Saturday, April 14, 2012

PAISAGENS TRANSGÉNICAS

Guimarães é uma das capitais europeias da cultura este ano.
A gestão do evento foi polémica e acabou por determinar a demissão da administração nomeada inicialmente e a sua substituição por uma segunda equipa. Fomos até lá.

Guimarães já tinha sido em 1983 reconhecida pela UNESCO como um dos raros exemplos, em Portugal, de preservação da sua identidade histórica e a sua escolha como uma das duas capitais europeias da cultura (a outra é  Maribor, na Eslovénia) é merecida. Os trabalhos de recuperação de alguns pavimentos no centro histórico, a pintura de alguns prédios e a recuperação de outros (a antiga fábrica de couros, p.e.) melhoraram a imagem da cidade mas não penso que da distinção como capital europeia da cultura resulte um impulso cultural ou económico com significado expressivo. Porquê? Talvez por culpa do sistema, como diria o amigo Carvalho P.

Fomos até ao Centro Cultural Vila Flor (não havia outro local com actividades programadas para esse dia) onde há uma exposição de fotografias (Paisagens trangénicas) de quatro artistas estrangeiros, convidados. E porquê, nenhum português? Porque o curador assim quis, responde-nos uma da duas funcionárias incumbidas da bilheteira.

- Quanto custa cada entrada?
- Dois euros.
- Duas, se faz favor.
- Não podemos ...
- ...
- Temos o sistema avariado. Aliás, está avariado em todos os outros locais de emissão de bilhetes.
- Até quando?
- Não sabemos ...
- Então não podemos entrar?
- Pois não. Sem bilhetes não podemos deixar entrar.
- E sem sistema não podem emitir bilhetes.
- Pois não.
- E então viemos de Lisboa até Guimarães, queremos ver a única exposição existente na cidade e não entramos porque o sistema não deixa.
- Podem ver os jardins ... Quando voltarem talvez o sistema ...

Fomos ver os jardins.

- Então, o sistema?
- Continua na mesma.
- Nesse caso dê-me o livro de reclamações se faz favor. Quero reclamar contra o sistema.

Nesta altura aparece um terceiro funcionário, que se disse curador das instalações mas não das exposições, que deu indicação de entrada sem bilhetes.

Visitámos as "Paisagens Transgénicas". Após a visita, quisemos pagar as entradas.

- Já funciona o sistema?
- Pois não.
- Queria comprar o catálogo da exposição.
- Não há.
- Como não há? No texto de apresentação do curador afirma-se que o Catálogo é uma edição da Imprensa Nacional.

Apareceu um quarto funcionário, aliás funcionária.

- Os catálogos ainda não chegaram. Só vão chegar no dia da finisage.
- Finisage?
- Sim, no último dia.
- Culpa do curador?
- Talvez culpa do sistema.

4 comments:

Aliás Agente percebe said...

guimarães desde os idos de 1975 em que corria à pedrada quem dizia que era da margem sul
sofreu alterações significativas
não é sequer uma évora que tirando o armazém de 2 pisos embargado em 1978...nã sofreu alterações no seu centro histórico (tirando os panos das muralhas)

os 10 milhões da casa da música também não promovem por aí além a música de portugueses ou feita por portugueses

o facto de utilizar um termo trans para fazer o cis da paisage sua
ou da ideia que tem da paisage cultural

demonstra que..........
(preencher com opção livre, num há correctum nem incorrectum)

por exemplo demonstra que....um monstro literário criou isto

recebe a mesma nota...de 500

que
demonstra que que?

aix said...

Ó Rui, o que tu foste fazer, pedir o livro de reclamações! Isso não se faz!

rui fonseca said...

Olá Francisco,

Tanto faz que contornou o sistema.
Almoço dia 24. Não te esqueças!

Abç

Os que estão a fazere tijolo dizem que bossa senhoria benceu.... said...

esta gente nunca oubiu parlare de gmail?

eta pessoal retro...

jejum no dia 24

que o festim de 25 é à farta brutos