Monday, March 31, 2025

ONDE MORA AGORA A DEMOCRACIA?

Le Pen, condenada a dois anos de prisãoe efectiva e mais dois com pulseira electrónica, não vai poder concorrer às presidenciais francesas em 2027.
 
Entretanto, no  Brasil, Bolsonaro, acusado de golpe de Estado e atentar contra as instituições democráticas do país, arrisca prisão e impedimento de se candidatar às próximas presidenciais.
 
Nos Estados Unidos da América, Trump, incentivador do assalto ao Congresso, símbolo máximo do poder democrático,  transmitido em directo para todo o mundo, continua impante e impune a desgovernar o planeta por palpites.
 
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 Le Pen impedida de concorrer às presidencias francesas de 2027 O tribunal decretou que, durante cinco anos, a líder do Reagrupamento Nacional não pode concorrer a eleições. É uma das consequências da condenação por desvio de fundos europeus.  

En direct, procès de Marine Le Pen – l’ex-présidente du RN condamnée à deux ans de prison ferme et cinq ans d’inéligibilité avec application immédiate : les dernières informations et réactions

La députée d’extrême droite, reconnue coupable de détournement de fonds publics dans l’affaire des assistants européens du RN, sera sur le « 20 heures » de TF1 ce soir. Vingt-trois autres prévenus ont été condamnés avec des peines d’inéligibilité, parfois avec sursis. Le RN en tant que parti a été condamné à 2 millions d’euros d’amende, dont un million ferme. - Le Monde 

Le premier ministre hongrois, Viktor Orban, apporte son soutien à Marine Le Pen
Alors que le jugement est en train d’être rendu contre Marine Le Pen - reconnue coupable de détournement de fonds publics et déclarée inéligible - le chef du gouvernement hongrois et homme fort du groupe d’eurodéputés d’extrême droite Patriotes de l’Europe (présidé par Jordan Bardella) a écrit sur X : « Je suis Marine ! »
 
La justicia francesa inhabilita cinco años a Marine Le Pen y compromete su candidatura a la presidencia La líder ultraderechista, condenada también a cuatro años de cárcel, abandona el tribunal antes de que terminara la lectura de una sentencia de efecto inmediato y que podría impedirle presentarse a las elecciones de 2027 - EL País

Tuesday, March 18, 2025

INGRATIDÃO E PERVERSIDADE

 O ROMANCE DE JIM

Um melodrama sobre a paternidade e a passagem do tempo, sobre amor, ingratidão e  perversidade.

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No Nimas, 
Um cinema sem pipocas.

Friday, March 14, 2025

TEMPOS DE TEMPESTADE GLOBAL

A Trump escapa o domínio sobre a FED.
Abordei a 29 de Janeiro essa questão aqui
 
A determinação do presidente dos EUA em abalar a FED e, implicitamente o dólar, para sustentar o sistema financeiro em moedas cripto voltou a ser reafirmada recentemente (ver notícia a seguir ao gráfico) 

Hoje, o ouro atingiu a sua cotação máxima de sempre em dólares: 3000 dólares/onça.
Na relação ouro/bitcoin reflectida no gráfico obtido esta manhã, nestes tempos de grande instabilidade política global o ouro (apesar da sua relativamente pouco utilidade económica) parece impor-se aos criptoactivos que Trump. e com ele todos os capitalistas libertários, pretende impor.
 
 

     Clicar para ampliar

Presidente dos EUA cria reserva estratégica de criptomoeda Bitcoin Os Estados Unidos já detêm cerca de 200 mil bitcoins, o que representa um valor de cerca de 17,5 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) ao preço atual.  

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou esta quinta-feira uma ordem executiva para a criação de uma "reserva estratégica" da criptomoeda Bitcoin, com ativos apreendidos pela justiça norte-americana.A reserva será "uma espécie de Fort Knox digital", anunciou na quinta-feira o conselheiro de inteligência artificial (IA) e criptomoedas da Presidência dos Estados Unidos, David Sacks, nas redes sociais.Fort Knox é o local onde o Governo norte-americano guarda as reservas de ouro. Este decreto "sublinha o compromisso do presidente Trump em tornar os Estados Unidos a 'capital mundial das criptomoedas'", disse Sacks.Os Estados Unidos já detêm cerca de 200 mil bitcoins, disse o conselheiro, o que representa um valor de cerca de 17,5 mil milhões de dólares (16,2 mil milhões de euros) ao preço atual. Estes ativos, que foram apreendidos através de ordens judiciais, "no âmbito de procedimentos criminais ou civis de confisco de bens", serão transferidos para a reserva estratégica, explicou Sacks.A mesma ordem executiva "estabelece uma reserva de ativos digitais, composta por ativos digitais que não sejam bitcoins apreendidos em processos criminais ou civis", com o propósito de "administrar de forma responsável os ativos digitais do Governo ao abrigo do Departamento do Tesouro". O preço da Bitcoin caiu até 5,7% após o anúncio, com o mercado desapontado porque não foi divulgada qualquer política governamental para a compra de criptomoedas. No domingo, Trump tinha anunciado o estabelecimento de grupo de trabalho avançar na criação de uma reserva estratégica de criptomoedas, que incluiria a Bitcoin, a Solana e a XRP, entre outras. "Uma reserva de criptomoedas dos EUA elevará esta indústria-chave após os ataques corruptos da administração de [Joe] Biden", disse o Presidente republicano numa mensagem na sua rede social Truth. De acordo com o próprio Trump, a reserva incluiria a bitcoin, éter, XRP, token SOL de Solana e ADA.

"Vou garantir que a América seja a capital mundial da criptomoeda. Estamos a tornar a América novamente grande!" declarou.

--- Correlacionado

USA inc. 

Wednesday, March 05, 2025

TRUMP, O SAQUEADOR

Como no mundo medieval, após o combate, o saque, a pilhagem.

Trump não é o moderador para a paz na Ucrânia que diz querer ser.
É um saqueador. 

Irónico, se é possível haver alguma ironia no meio de uma tragédia, é a contrapartida exigida por Trump para obrigar Zelensky a ceder às exigências de Putin, e, como assaltante medieval, pilhar minerais raros ucranianos, na sua maior parte existentes em terras ocupadas pelo assalto russo.
 
O mesmo Trump saqueador insiste, por algumas razões idênticas, no assalto da Gronelândia.
Se Xi Jinping lhe disser que Taiwan é parte da China e vai, naturalmente, ocupar a Ilha Formosa que dirá Trump ao ditador chinês?
Que avance?
E a Kim Jong-un se ele pretender ocupar a Coreia do Sul?
Que avance? 

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Trump says Zelenskyy wants peace and is ready to accept a minerals deal after White House blowup

In a speech to Congress following last week’s disastrous meeting at the White House, Trump said Zelenskyy had told him that Ukraine is ready to negotiate a peace deal with Russia as soon as possible and would accept a critical minerals agreement with the U.S. to facilitate that.

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O acordo que Trump está a impor à Ucrânia é assim tão novo e sem precedentes? O acordo que Trump está a impor à Ucrânia é assim tão novo e sem precedentes? 

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Washington pressiona Putin e não renova isenção de pagamento para petróleo russo O fim desta isenção torna mais difícil para os bancos russos realizarem transações relacionadas com o setor energético, uma das principais fontes de financiamento do Estado russo.  

Tuesday, March 04, 2025

CHINA : À FRENTE NO CAMINHO PARA UM MUNDO MOVIDO PELAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

How China came to dominate the world in renewable energy China now eclipses every other country in the world — including the United States — in the green technologies of the future. Here’s how it achieved this lead.

Lendo este artigo hoje publicado no Washington Post, uns dirão que carece de fundamentação sustentada em indicadores indiscutíveis;
Outros, que irredutivelmente se refugiam em posições de que não abdicam, ou porque os seus interesses materiais são outros, geralmente relacionados com as produtoras de combustíveis fósseis.
Outros porque ideologicamente são indefectíveis seguidores do negacionismo climático.
 
Esquecem-se, ou querem esquecer-se, os negacionistas climáticos europeus, que a dependência de combustíveis fósseis só pode ser ultrapassada com energias renováveis ou energia nuclear.
 
O artigo é extenso, mas vale bem ser lido. 
 

 


Friday, February 28, 2025

MOMENTO VERGONHOSAMENTE HISTÓRICO

Há dias, à questão "Pode a Ucrânia continuar a lutar sem o apoio dos EUA"  colocada num artigo publicado no Washington Post, escrevi que não, não pode.
E não pode porque se a Ucrânia não continuar a contar com o apoio dos EUA é porque os EUA (i.e., da administração Trump) colocar-se-ão, implícita ou explicitamente, do lado da Rússia (i.e., de Putin).
 
E, obviamente, a incapacidade de defesa da Ucrânia continuar a defender-se da agressão russa se a administração norte-americana se colocar, activa ou passivamente, do lado dos russos, estender-se-á à União Europeia europeia que, segundo Trump, foi constituída para lixar (sic) os interesses norte-americanos. 
Serão necessárias mais provas para demonstrar que Trump e Putin estão virados para o mesmo lado:O desmantelamento da União Europeia, com a cooperação de alguns eurófagos que vivem e se alimentam das estruturas europeias e assim as debilitam facilitando o assalto do inimigo declarado, a Rússia?
 
Para ontem estava anunciado por Trump um encontro com Zelensky, em Washington DC., para assinatura de um acordo que permitiria aos EUA explorar os recursos minerais da Ucrânia, e muito especialmente os minérios raros, resultando da concessão ucraniana uma compensação aos EUA, que Trump avaliava em 500 mil milhões de dólares, destinados ao pagamento da ajuda, essencialmente em fornecimentos de equipamentos efectuados pelos EUA durante a administração do (sic) incompetente Biden.
 
O encontro que deveria ter sido, segundo as mais elementares regras diplomáticas, realizado entre os dois intervenientes (Zelensky não se fez acompanhar por qualquer assessor) foi aberto à imprensa consentida por Trump, contou com a presença do vice-presidente Vance e do secretário de estado Rubio, e transmitido em directo para todo o mundo. 
 
O ambiente de intimidação criado por Trump e os seus acólitos não podia ter sido mais refinado nem mais repugnante a humilhação a que Zelensky foi submetido. 
Foi um "momento histórico", escreveu Putin na X, de Elon Musk.
E foi.
Foi um momento vergonhosamente histórico.
 
A partir daqui, se o ambiente era de penumbra, subitamente tornou-se de sombras no teatro do mundo onde se movimentam os principais actores, Trump, Putin e Xi Jinping, sem que sejam previsíveis os próximos actos para além das intenções, aparentemente pontualmente conjuntas de Trump e Putin dividirem entre si os destinos do ocidente e consentirem a Xi Jinping o domínio do oriente. 

Ontem, na Sala Oval Trump, além de outras acusações públicas feitas a Zelensky responsabilizou-o, considerando os argumento com que tentou defender-se, pela eventual deflagração de um Terceira Guerra Mundial. 
Como? Que pode Zelensky fazer para ser culpado do apocalipse citado por Trump?
 
Que humanidade, sonâmbula, caminha agora, mais que nunca antes, para a sua auto-destruição não é ideia de qualquer aprendiz de filósofo com a mania milenar que o mundo (a humanidade) um dia vai acabar.
Não. 
Essa possibilidade está a ser monitorada pelo Science and Security Board of the Atomic Scientists, que contou com Einstein, entre os seus primeiros fundadores. 

Há muitos que não querem acreditar na possibilidade de auto destruição da espécie humana em consequência dos arsenais nucleares existentes e em constante procura de mais potência (para quê?) e mais sofisticação da sua capacidade de destruição. 
Um dos mais ouvidos argumentos de quem não acredita na hipótese monitorada pelos cientistas atómicos é a dissuasão: os arsenais nucleares aumentam e sofisticam-se para constante reequilíbrio das capacidades em caso de eventual confronto. 

Dando por adquirido que o equilíbrio do terror é dissuasor de um confronto nuclear, de onde ninguém sairia salvo, se Trump e Putin se alinham do mesmo lado por onde se estenderia a Terceira Guerra Mundial citada ontem, mais uma vez, por Trump?

Sem poder nuclear relevante a Europa seria, mais uma vez, o primeiro campo de batalha, Putin, com o consentimento de Trump, ocupará a Europa mais facilmente que Hitler há oito décadas. 
O Reino Unido possui algumas ogivas nucleares que são monitoradas pelos norte-americanos, a França dispõe de 200 ogivas, ouvi ontem dizer a um conhecido comentador, mas a Rússia tem 5000.
 
Mas para quê quererá Putin ocupar a Europa?
Nunca nenhum ditador parou nos seus avanços de conquista senão for travado.
Mas como pode a Europa travar Putin sentado no maior poder de destruição do planeta?

Tuesday, February 25, 2025

PODE A UCRÂNIA CONTINUAR A LUTAR SEM O APOIO DOS EUA?

Do Washington Post de hoje, retirei esta manhã esta questão:

Could Ukraine keep fighting even without U.S. support?

Consegue a Ucrânia continuar a lutar sem o apoio dos EUA?

Não vou transcrever o artigo, que está acessível através do link. Limitar-me-ei  a indicar as conclusões que o artigo me sugere, não as que o artigo aponta.
 
A resposta é: não consegue.
E não consegue porque o apoio dos EUA, isto é, de Trump, passará a ser dado à Federação Russa, isto é, a Putin, nomeadamente o levantamento de todas as sanções económicas.
Trump não se meteu nas negociações para ser mediador nas conversações para a paz mas para fazer negócios.
 
E, neste caso, cada vez mais que provável, a Ucrânia terá pela frente os EUA aliados à Rússia, perante a impotência da Europa liberal, democrática, que poderá assistir às negociações sem capacidade de intervenção nos planos previamente acordados entre Putin e Trump.
Resignar-se-á Zelensky e o povo ucraniano que muito maioritariamente o apoia a este diktat?
Penso que não.
E e a guerra continuará sem fim pacífico à vista.
 
Putin ordenou nestes três últimos anos tanta destruição e atingiu tantas vítimas que suscitaram tanta animosidade entre russos e ucranianos (povos irmãos, segundo Putin, antes da "operação militar especial") que nenhuma proposta de negociação de paz coordenada pelos instintos do magnata comerciante norte-americano pode sequer amenizar.
 
Aliás, este acordo bilateral forjado entre Trump e Putin terá um alcance que extravasa as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia. Será precedente da legitimação da absorção do Canadá e da Gronelândia pelos EUA e de Taiwan pela China?
Xi Jinping espera, sem interferir, que a Ilha Formosa lhe seja dada de bandeja .
 
Entretanto, esta tarde, pode ler-se aqui:

 

O Presidente russo, Vladimir Putin, mostrou-se hoje favorável à participação dos europeus na resolução do conflito na Ucrânia e a investimento norte-americano para explorar minerais estratégicos nos territórios ucranianos ocupados pelo exército russo.

Se assim acontecer, Trump exibirá a derrota da Ucrânia como um troféu conquistado pelas suas capacidades de negociador detentor dos próximos destinos do mundo.

Ou talvez não.