Saturday, May 24, 2008

QUE FAZER?

A economia portuguesa desde há alguns anos que não cresce ou não cresce quanto devia: se a conjuntura envolvente está em expansão não aguenta a passada, se há desaceleração ressente-se, comprometendo ano após ano o carrilamento na rota da convergência com a média da União Europeia. Com a entrada dos novos membros de leste vê um após outro passarem-lhe a perna no ranking do PIB per capita. O modelo que sustentou o crescimento após a adesão, apoiado pelos fundos de coesaão, esgotou-se. Toda a gente concorda que não pode continuar a contar-se com a competividade dos salários baixos e toda a gente aponta o caminho sem alternativa da produção com valor maior valor acrescentado. Como é que isso se consegue?, há muitos palpites mas pouco consenso.
.
A pergunta feita aos candidatos à liderança do PSD "O que fazer para a economia crescer?" pelo Público na passada quarta-feira era, é, sobremaneira pertinente para terem concedido aos cinco um espaço curtíssimo em meia página do jornal. Limitação imposta pelo jornal ou pouca disponibilidade dos candidatos para dizerem que sabem acerca do assunto, é uma dúvida que não se consegue resolver lendo as respostas evasivas que deram. Exceptua-se a resposta de M Ferreira Leite que responde que a questão, de momento, não tem resposta.
.
M Ferreira Leite, a mais provável próxima líder do maior partido da oposição, Conselheira de Estado, diz que "não é um problema de medidas, é um problema de políticas. As políticas são conhecidas e são óbvias em relação àquilo que fomenta o crescimento económico. As medidas só são suscepíveis, só têm efeitos, se inseridas no contexto global da situação econõmica do momento. Não creio que honestamente alguém possa responder a uma pergunta destas, porque, neste momento, ninguém é capaz de prever qual é o cenário macroeconómico em 2009. Com todas as imponderáveis que existem, não é possível, com correcção, dizer-se que medidas é que na altura sejam adequadas para executar a política que necesse momento é necessária. "
.
Estranha resposta de quem se propõe ser o futuro primeiro-ministro de Portugal.
(Continua)

No comments: