Thursday, March 18, 2010

À ESPERA DA ALEMANHA - 7

Germany: Europe's engine (gravura copy/paste do Economist)
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Em meados de Janeiro deste ano anotei aqui: "(...) soube-se ontem que o Governo grego solicitou o apoio do FMI, que já aceitou apreciar a petição. Como era previsível a UE não se substituirá ao FMI na resolução de situações de insolvência iminente que possam ocorrer com qualquer um dos seus membros. Compreende-se que assim seja. A intervenção da UE nestes casos comprometeria a prazo o equilíbrio institucional na União."
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O artigo do Financial Times de hoje que agora mesmo transcrevi aqui esclarece as razões pelas quais a Alemanha se encontra condicionada por sentimentos contraditórios relativamente ao resgate da Grécia: por um lado, razões constitucionais impeditivas desse resgate; por outro, razões de soberania renitentes à intervenção do FMI no apoio a um membro do SME onde a posição da Alemanha é preponderante.
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O meu apontamento de há dois meses aparentemente não colhe. Não é invocado o equilíbrio institucional da UE: Na minha perspectiva, o precedente grego, a acontecer, colocaria os outros membros sobreendividados, actuais e futuros, na expectativa de respaldo idêntico; por outro lado, assistir-se-ia a um sentimento de animosidade dos devedores relativamente às garantias a que se obrigariam perante os credores, e nomeadamente a Alemanha. Daí o inevitável recurso ao FMI.
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No entanto, o processo continua em aberto. Pela minha parte continuo a apostar que o FMI irá interferir na resolução do problema grego, e não apenas como consultor, se não for constituído o FME. A tão curta distância da aprovação final do Tratado de Lisboa é espantoso que ninguém tenha previsto que um dia um ou mais membros do SME poderiam entrar em falência se não fossem socorridos.

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