Oito dias antes de o Governo ter anunciado a nacionalização do BPN, Assembleia da República retirou 17,4 milhões do BPN que tinha depositado naquele banco e transferiu-os para a CGD. A secretária-Geral do Parlamento explicou que o depósito se tinha vencido naquela data, segundo se lê hoje no JNegócios, citando o "Correio da Manhã".
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A notícia, na perspectiva do jornalista que a produziu, parece encontrar a sua razão de ser no oportunismo vesgo da transferência: se o BPN ia ser nacionalizado o levantamento fazia pouco sentido. O que não fazia sentido algum era o depósito de dinheiros do Estado num banco que, muita gente sabia encontrar-se sob suspeita, a começar pelo Banco de Portugal. Ou, se fazia algum sentido, seria por razões de conivências espúrias político partidárias.
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O que o autor da notícia não estranha é o facto, que provavelmente ficará ignorado, de uma instituição do Estado ter dinheiros públicos de elevados montantes aplicados a prazo numa altura em que as finanças do País já se encontravam de rastos. Uma situação bizarra que tudo indica se mantem ainda em muitos casos.
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Mais: Mesmo se fosse saudável a situação das contas do Estado, a mais elementar regra de gestão minimamente inteligente de qualquer tesouraria impõe que não se apliquem fundos emprestados em depósitos a prazo. Se a prática da dotação de fundos para as instituições que gozem de autonomia financeira é a do envio de fundos que excedem os seus compromissos imediatos, quantos milhares de milhões de euros se encontram em situação de esterilidade financeira? Quanto é que essas imobilizações irracionais custam ao País?
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Está alguém em casa?
2 comments:
Pois é. Realmente, a tiro é barulho demais. Muito barulho. Ia parecer a entrada do ano novo na China.
E v. a dar-lhe com tiros, António!
É militar ou caçador de coelhos?
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