modelar - o problema racial que perturba o mundo europeu, ignorando simplesmente o presumido valor de tal problema"
 
Houve africanos capturados por esclavagistas portugueses? Sem dúvida.
Portugal tinha envolvido na sua aventura das descobertas a quase totalidade, muito poucos porque o país era pequeno e pobre, dos seus homens válidos. Onde mobilizar homens para animar uma economia em princípios de desenvolvimento senão do outro lado do Atlântico? 
 
Em 1822 o Brasil torna-se independente por vontade do herdeiro do rei português, Pedro I.
A partir dessa data gloriosa, para ambos os países, o povo brasileiro era senhor dos seus destinos.
A escravatura já tinha sido condenada mas o caudal negreiro entre África e o Brasil não cessou porque os senhores do engenho (de açúcar) clamavam não poder prescindir do seu negócio e a industrialização, também por essa razão, chegou tardiamente ao Brasil. Os brasileiros, uma designação vaga, continuaram a negociar com os, supostamente portugueses, outra designação vaga,  traficantes de escravos, durante muito tempo depois da independência e da abolição da escravatura.
Os portugueses devem saber isto; os brasileiros também. Para sossego consciente de algumas más consciências de um lado e do outro. 

Leiam o testemunho de Stefan Zweig, e a nossa história comum ficará mais clara do que parece estar hoje.

Friday, April 26, 2024

Thursday, April 25, 2024

A ORIGEM DO 25 DE ABRIL DE 1974

Na origem do 25 de Abril de 1974,  esteve este Decreto-Lei assinado por Marcello Caetano e promulgado em 29 de Junho de 1973 - O decreto que esteve na origem do 25 de Abril - , foi publicado aqui, no Diário da República em 13 de Julho de 1973. 

"Sabe-se que, historicamente, foi a contestação (corporativa) a este diploma que esteve na génese do  movimento dos capitães, que, em menos de um ano, viria a derrubar o Estado Novo". 

A contestação do movimento dos capitães viria a concretizar-se através do golpe militar 25 de Abril de 1974, que o povo aclamou como Dia da Liberdade. 
Se a origem era corporativa o proveito maior, para o povo, foi a liberdade devolvida depois de lhe ter sido retirada por outro movimento militar 48 anos antes.
 
Depois, e durante cerca de dois anos e meio, a liberdade esteve sob ameaça ser retirada por alguns dos quais, ou por pressões políticas antagónicas, sobre os quais, a tinham devolvido ao povo. 
Foram tempos de indignidade do 25 de Abril de 1974 que só tiveram fim em 25 de Novembro de 1976.
 
Correl. -
 

Wednesday, April 24, 2024

MARCELO EM MODO COMPLETAMENTE DESTRAVADO

Marcelo diz que Montenegro “dá muito trabalho” e que tem “comportamentos rurais” Marcelo Rebelo de Sousa considera que o primeiro-ministro Luís Montenegro "dá muito trabalho", é muito "imprevisível" e que vem de um "país profundo". As declarações foram feitas num jantar esta terça-feira, com jornalistas estrangeiros. A história é revelada pelo jornal Correio Braziliense, que conta a conversa com o Presidente da República. Já antes, o mesmo jornal tinha revelado que Marcelo Rebelo de Sousa garantiu ter cortado relações com o filho, em consequência do caso das gémeas. Além das considerações que fez sobre o actual primeiro-ministro, o Presidente da República fez ainda comentários sobre António Costa, que "por ser oriental, era lento".

Marcelo põe água na fervura após comentários sobre Montenegro: vem da “raiz” do PSD 

Marcelo sem filtros  

Portugal deve “pagar custos” da escravatura e dos crimes coloniais, diz Marcelo.

OH! PREC FICA LÁ ONDE TU ESTÁS!

 

 

Monumento a Vasco Gonçalves desenhado por Siza para a Alameda está num limbo.

E logo a Vasco Gonçalves, muito provavelmente o mais desastrado actor na balbúrdia que enxovalhou a pureza da melhor das intenções do  movimento popular que fez do 25 de Abril de 1974 um dia de devolução aos portugueses da liberdade encarcerada em 28 de Maio de 1926.