Há cada vez mais gente a colocar em causa a coabitação das economias mais frágeis no SME.
A participação do FMI na resolução do problema da Grécia é vista por Daniel Bessa, na sua coluna no Expresso Economia de hoje, como o "golpe de misericórdia" que irá convencer os gregos a abandonar o euro. Bessa não o diz mas não é difícil perceber que onde está Grécia poderá ler-se Portugal, logo a seguir.
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A hipótese Bessa decorre do facto de, não podendo o FMI receitar a desvalorização da moeda, as alternativas serão de tal modo dolorosas que o paciente não as vai poder suportar. E talvez tenha razão. Já é muito menos líquido, contudo, que a saída do euro resolva consistentemente o problema da falta de competitividade dos que se vêm gregos nos tempos que correm. Depois de uma lufada de ar a situação voltará ao ponto de partida. Mas, reconheça-se, que para acalmar as convulsões sociais supervenientes a um política de rigorosa austeridade o euro é o bode expiatório mais óbvio.
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Só vejo uma alternativa para a desmobilização deste confronto anunciado: Colocar ao País, através de um referendo, a possibilidade de escolher entre a manutenção no euro sujeitando-se às medidas do catálogo ou voltar à moeda nacional com as consequências fácilmente previsíveis.
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Quanto mais tarde tal acontecer maior será a probabilidade de vingar a segunda hipótese.
Mas escapa-me a forma prática de a accionar sem consequências que a colocam irremediavelmente em causa à partida.
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