Saturday, June 23, 2018

A CRISE DA MEIA IDADE DE TIAGO BRANDÃO RODRIGUES


RETROVISOR

WEDNESDAY, NOVEMBER 25, 2015

A CRISE DA MEIA-IDADE DE TIAGO BRANDÃO RODRIGUES

Afirma-se no jornal i de hoje que "Cavaco convocou Costa para nova reunião por estar irritado com a divulgação dos nomes dos membros do seu governo antes dos mesmos terem sido aprovados pelo PR". Formalmente, o PR tem razão mas de pouco vale a irritação já que, irritado ou não, não lhe será fácil arranjar argumentos consistentes para mandar substituir qualquer dos nomes da lista divulgada ontem.

Entretanto, notícias da tarde dão conta que a posse do Governo será amanhã.

E, no entanto, é intrigante que o Sr. António Costa tenha convidado um ainda jovem (38 anos) e bem sucedido cientista para ocupar o lugar que é um verdadeiro triturador de ministros. Ao Sr. Mário Nogueira, que durante o seu consulado de vinte anos à frente da Fenprof já derrubou vinte ministros, começou logo a crescer água na boca. Ontem mesmo já deu instruções básicas ao doutor Tiago Brandão Rodrigues. E, ou ele faz o que o Nogueira manda, ou tem o pelotão de derrubamento à porta.

Mais intrigante ainda é, contudo, que o cientista tenha aceitado o sacrifício da incumbência. Terá sentido esgotado o seu filão cientista? Terá sido inebriado pelo perfume do poder político? Ou, mais cientificamente, foi prematuramente assaltado pela crise da meia-idade?
Ainda segundo a citada edição do jornal i, que resume uma notícia do "The Guardian" sobre um artigo publicado no Economic Journal

"a crise da meia-idade é um facto científico. Investigadores britânicos acompanharam 50 mil adultos na Austrália, Reino Unido e Alemanha e concluíram que a fase mais negra acontece entre os 40 e os 42 anos. O lado bom dessa descoberta é que, após bater no fundo, os degraus seguintes são sempre a subir até aos 70 anos, altura em que se atinge um novo pico de bem estar."

E nem Cavaco Silva pode valer ao Tiago Brandão.


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Quando o secretário-geral do PS, António Costa, o convidou para integrar as listas por Viana do Castelo às eleições legislativas de 4 de Outubro, Tiago Brandão Rodrigues pensou em dizer que não. Foi esse “o primeiro impulso”, confessou ao PÚBLICO em entrevista neste Verão. Aos 38 anos — e apesar de nunca ter sido militante em nenhum partido —, o cientista doutorado em Bioquímica pela Universidade de Coimbra é o novo ministro da Educação do Governo liderado por António Costa.
Nasceu em Paredes de Coura e sempre se considerou “um homem de esquerda”. Madrid, Dallas e Cambridge são cidades que conhece bem: viveu, estudou e trabalhou em todas elas — 15 dos últimos 16 anos foram passados no estrangeiro. Para concorrer como cabeça de lista do PS pelo distrito de onde é natural, Tiago Brandão Rodrigues deixou para trás um lugar de investigador na Universidade de Cambridge, em Inglaterra. Há cinco anos que se dedicava a estudar, no laboratório Cancer Research UK, técnicas de detecção precoce do cancro. No fim de 2013, apresentou na revista Nature Medicine uma técnica de ressonância magnética que provou conseguir detectar mais cedo e com maior precisão esta doença. Saltou para os noticiários, foi capa de revista, deu muitas entrevistas sobre a investigação que o apaixona, ganhou visibilidade e reconhecimento nacional.
Vê na escola pública e na educação para todos dois “dos pilares-mores da democracia”, sem esquecer a ciência, pasta para outro ministro. Em campanha pelo Alto Minho, Brandão Rodrigues notou “alguma resignação” por parte das pessoas. Acreditava, contudo, que o PS conseguiria “criar as condições para construir melhor”. “Não temos que baixar as expectativas de ter um Estado que as assista, um Serviço Nacional de Saúde com esperança e uma escola que as eduque”, sublinhou.
A um mês das legislativas, garantiu estar preparado para fazer parte de um meio “aparentemente não tão consensual”. Acredita que a cultura científica pode ter um contributo importante na política, “que não é um quadrado fechado”. - in Público

THURSDAY, JANUARY 07, 2016

ALGUÉM DEVERIA SAIR

Soube-se hoje que 

o Conselho Nacional de Educação, presidido pelo ex-ministro da Educação e consultor do actual Presidente da República para os Assuntos Sociais,  David Justino, defende a manutenção  de provas externas no 6º. e no 9º. ano com peso na classificação final dos alunos, e que
a maioria dos professores que o CNE ouviu queria a manutenção dos exames de português e de matemática no 4º. ano.  

Formalmente, compete ao ministro Tiago Brandão Rodrigues decidir.
Realmente, Tiago Brandão Rodrigues não tem grande margem de manobra, considerando os compromissos assumidos pelo primeiro-ministro com comunistas e bloquistas, restando-lhe desvalorizar o parecer do CNE. 

E, se houvesse sentido de Estado, ou se demitia o presidente do CNE e, eventualmente o CNE em bloco, ou se demitia o ministro.

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08/01 - 
Comunicado do Ministério da Educação , emitido esta sexta-feira, revela que os alunos do 2º, 5º e 8º anos de escolaridade vão ser submetidos a processos de aferição "antes da conclusão de cada ciclo de modo a poder agir atempadamente sobre as dificuldades detetadas". "No entanto, Ministério decidiu manter os exames nacionais de Português e Matemática no 9º de escolaridade, terminando apenas com os exames para os alunos do 6º. Os alunos do 2º e 5º anos irão realizar as provas na última semana de aulas, enquanto os do 8º vão fazê-la depois de as aulas terminarem."

É uma decisão Salomónica.

Veremos durante quanto tempo a vai aceitar o sr. Mário Nogueira.

TUESDAY, JANUARY 12, 2016

OS EFEITOS PRECOCES DA CRISE DA MEIA IDADE DE TIAGO BRANDÃO RODRIGUES

Quando há pouco mais de um mês diagnostei aqui um sintoma da crise da meia idade em Tiago Brandão Rodrigues não esperava que os efeitos começassem a fazer-se sentir tão cedo.  O ministro novo da Educação tinha, à partida,  a vida descomplicada pelos compromissos assumidos no âmbito dos acordos bilaterais que permitiram a nomeação do sr. António Costa como primeiro-ministro. Bastava-lhe despachar em conformidade e acabar com os exames de alunos e professores, o sr. Mário Nogueira ficaria sossegado por uns tempos, e quem não concordasse já teria discordado dos termos dos acordos.

Mas Tiago Brandão Rodrigues, apanhado pela crise da meia idade, não se ficou por aí, recorreu ao Conselho Nacional da Educação para um parecer sobre o assunto, e espalhou-se: o CNE defendeu a manutenção das provas no 6º. e no 9º. ano com peso na classificação final dos alunos e a maioria dos professores ouvidos pelo CNE queria a manutenção dos exames de português e matemática no 4º. ano. 

Colocado entre as exigências do sr. Nogueira e o parecer do CNE, T B Rodrigues optou por uma saída apressada que está a ser generalizadamente criticada por professores, directores de escolas e pais dos alunos. Por um lado, impõe que as alterações tenham efeitos imediatos, a meio do ano escolar, do que, se o sr. Marcelo Rebelo de Sousa não fosse candidato a PR, diria "não lembraria ao careca". Depois, acaba com as provas de avaliação, como mandou Nogueira, mas inventou outras, de aferição, a primeira das quais é realizada logo no 2º. ano de escolaridade. A reforma do ministro anterior foi completamente varrida para entrar em vigor, em passo de corrida, a 15ª alteração em 16 anos dos exames no ensino básico. 

Não é por acaso que Portugal apresenta, vd. aqui, um tempo médio baixo de escolaridade ainda que seja normal o tempo institucionalmente pretendido.

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