Ouve-se frequentemente,
"Veio da Jota, nunca fez mais nada na vida, não tem uma ideia para o País. Precisávamos de alguém que tivesse passado por uma empresa, que soubesse gerir"
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Discordo.
Se reconhecemos que a experiência numa carreira é fundamental ao seu bom desempenho ao mais alto nível porque razão pensa muita gente o contrário relativamente à carreira política?
Por analogia enviesada: compara-se o político que desagrada com o empresário bem sucedido, concluindo-se que aquele empresário deveria ser o político que se precisa.
A realidade, contudo, mostra o contrário: São raros os empresários que se tornaram políticos e ainda mais raros os que foram bem sucedidos na política.
Os políticos que mais páginas escreveram na história nunca fizeram de muito relevante na vida fora da actividade política.
Qualquer candidato a uma posição política de relevo pode fracassar estrondosamente mas, se isso ocorrer, não será, certamente, por excesso de experiência política.
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É inegável, no entanto, que os políticos que elegemos não mostram geralmente as qualidades que, imaginamos, deveriam possuir. Essa não sintonia decorre, fundamentalmente, de uma outra razão: a de entre o eleitorado e os eleitores se interpor a cortina partidária translúcida e não transparente. Que só será ultrapassada, pelo menos em grande parte, quando as listas submetidas a voto forem nominais, por círculos eleitorais, e os eleitores tiverem a possibilidade de rejeitar candidatos.
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Quanto à famigerada ideia para o País, têm muitas os que não sabem ou não ousam tentar realizá-las.
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