Thursday, December 03, 2009

COLIGAÇÔES INDECENTES

Na semana passada, a "coligação negativa" dos partidos da oposição (PSD,CDS,BE,PCP) encostou o Governo às tábuas sem cuidar dos custos envolvidos. Quando o Ministro das Finanças assegura que o défice não será inferior a 8%, e solicita ao Parlamento que aprove um orçamento rectificativo que ratifique o aumento da dívida pública já assumida, é, no mínimo, aberrante que quem critica ( e com razão) a extemporaneidade do rectificativo se permita agravar o rombo que ele representa.
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Na semana anterior, tinha o PSD evitado a derrota do PS concedendo ao Governo um prazo de 30 dias (que pouco depois foi considerado insuficiente) para apresentar um modelo alternativo de avaliação de professores sem obrigar o Ministério a declarar formalmente a extinção do actual, como pretendiam os sindicatos. Com esta coligação pontual PS-PSD ficou gorada a expectativa de o CDS dar ao Governo o apoio que a discussão anterior em plenário parecia permitir antever. Entretanto tudo se encaminha para a derrogação completa do sistema de avaliação e da sua substituição por um modelo de bonificação. Serão todos bons, salvo uns quantos que serão muito bons ou excepcionais.
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A coligação desta semana será PS-CDS* na votação contra a proposta do pacote anticorrupção do BE. Mais uma vez o PS vai reafirmar a sua vontade na luta contra a corrupção e toda a sua determinação contra a alteração consequente do actual quadro legislativo. O CDS, vá lá saber-se porquê (mas há quem pense logo em submarinos) vai dar-lhe os votos que lhe faltam.
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Resultado: Coligações 3 - Decência 0
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3 comments:

António said...

Boa noite.
8% ?
Fora o resto.
Você acredita em tudo.

Porque será que em Espanha, hoje dia 03/12, já entraram nas contas do desemprego os resultados de Novembro?
Andamos sempre atrasados, não é?

Rui Fonseca said...

"8% ?"

O Ministro é que disse que não seria inferior a 8%.
Pode ser 80%.
Mas deve andar aí pelos 11% se contarem todas as responsabilidades já assumidas pelo Estado.

Quanto aos números do desemprego em Espanha, não é coisa que nuestros hermanos possam vangloriar-se ainda que os tragam mais em dia que nós.

António said...

O que eu queria sublinhar quando me referi a Espanha, era a actualização dos numeros. Aqui andamos sempre com as coisas manipuladas, escondidas. Porque é que aqui não são nunca incluídos os ultimos valores?
As contas ainda são feitas a lápis, pore um velhinho de óculos na ponta do nariz e mangas de alpaca?
Parece.