CM - Claro. Muitas vezes
...
P - Não acha que ele ganhou um poder muito grande?
CM - Traduzido em quê?
P - Em influência. A banca é um espaço onde se cruzam interesses privados e políticos.
CM - Que o sector político depende do sector financeiro não tenha dúvidas ... e continua a ser assim em todo o lado do mundo. Isso é perverso, sim. Mas é a verdade. Como é que as pessoas à frente dos bancos utilizam o poder é outra coisa. Mas que eu saiba, Ricardo Salgado nunca o utilizou de forma menos digna. E tentou compatibilizar os interesses do grupo familiar.
...
P - Tem a noção de que quando se fala da banca o cidadão tem um arrepio na espinha?
CM - Tenho. ... sempre que me procuram para perguntar o que devem fazer com o dinheiro (eu nem devia dizer isto publicamente) respondo: "Vão para o imobiliário, que é o que eu faço" ...
...
P - Não contemplou o investimento reprodutivo?
CM - Não. Porque não tenho confiança no que possa vir a acontecer nos próximos seis meses. Estamos todos a navegar à vista. - Carlos Monjardino/ entrevista do "Público"
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A franqueza do sr. Monjardino é assombrosa.
Pelo menos tão assombrosa quanto o seu desplante.
Ninguém o julgará menos digno pelo facto de jantar muitas vezes em casa de um amigo com quem ao longo muitos anos, certamente, se brindaram mutuamente com reciprocidades de interesses. De mais a mais com a presença tutelar de um outro amigo, com mais idade e mais lustre, que se desdobra em acções temerárias de abrigo a amigos do peito das temerosas investidas dos agentes da justiça.
Mas é incrível que o sr. Monjardino ignore algumas das práticas menos dignas do seu anfitrião que estiveram na origem do descalabro do conglomerado centrado no GES, provocando na queda perdas ainda incalculáveis que os portugueses são, indignamente, chamados a pagar.
Esta entrevista é um espelho do outro lado do País.
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