Monday, October 01, 2007




SHANGAI, SETEMBRO 26

Chegamos a Shangai ao começo da tarde e a travessia faz-se a passo de caracol. No emaranhado de viadutos à nossa volta descortinamos que todas as vias circulatórias estão engarrafadas. Shangai é, normalmente, um imenso parque automóvel durante todo dia. E, no entanto, se a China tivesse hoje em dia a mesma densidade automóvel que os países ricos, teria 600 milhões de automóveis - o suficiente para engarrafar uma auto-estrada de sete faixas de rodagem que ligasse a Terra à Lua, contas feitas por Erik Izraelewicz, director-adjunto da redacção de Echos, em "Quando a China mudar o mundo".
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Shangai, no entanto, excede largamente neste e em todos os outros indicadores económicos as médias da China. Em todo o caso, Shangai apesar do seu espantoso crescimento fica ainda aquém, em muitos aspectos, incluindo o parque automóvel, das sociedades ocidentais mais desenvolvidas. Contudo, prevenindo uma situação insustentável a médio prazo, as autoridades estão a condicionar a atribuição de matrículas promovendo leilões das vagas que vão consentindo. Nas últimas licitações os valores têm oscilado entre 48 mil yuans (4800 euros) para os carros de baixa cilindrada a 100 mil para os de mais elevada. Ainda assim, todos os meses entram 8000 carros novos em circulção em Xangai.







O mercado imobiliário está em ebulição em todas as grandes cidades do leste da China mas é em Xangai que ela atinge o auge. A cidade nasce da derrota da China pelos britânicos na Guerra do Ópio em meados do sec. XIX, derrota que obrigou os chineses a consumir o ópio da Índia para reequilíbrio do défice comercial resultante dos fornecimentos chineses em seda, porcelanas, etc.
Mas a história, seguramente, não vai repetir-se.
O Tratado de Nanquim (cidade que mais tarde viria a ter o seu nome ao massacre perpetrado pelos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial e que ainda hoje infectam as relações sino-japonesas) que se seguiu à Guerra do Ópio permitiu aos britânicos o comércio livre, incluindo o de Xangai. A cidade depressa se tornou um local de fausto e decadência.
O Bund, a avenida ao longo do rio Huangpu, está ainda repleta de construções coloniais, memória de uma época em que Xangai era o terceiro maior centro financeiro do mundo. Em 1949, os comunistas apoderaram-se da cidade, despojando-a da sua grandiosidade. Em 1990, e na sequência do lema da cor do gato, a ártea de Pudong, do outro lado do rio, foi declarada Zona Económica Especial, e a cidade renasceu. Os investimentois ressurgiram de forma frenética; foram coinstruidos viadutos, centros comerciais e hotéis, bem como gigantescos arranha-céus em metal e vidro ao longo das margens do Huagpu. Actaualmente, Xangai lidera mais uma vez os negócios e as tendências da moda, possuindo uma vibrante vida nocturna com muitos clubes e bares. (in AE)


Segundo o China Daily de ontem, a "Platinium Tower", um complexo imobiliário de escritórios na zona "prime" de Xiantiandi, com a área de 32 253 m2. foi adquirido em 2005 por 98 milhões de dólares e vendido em Dezembro de 2006 a um fundo alemão por 188 milhões de d´lares. A taxa de ocupação tem-se mantido sempre acima dos 90%.
Xangai, que ocupa uma área urbana (6000 km2) equivalente a pouco mais de um terço da área ocupada por Beijing, tem uma população residente de 17 milhões de habitantes, mais cerca de 5 milhões imigrantes nacionais (pessoas que sairam dos campos para as grandes obras nas cidades mas não têm garantido o direito de residência permanente) já conta com mais de 3000 edifícios com mais de 25 andares.







Ao cair da noite começa a esfusiante iluminação que custará, só ao município, 600 mil yuan (60 mil euros) por noite.

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